Comissão técnica independente e auditoria europeia, Montenegro admite "anomalias" no SIRESP. Pedro Nuno atira ao Governo: "Nunca falha na propaganda"
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou, desde as 11h30 de segunda-feira, Portugal, Espanha e o Sul de França. Acompanhe tudo em direto na TSF
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A presidente da Comissão Europeia felicitou hoje as populações de Portugal e Espanha pela "responsabilidade coletiva e solidariedade" que demonstraram face a um "apagão sem precedentes".
“Ontem [segunda-feira], cidadãos em Espanha e Portugal, e em algumas partes de França, enfrentaram um apagão sem precedentes. Quero felicitá-los pela calma e civismo […], demonstraram responsabilidade coletiva e solidariedade”, disse Ursula von der Leyen, na qualidade de elemento do Partido Popular Europeu (PPE), durante o congresso desta família política, na cidade espanhola de Valência (leste).
A presidente do executivo comunitário também agradeceu a todos os “polícias, bombeiros e controladores de tráfego” que “trabalharam sob imensa pressão para proteger os cidadãos e preservar a ordem”.
O Departamento de Estado norte-americano manifestou esta terça-feira “curiosidade” no apuramento das causas do apagão generalizado de segunda-feira em Portugal e Espanha, que qualificou de “assustador”.
"Estamos curiosos para saber [as causas do que aconteceu]. Foi uma visão assustadora para os nossos amigos em Espanha e em Portugal", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Tammy Bruce.
Bruce não respondeu a perguntas sobre se os Estados Unidos têm informações sobre a origem da falha de energia e encaminhou a imprensa para os governos de Portugal e Espanha.
A responsável observou que não houve "qualquer impacto na operação" das missões diplomáticas norte-americanas em Espanha e Portugal, e explicou que a energia foi "totalmente restabelecida esta manhã".
A Iniciativa Liberal defendeu hoje que comissão técnica independente criada pelo Governo poderá ser eficaz para chegar a conclusões sobre o apagão, enquanto o Livre defendeu que esta entidade deveria tomar posse antes das eleições.
As autoridades espanholas investigam a causa de cinco mortes no país na segunda-feira que podem estar relacionadas com o apagão na Península Ibérica, disseram hoje várias fontes oficiais.
Uma família de três pessoas com idades entre os 56 e os 81 anos foi encontrada morta hoje em casa numa localidade de Ourense, na Galiza (norte de Espanha), por alegada intoxicação com monóxido de carbono.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse esta terça-feira que "correu tudo muitíssimo bem, sem constrangimentos" na Saúde durante o apagão que atingiu Portugal esta segunda-feira.
"O Serviço Nacional de Saúde tem uma grande resiliência e dá uma resposta muito eficaz e muito eficiente a todos os desafios, neste caso inédito", disse a ministra no Hospital Garcia de Orta, em Almada, realçando a inexistência de "notícias" sobre casos no SNS.
Questionada sobre a capacidade dos geradores nos hospitais, Ana Paula Martins assume que há "uma série de áreas que vão ser o foco de atenção nas próximas semanas" e que a "autonomia desses geradores varia muito".
"É um plano em que estamos a trabalhar desde ontem", referiu a governante.
Ana Paula Martins diz que não tem qualquer informação além da que já é pública sobre os problemas registados no INEM: "Não ficou nenhuma pessoa por contactar ou socorrer."
"Por mais redundâncias que haja ou por mais capacidade que o gerador do INEM tenha, é normal que haja uma fase em que possa haver mais dificuldade no contacto", explica.
A ministra da Saúde recusou fazer comentários sobre o SIRESP: "Não me cabe a mim."
Sobre as consultas e cirurgias adiadas, a governante diz que o levantamento está a ser feito pela Direção Executiva do SNS, mas garante que o que foi feito foi por "razões de segurança". O reagendamento "cabe às unidades de saúde".
Sobre os constrangimentos nos hospitais da margem sul do Tejo, Ana Paula Martins garante que estão a ser encontradas "soluções de curto, médio e longo prazo", mas também assegura que "não é de agora" que há problemas nessas unidades.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, assume estar "absolutamente surpreendido" com as críticas feitas pelo líder do PS à gestão da crise energética. Considera mesmo que estas considerações foram "o maior tiro ao lado" de Pedro Nuno Santos.
