"É preciso uma análise fria e calma." João Costa apela à "união" dentro do PS e rejeita "respostas rápidas"
O antigo ministro da Educação refere que "o PS precisa de candidaturas agregadoras" e sublinha que "tem de haver um grande esforço de agregação e de união dentro do partido"
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O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, anunciou a demissão do cargo na noite de eleições, depois de o PS ter obtido um dos piores resultados de sempre, e garantiu que não será recandidato. Num momento em que o PS se prepara para eleger um novo líder, o antigo ministro da Educação João Costa deixa, na TSF, um apelo à união do partido.
"Eu acho que neste momento o Partido Socialista precisa de candidaturas agregadoras, de diferentes posições. Precisa de muita união e não de respostas rápidas, portanto, seja quem for, seja o José Luís Carneiro, seja outra pessoa qualquer, acho que tem de haver um grande esforço de agregação e de união dentro do partido", explica à TSF João Costa, sublinhando que é preciso não ter pressa para tirar conclusões sobre a derrota do PS nas eleições, uma vez que os resultados da esquerda estão a diminuir em todo o mundo.
"Há um contexto global que explica estes resultados. Há um contexto das redes sociais completamente desreguladas, onde a mentira cresce todos os dias, o que também explica estes resultados", considera.
O socialista argumenta que "é preciso uma análise muito fria, muito calma, que chegue a todas estas dimensões, que consiga perceber porque é que os jovens se afastam de alguns valores que considerávamos fundamentais para realinhar a estratégia e perceber exatamente porque é que esta crise, que é uma crise da esquerda por todo o mundo, está a acontecer".
João Costa refere ainda que criar um bloco central seria negativo para a democracia, porque seria entregar o papel da oposição ao Chega.
