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A abertura de restaurantes de grande conforto e luxo tem, como todos os outros de estar na mira da crítica, livre de preconceitos e forçosamente concentrada na objectividade. O Rocco, no Chiado é um espaço gastronómico de muito bom gosto, no tocante ao cardápio e opções e isso basta-me para me alegrar muito.
Ver uma cozinha de perfil mediterrâneo declinada em sabores texturas e produtos especiais, trabalhada por especialistas profundos alegra-me muito. Nas três vezes que visitei senti-me transportado para Itália, ora junto a Florença das matrizes culinárias de alta cozinha, ora em torno de Nápoles das bases mais populares, ora ainda da costa adriática junto ao mar.
Estar no Rocco é como perceber uma complexidade apresentada como extremo de simplicidade, tudo em código aberto.
No bar de ostras, logo à entrada, podemos ficar-nos pela degustação simples de exemplares nacionais do bivalve ou ir até ao mais exótico caviar, acompanhado de champanhe. A experiência é sempre impressionante e é como ser transportado para outro mundo.
Toda a experiência é de luxo, não é apenas uma questão de preço. No jardim de Inverno, temos um espaço arejado e informal, na sala principal assistimos à laboração ao vivo das diversas brigadas - recordo com particular emoção a genial malanzane (beringela) alla parmigiana que me foi servida na minha primeira experiência.
No bar temos a possibilidade de petiscar em cadeiras altas junto ao bar e gozar de delícias como o hot dog de lavagante, um bife tártaro trufado ou um pica-pau de novilho ao mesmo tempo que saboreia um copo de vinho ou um cocktail da sua preferência.
A garrafeirra é impressionante, escolha não falta e é gerida com sageza e ousadia pelo experiente escanção Gonçalo Patraquim. A Baixa ganhou mais um grande lugar enogastronómico.