O governante considera que os portugueses podem reconhecer si próprios o "estilo firme, de que manteve a calma numa altura muito exigente" com que o Governo lidou com uma das situações "mais exigentes dos últimos tempos". As ilações do líder dos socialistas são por isso, na sua visão, um "aproveitamento político paroquial e provinciano".
"O primeiro-ministro deu uma resposta à altura", defende, destacando que também o ministro da Presidência procurou falar ao país de forma imediata através das rádios.
A decisão de manter a central da Tapada do Outeiro em funcionamento, por exemplo, foi "crucial" para garantir o restabelecimento da energia num "horário aceitável". Fala por isso numa resposta "estrutural do Governo" e afirma que as declarações de Pedro Nuno Santos só podem resultar de um "ato de desespero", que não contribuem para o sentido de Estado, e que são mais "próprias" de um partido como o Chega.
Garante ainda que, da parte do PSD, houve desde sempre um "denuncia clara" da estratégia de interligação energética de António Costa. Do plano interno, diz, é preciso criar "mais autonomia energética".
Sobre a recomendação de Bruxelas para a criação de um kit de emergência, Paulo Rangel afirma que a medida faz "todo o sentido", mas esclarece que não se trata de um "alarmismo" para acautelar um "cenário de guerra".
Elogia ainda a reação do país, que foi "madura".
Enquanto recolhe informação sobre as causas do apagão que afetou integralmente Portugal e Espanha, a Comissão Europeia sublinha a importância aos Estados-Membros reforçarem a preparação da população para situações de emergência, adequadas às realidades nacionais.
A porta-voz de Ursula von der Leyen, Paula Pinho, afirma que a Comissão está a trabalhar com as autoridades nacionais e europeias para apurar as causas da falha que deixou às escuras dois países da União Europeia.
O Livre considerou esta terça-feira que a atuação do Governo após o apagão "não foi a ideal" e propõe uma comissão parlamentar que avalie este caso e elabore planos de contingência, nomeadamente para instituições como a Assembleia da República.
Em declarações aos jornalistas, no parlamento, Rui Tavares admitiu que o formato desta comissão parlamentar tanto pode ser de inquérito ou eventual e que deverá elaborar um relatório até ao final deste ano com "recomendações muito claras para todo este tipo de situações".
De acordo com o dirigente do Livre, esta comissão deve utilizar o apagão registado na segunda-feira como um "caso de estudo", perceber as suas origens e "estabelecer recomendações para planos de contingência não só para infraestruturas críticas", mas também para instituições como o parlamento, a residência do primeiro-ministro ou o Palácio de Belém.
O presidente do Chega disse esta terça-feira que o partido vai pedir ao Governo uma auditoria, feita por uma entidade independente, para esclarecer as causas do apagão que deixou o país sem luz durante várias horas na segunda-feira.
"Hoje temos uma reunião com o Governo em que o nosso grupo parlamentar estará presente. Nós vamos pedir uma auditoria urgente, que pode ser até conduzida por serviços independentes, para sabermos exatamente o que é que se passou e podermos evitar que isto aconteça no futuro", afirmou.
André Ventura falava aos jornalistas antes de uma visita à Sagalexpo, que decorre na FIL, em Lisboa.
O presidente da Câmara de Mirandela afirmou esta terça-feira à Lusa que ainda estão a registar-se constrangimentos no abastecimento de água nas zonas altas da cidade, na sequência do apagão desta segunda-feira.
Segundo Vítor Correia, os primeiros problemas naquele concelho do distrito de Bragança foram assinalados já ao início da noite de segunda-feira, entre as 21:00 e as 22:00, e ainda não foi possível restabelecer o fornecimento em alguns locais da área urbana, esperando-se que a água possa regressar por volta da hora do jantar.
“A água é proveniente da albufeira do Azibo e fornecida em alta pela Águas do Norte. Tendo em conta a falha de ontem [segunda-feira] de energia e que em Macedo de Cavaleiros, onde fica a barragem, e que só foi retomada por volta das 23:00, fragilizou o abastecimento e os depósitos ficaram em baixo”, explicou Vítor Correia, acrescentando que estava a haver consumo sem reposição.
