Rui Moreira considera que são precisas regras "antes que a população se vire contra o turismo"
Ouvido no Fórum TSF desta terça-feira, o autarca do Porto assinala que o turismo é "bom" desde que "doseado e regulado". Lembra ainda os tempos da pandemia, que deixou "as cidades vazias" e os negócios locais "em risco", para fazer valer o seu argumento
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O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, defende a necessidade de olhar com cuidado para o turismo, sem esquecer quem vive e quem trabalha nas cidades. Ainda há tempo para travar a "revolta" da população contra o turismo, ao contrário do que aconteceu em Barcelona e Palma de Maiorca, que não conseguiram evitar o fenómeno, refere igualmente o autarca no Fórum TSF desta terça-feira.
E justifica a sua preocupação: "Se, de repente, um cidadão chega à sua casa e à porta tem um conjunto de atividades que inibem e afetam a sua vida normal, se os próprios lojistas, de repente, veem que à sua porta estão tuk-tuk parados em cima do passeio — coisa que nós vemos todos os dias —, naturalmente que as pessoas se vão revoltar e dizer: 'É de mais.'"
O líder do executivo portuense sublinha que é fundamental que haja regras "antes que a população se vire contra o turismo, que é tão útil".
Caso alguém duvide dessa "utilidade", basta recordar "o tempo da pandemia, em que, de repente, as cidades ficaram vazias". E Rui Moreira acrescenta: "Deixaram de vir os voos de fora e as pequenas atividades, desde a barbearia à lavandaria, entraram em risco."
"O turismo é bom, mas, como tudo na vida, é bom doseado e regulado."
A relação do turismo com a descaraterização dos centros urbanos foi o tema que subiu a debate no Fórum TSF desta terça-feira, a propósito da proposta da Câmara Municipal de Lisboa, que quer proibir a circulação dos tuk-tuk em quase 340 ruas da capital.

