Incêndios. "Problemas de armazenamento" obrigam bombeiros a pedir suspensão de donativos
Os bens doados e que os bombeiros não conseguem consumir estão a ser encaminhados para as pessoas afetadas pelos fogos
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A Liga dos Bombeiros pede aos cidadãos e empresas que suspendam os donativos que estão a ser enviados para os quartéis. Devido aos incêndios, são muitos os bens que têm chegado e as corporações de bombeiros já não têm capacidade de armazenamento. Em declarações à TSF, António Nunes agradece, mas pede uma suspensão da ajuda, uma vez que tem de começar a haver uma "gestão de espaços".
"Os bens, alguns deles são perecíveis, não podem estar no exterior, têm de estar resguardados, portanto, começamos a ter um problema de armazenamento", explica à TSF António Nunes, sublinhando que, agora, é preciso "escoar todas as dádivas" feitas até ao momento.
"Se houver necessidade, nós voltaremos a pedir essa ajuda da comunidade. Neste momento não nos parece que seja necessária, o que não quer dizer que pontualmente não possa ser, mas nós temos de reorganizar a nossa logística para compensar tudo aquilo que nos foi entregue, por forma a não haver nenhum desperdício", afirma.
Os bombeiros estão a encaminhar os bens que não conseguem consumir para as pessoas afetadas pelos fogos. António Nunes deixa um sentido agradecimento: "Só temos de agradecer todo o apoio. Além dos cidadãos, também uma palavra de agradecimento às empresas. O apoio aos bombeiros foi excelente e toca-nos profundamente pelo reconhecimento que vemos que a sociedade tem por nós. Porém, a partir de determinada altura começa a ser, do ponto de vista logístico, um problema para cada um dos corpos de bombeiros."
Sete pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.