Depois do regresso da energia elétrica, começaram a ser feitas as reposições dos depósitos, enquanto em simultâneo continuam a ser feitos os habituais consumos da população.
“Por isso, nas partes mais altas da cidade ainda está a haver algumas dificuldades das águas chegarem ao local. Os depósitos têm vindo a recuperar, mas ainda não estão no ponto ótimo”, admitiu Vítor Correia, salvaguardando que no resto do concelho a situação está normal.
A água está a ser bombeada para os depósitos “no seu máximo”, garantiu o autarca, só que o Azibo abastece dois concelhos e, no caso de Mirandela, mais a jusante, chega por gravidade, e como tal “demora mais”.
Apesar de se prever que a água volte em pleno por toda a cidade pela hora do jantar, é previsível que ainda falte pressão.
Durante a noite, com os consumos a baixar, e se não se registarem estragos nas condutas, o que por vezes acontece quando há oscilações na pressão, tudo deve engrenar na normalidade.
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O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirma que Portugal viveu também um "apagão no Governo central" que originou "falta de liderança, orientação e apoio" num momento em que os portugueses mais precisavam.
"Recordo que o responsável máximo pela Proteção Civil é o primeiro-ministro", atira, sublinhando que durante horas "milhões de pessoas" ficaram sem acesso a informação fiável, quando se espera uma resposta célere.
"O Governo falhou. Falhou na comunicação e falhou sobretudo no seu dever de proteger e informar os cidadãos em tempo útil", aponta, defendendo que faltou uma "voz de comando e serenidade".
Pedro Nuno considera que o Executivo deveria ter usado "a rádio de hora a hora" para transmitir informação. Em vez disso, o primeiro-ministro falou "mas não disse nada de relevante".
"Estivemos bastante tempo com notícias falsas e alarmantes a circular", lembra, lamentando que o Governo não tenha desmentido mais cedo.
Mas o líder dos socialistas considera que o que se viveu esta segunda-feira não é novo: "Fez-nos lembrar os incêndios de 2024 e mais recente crise no INEM. Momentos críticos em que o Governo desapareceu", aponta.
"Depois de vários meses em que vivemos um drama nas urgências de obstetrícia", Luís Montenegro falou ontem à noite à porta da maternidade Alfredo da Costa, o que leva Pedro Nuno a acusar o Governo de "falhar sempre na resposta à crise", mas "nunca na propaganda".
Destaca o trabalho da Proteção Civil municipal, sem comando "central", e a solidariedade dos cidadãos, a quem deixa um agradecimento por terem "mantido o país" em pé.
Embora falte muita informação, sublinha que o que se passou não teve nada que ver com a falta de capacidade de produção nacional. É, por isso, preciso continuar a reforçar a rede e garantir a sua manutenção.
"Se a REN fosse pública, nós teríamos um apagão na mesma", acredita, afirmando que o problema não se prende com a propriedade da empresa ou o encerramento das centrais a carvão que evitariam a crise que afetou ontem o país.
O debate entre os líderes da AD e do PS no âmbito das eleições legislativas foi reagendado para as 20h30 de quarta-feira, na Nova SBE, em Carcavelos, confirmou a Lusa junto de fonte da direção da RTP.
O debate televisivo entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, esteve previsto para segunda-feira, mas foi adiado devido ao apagão elétrico.
O frente-a-frente será transmitido em simultâneo pelos três canais generalistas, a RTP, a SIC e a TVI.
Pedro Nuno Santos admite ainda que o país deu respostas "difíceis e corajosas", mas entende que a "coordenação nacional falhou". Destaca mais uma vez a falta de comunicação com os cidadãos, reforçando que o Executivo deveria ter recorrido à rádio "de hora a hora", o que gerou um "grande sentimento de insegurança".
Fala ainda num "padrão de comportamento" na gestão das várias crises, lamentando a "desresponsabilização" dos vários governantes.
"Alguém consegue explicar que perante a crise que tivemos ontem não tenhamos nunca visto a ministra da Administração Interna e a ministra do Ambiente?", questiona.
Os próximos anos são de grande incerteza, salienta, defendendo que o Governo tem demonstrado incapacidade para lidar com as crises que se apresentam.
"Temos um Governo que esteve ao longo do último ano em permanente campanha eleitoral em vez de resolver os problemas", acusa, contrapondo a gestão do PS nas crises dos combustíveis e da pandemia.
