Marcelo não comenta desafio dos oficiais das Forças Armadas e remete para declarações anteriores
Na promulgação do suplemento para os profissionais da Polícia Judiciária, o Presidente da República tinha instado o próximo governo a ter em conta a "justa insatisfação destas outras entidades".
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Desafiado pela Associação dos Oficiais das Forças Armadas a tomar uma posição que defenda os militares, Marcelo Rebelo de Sousa rejeita responder.
Contactada pela TSF, a Presidência da República garantiu que o chefe de Estado não vai comentar o caso e remeteu uma resposta para as anteriores declarações aquando da promulgação do suplemento especial para a Polícia Judiciária.
"O Presidente da República chama assim a atenção do Governo que venha a entrar em plenas funções após as próximas eleições legislativas, para a justa insatisfação destas outras entidades e para a imperiosidade e urgência de medidas que deem sequência ao trabalho já em curso no atual Executivo e possam também compensar os membros dessas Forças pelos esforços, sacrifícios e riscos que enfrentam no exercício das respetivas funções, o que é particularmente patente em situações de atuação conjunta, como nas de controlo de fronteiras", escreveu a Presidência da República na nota de promulgação do diploma do Governo a 29 de dezembro de 2023.
O presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas desafia o Presidente da República a tomar uma posição pública que "defenda" os militares.
"É isso que esperamos a presente da República, sabemos o que ele pensa, que tenha um dia destes - o quanto antes - uma tomada de posição pública que refira explicitamente os militares e defenda, enfim, os militares de forma muito convicta, que não deixe dúvidas nenhumas ao poder político. Aliás, o senhor Presidente da República, e muito bem, já tomou duas ou três iniciativas públicas, pronunciando-se a favor da justiça das reivindicações das forças de segurança", diz à TSF António Mota, argumentando que os militares das forças armadas estão a ser discriminados em relação aos profissionais das forças de segurança.
Para a ministra da Defesa, Helena Carreiras, está fora de questão existirem protestos de militares na rua, possibilidade admitida esta sexta-feira pela Associação Nacional de Sargentos.
“Esta ideia de ter militares a manifestar-se não é aceitável num Estado de direito democrático. Quem nos defende não pode ser fonte de insegurança e de desestabilização”, defende Helena Carreiras em declarações à TSF. “As Forças Formadas respeitam e protegem a Constituição, não militam contra ela.”