Medidas de segurança para Jogos Olímpicos afastam clientes dos comércios parisienses
Como a maioria dos restaurantes do centro da cidade, o de Hélène costuma ter uma grande afluência à hora de almoço, mas desde que as medidas de segurança foram aplicadas tem estado vazio
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A faltarem dois dias do início para o arranque do maior evento desportivo do mundo, que deverá trazer milhões de pessoas a Paris, as ruas estão vazias. No centro da cidade, onde decorre a cerimónia de abertura, os acessos estão limitados. Os comércios e restaurantes queixam-se de sentir um prejuízo na ordem dos 80%.
"Sejam bem-vindos ao meu restaurante… sem clientes", conta à TSF Hélène, responsável de um restaurante no centro da cidade.
Como a maioria dos restaurantes do centro da cidade, o de Hélène costuma ter uma grande afluência à hora de almoço, mas desde que as medidas de segurança foram aplicadas tem estado vazio.
Estas medidas antecipam a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. Foram erguidas 40.000 barreiras de segurança para limitar o acesso ao centro da cidade, onde vai decorrer a cerimónia que vai percorrer seis quilómetros do rio Sena, acompanhada por 300.000 pessoas.
"É uma catástrofe. É um pesadelo. Não há ninguém nas ruas, portanto as lojas estão a fechar as portas umas atrás das outras porque não vale a pena estarmos abertos", conta-nos a dona do restaurante junto ao rio Sena.
É o caso de Sébastien, proprietário de um bar, que fecha as portas temporariamente. "Se não estivessem instalado estas barreiras, a minha esplanada poderia ir até ali ao ângulo. Ccostumo instalar umas dez mesas e cadeiras, mas com estas barreiras, não posso fazer nada", lamenta.
Os comerciantes estão desiludidos, depois de lhes terem sido prometido o dobro da afluência durante os Jogos Olímpicos. Saadia, proprietária de uma loja de lembranças, tem medo de ter de ser obrigada a fechar definitivamente as portas da loja.
"Os meus clientes parisienses foram embora de Paris. Nunca vi Paris tão deserta. Está a ver a rua? Toda a gente foi embora. Se não conseguir vender durante o verão, serei obrigada a fechar as portas da minha loja. Desde a covid que a minha loja está numa situação frágil. Se não conseguir aproveitar do turismo do verão, vou ter mesmo de fechar as portas", contou.
Em resposto, o presidente do comité de organização dos jogos olímpicos de Paris, Tony Estanguet, prelativiza os "inconvenientes": " É um evento que acontece todos os 100 anos… e que pede restrições que podem gerar inconvenientes".
Segundo o presidente do Sindicato dos Comércios e Indústrias da Hotelaria da região parisiense, Frank Delvau, no centro da cidade há comércios que apresentam uma queda de volume de vendas que chega aos 80%.
As autoridades francesas garantem que as barreiras de segurança vão ser retiradas depois da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos que decorre sexta-feira à noite.