O líder do PS sublinha ainda que não foi por falta de capacidade de produção que Portugal importou energia a Espanha. Antes, fê-lo porque o "mercado ibérico permite a Portugal fornecer às famílias a energia mais barata a cada momento".
Lembra que Portugal exporta mais energia a Espanha do importa, na maioria das vezes e reforça que o apagão teria acontecido na mesma se a REN fosse pública.
Montenegro reconhece que existiram algumas falhas no funcionamento do SIRESP, mas destaca que "sistema de Proteção Civil funcionou e muito bem". Sobre a comunicação do Executivo, o primeiro-ministro volta a reiterar que fizeram tudo para "falar e dar algumas orientações" sobre a informação que tinham.
As coisas podiam ter funcionado melhor? Pois, estamos sempre a tempo e disponíveis para aprimorar procedimentos, mas Portugal teve uma reação muito positiva a uma situação grave, inédita e inesperada.
"A situação não está completamente normalizada, mas a caminho disso", conclui.
Questionado pelos jornalistas sobre a comissão técnica independente, o ainda primeiro-ministros recusa resutados "rápidos e à pressa" e remete trabalhos para a próxima legislatura.
O primeiro-ministro destaca a "resposta altamente positiva" do Governo perante uma "situação grave, inédita e inesperada". Numa comunicação ao país, em São Bento, Montenegro realça ainda o trabalho de todos, nomeadamente dos bombeiros, da proteção civil e dos profissionais que trabalham nos transportes públicos.
Do ponto de vista de eletricidade, "o país está ligado com normalidade" com o "sistema a funcionar de forma autónoma", prossegue. Para o primeiro-ministro em gestão, é "importante" que os portugueses saibam que "há capacidade para reiniciar o sistema".
Luís Montenegro recupera aquilo que já constava no comunicado de Conselho de Ministros desta manhã e deu novamente conta da situação nas escolas, hospitais e postos de abastecimento, onde tudo está a regressar à normalidade. Assim, os serviços essenciais “estão a funcionar” e o restabelecimento foi “mais rápido em Portugal do que em Espanha, não obstante Espanha ter interligação com França e Marrocos”.
Perante o apagão, o Governo decidiu criar uma comissão técnica independente que "faça uma avaliação aos mecanismos de reação e gestão desta crise, da resiliência do sistema elétrico e os serviços críticos, de comunicação e também da área da Saúde". Montenegro explica que da comissão deverão fazer parte sete pessoas: um especialista da área de energia, das comunicações, proteção civil, saúde e outras três indicadas pela Assembleia da República.
A declaração de crise energética termina às 23h59 desta terça-feira, garante.
O primeiro-ministro refere ainda que foram alargados os prazos para quem tinha obrigações fiscais para cumprir na segunda-feira e para quem pretende inscrever-se no voto antecipado.
Montenegro diz ainda que a decisão de prolongar até março de 2026 a função de black start da Tapada do Outeiro já estava tomada, mas quer prolongar essa capacidade até março de 2030. Além disso, o Executivo quer inserir essa função em mais centrais, nomeadamente do Alqueva e do baixo Sabor.
O vice-presidente da Ordem dos Engenheiros explica que o black start — a reposição de energia a partir do zero — é um "mecanismo complexo e de progressão muito lenta", que exige garantias de segurança, para evitar que "volte a cair tudo".
Ouvido no Fórum TSF desta terça-feira, Jorge Liça defende que o apagão levanta o véu sobre duas questões fundamentais: como garantir que a compra de energia trans-fronteiriça é feita em condições de segurança e, em caso de blackout, que mecanismos deve o sistema elétrico ter?
O vice-presidente da Ordem dos Engenheiros destaca a importância de garantir os benefícios do mercado ibérico. Mas, para isso, diz, é preciso perceber de que forma é que a compra de energia trans-fronteiriça pode ser feita em condições de segurança.
Este pressuposto implica desde logo uma especial atenção no que diz respeito às "quantidades adequadas de importação ou exportação", que devem ser calculadas com base nas "condições de segurança do sistema elétrico".
Mas agora é preciso também refletir sobre o plano de restabelecimento de energia: "Havendo um blackout, que mecanismos o nosso sistema elétrico deve ter?"
