"O país arde, temos de acordar." Protesto pela floresta mobiliza portugueses de norte a sul
No domingo, pelas 17h00, grupos de cidadãos organizados saem à rua, numa altura em que o país atravessa grandes incêndios. Guida Marques, organizadora da mobilização "O país arde, temos de acordar", em Arganil, explica que sair à rua, neste momento, é uma forma de amparar as comunidades que sofreram com os fogos
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"O país arde, temos de acordar." É este o mote do protesto marcado para este domingo, pelas 17h00, em vários pontos do país. Depois de uma semana crítica em Portugal, é tempo agora de tentar lutar pela mudança. À TSF, Guida Marques diz que esta é a melhor altura para alertar todos para uma melhor gestão florestal.
“Nós achamos que é mesmo importante sair à rua agora e não deixar que as coisas acalmem, porque esse foi o problema de 2017, é que as coisas acalmaram e acalmaram demais e muito pouca coisa foi feita. E nestes anos que ainda estamos todos muito sensibilizados, principalmente nós nesta zona (Arganil), que passámos pelos incêndios de 2017 e nestes dias temos todos revisitado um stress pós-traumático, está a ser muito difícil no sentido emocional, mas queremos que toda a gente sinta que não estão sozinhos e que de forma ou de outra vão ter de ouvir toda uma população a querer de facto que haja uma gestão florestal, que haja um pensamento sobre este território rural que não seja só o abandono”, avança Guida Marques.
O objetivo é claro para todos os que saem à rua: apelar à melhor gestão florestal para prevenir os incêndios e combater a desertificação da floresta. Contudo, Guida Marques explica que o discurso e o apelo ao diálogo, neste protesto, vai variar consoante o local em que é feito: “Será certamente de forma diferente porque a experiência também é diferente, uma área urbana é uma área urbana, nós aqui, ainda por cima porque temos constantemente incêndios, principalmente os de 2017, teremos um outro tipo de discurso. Haverá todo um debate entre nós sobre exatamente o que foi feito depois de 2017, e o que nós sentimos que este território pode vir a ser.”
A organizadora do protesto em Arganil confessa que, no município, as coisas têm corrido bem: “No nosso caso confesso que temos tido um excelente município em relação à floresta, porque temos uma série de projetos de reflorestação autóctone, um deles a floresta da Serra do Açor, portanto há um trabalho a ser feito, e temos a Mata da Margaraça, que foi um grande exemplo daquilo que não arde mesmo quando os fogos são intensos e dramáticos como este. Aqui a ideia é continuar a dar força a estes projetos do município e nós próprios fazermos parte desta solução, com as entidades competentes.”
Nas redes sociais a Emergência Florestal apela a todos que saiam às ruas das aldeias, vilas e cidades, no domingo, dia 22 de setembro, às 17h00.