Jorge Liça refere que a resposta a esta questão ecoa num estudo aperfeiçoado deste sistema e na elaboração de simulacros. "E eu julgo que sim. [Os mecanismos do nosso sistema elétrico] estavam perfeitamente estudados e simulados", confessa.
O vice-presidente da Ordem dos Engenheiros sublinha que estas preocupações são fundamentais, até porque a reposição de energia a partir do zero — também chamado black start — "é um mecanismo complexo e de progressão muito lenta", que exige, acima de tudo, garantias de segurança.
"Porque este restabelecimento, se não correr bem, pode voltar a cair tudo", argumenta.
O presidente da E-Redes, José Ferrari Careto, ouvido no Fórum TSF desta terça-feira, destaca que a capacidade de resposta na recuperação do serviço energético "correu bastante bem" e elogia a articulação da empresa com a REN.
"Outra coisa que correu bastante bem foi a articulação entre a REN e a E-Redes, no sentido em que trabalhos muito em conjunto para operacionalizar o regresso à exploração das diferentes subestações que compõem a nossa rede", defende.
O maior desafio neste processo complexo de reabastecimento energético passou então por "fazer entrar consumo à medida que entrava geração na rede, para manter o consumo e a geração perfeitamente equilibrados", explica.
A especialista em segurança Ana Miguel dos Santos ouvida pela TSF esta manhã.
O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Xavier Barreto, adianta que a situação nos hospitais está "normalizada" e "toda" a atividade foi retomada.
Apesar de terem atravessado "momentos muito difíceis", que "testaram" os profissionais de saúde, Xavier Barreto, ouvido no Fórum TSF, faz uma apreciação positiva da rápida capacidade de resposta destas instituições, que também foram moldadas pelo período da pandemia.
"Apesar da dificuldade, houve uma articulação muito próxima entre a Proteção Civil, Governo, Municípios e a Direção-Executiva do SNS com os seus hospitais e ULS. Não houve impacto nos doentes", garante.
Depois deste "momento de aprendizagem", agora é tempo de reavaliar stocks, o reabastecimento de água, os stocks de combustíveis e às vezes até a ligação de alguns equipamentos.
"Fomos confrontados com a necessidade de avaliar as nossas reservas de combustíveis, até quando é que podíamos manter os geradores a funcionar. Nem todos os hospitais estavam na mesma situação. Havia hospitais numa situação mais crítica e foram priorizados no abastecimento, mas todos os hospitais montaram as suas estruturas de gestão de crise", nota, acrescentando que o planeamento foi feito tendo em conta "o pior cenário".
Além da falhar de energia, houve também problemas com a escassez de água nos hospitais.
Também a Ordem dos Médicos criou na segunda-feira uma célula de crise com o Ministério da Saúde e instituições do setor para dar resposta às necessidades. Os hospitais responderam com geradores e focaram a sua resposta aos casos mais críticos.
O bastonário da Ordem dos Médicos adianta que a comunicação foi o maior desafio dos profissionais. Carlos Cortes acrescenta que houve também dificuldades de comunicação com o INEM.
"Assentou na falha das comunicações e também em alguns pontos de maior dificuldade, nomeadamente em Lisboa, tendo em conta que Lisboa só mais tarde é que começou a restabelecer o sistema de rede elétrica. Havia uma perspetiva de dificuldades na manutenção dos geradores, no bom funcionamento dos geradores de vários hospitais", explica.
O bastonário sublinha ainda que o apagão afetou hospitais em todo o país, sendo que as instalações de Coimbra foram os primeiros ver a situação resolvida, seguidas dos hospitais do Norte e depois Lisboa.
Ainda não existe informação sobre se existiu um maior fluxo das urgências, mas Carlos Cortes afirma que os hospitais organizaram um reforço na equipa.
Centenas de passageiros aguardam a entrega das respetivas bagagens no aeroporto Humberto Delgado, Lisboa, que na segunda-feira não foram imediatamente desembarcadas no momento das chegadas devido ao apagão.
A longa fila de passageiros que aguardam esta terça-feira de manhã a entrega das bagagens é formada por centenas de pessoas, entre a zonas de chegadas e de partidas, frente a um pequeno gabinete com a inscrição: "Irregularidades com bagagens / Perdidos e Achados".
Um passageiro que chegou na segunda-feira da África do Sul disse à Lusa que tenta desde o momento de desembarque receber as malas e uma bicicleta dobrável.
"As bagagens não estão perdidas mas é a segunda vez que faço esta fila desde ontem [segunda-feira]. Por motivos ligados com a falha de eletricidade, as bagagens não foram diretamente para o tapete das malas. Ficaram no avião e disseram-nos que as poderíamos levantar depois", lamentou à Lusa o passageiro sul-africano Martin Roberts.
Um outro passageiro que chegou dos Estados Unidos, a meio da manhã, e que espera viajar hoje à noite num voo com destino a Luanda, Angola, contou que tem de recuperar as bagagens para poder embarcar.
No aeroporto de Lisboa, às 11h00 a maior parte dos controlos de embarque (check in) estão a funcionar, verificando-se sete voos cancelados.
A empresa responsável pela gestão da rede elétrica de Espanha descartou esta terça-feira a possibilidade de o apagão de segunda-feira na Península Ibérica ter sido provocado por um ciberataque à companhia.
"Com as análises que podemos realizar até agora, podemos descartar um incidente de cibersegurança nas instalações da Red Elétrica", disse o diretor de operações da Red Elétrica de Espanha (REE), Eduardo Prieto, numa conferência de imprensa em Madrid.
Prieto insistiu em que não foi detetada "nenhuma intrusão" nos sistemas de controlo da empresa.
O ministro da Presidência reconheceu, no Fórum TSF, que há situações a melhorar depois do apagão de ontem e rejeitou as críticas de que o Governo tenha demorado a reagir ao problema.
No caso das operadoras moveis, todas tiveram problemas e ficaram inacessíveis muito cedo. Para Leitão Amaro, é preciso outra capacidade de resposta nestas situações.
O presidente da Assembleia da República convocou os partidos com representação parlamentar para uma reunião com o Governo, pelas 14h00, para se fazer um ponto da situação do apagão ocorrido na segunda-feira em território continental.
Na missiva, à qual a agência Lusa teve acesso, José Pedro Aguiar-Branco indica que a reunião terá como “objetivo a apresentação de um ponto de situação sobre o incidente ocorrido ontem, 28 de abril, na rede elétrica nacional”.
O ministro das infraestruturas, Miguel Pinto Luz, diz que ainda é cedo para perceber o que esteve na origem do apagão, mas sublinha: "Restabelecemos antes da rede de Espanha. (...) Garantimos que, pelas 06h00 de hoje, mais de 6,4 milhões de clientes têm o restabelecimento da sua rede elétrica. A Saúde funcionou, os geradores não falharam e a Proteção Civil funcionou."
A circulação nas Linhas Azul e Vermelha do Metropolitano de Lisboa (ML) foi já retomada esta manhã, esperando-se o restabelecimento na Amarela e Verde em breve, informou a empresa.
A circulação no Metropolitano de Lisboa foi interrompida na segunda-feira devido ao apagão no abastecimento elétrico.
“O Metropolitano de Lisboa teve uma vasta equipa a trabalhar durante a noite de ontem [segunda-feira] e a madrugada de hoje para assegurar a reposição dos sistemas operacionais afetados pela falha generalizada de energia ontem ocorrida”, informou hoje o ML em comunicado.
De acordo com a empresa registam-se ainda constrangimentos em alguns sistemas, que estão a ser acompanhados e intervencionados.
Ouvido pela TSF, Miguel Pinto Luz recusa que se tenha escondido e elogia a comunicação do Executivo, através do "meio mais resiliente numa situação destas": a rádio.
Em relação às mensagens do INEM, o ministro nota que era "impossível fazermos diferente", uma vez que as redes de telecomunicações estavam em baixos, e aponta melhorias para o futuro.
A circulação no Metropolitano de Lisboa (ML) foi retomada na totalidade às 08h38, depois de ter estado suspensa devido ao apagão no abastecimento elétrico na segunda-feira, disse à agência Lusa fonte da empresa.
De acordo com a mesma fonte, a circulação foi retomada nas Linhas Azul e Vermelha às 08h00, na Amarela às 08h15 e na Verde às 08h38.
A GNR fala num "regresso progressivo à normalidade", mas avisa que a "sinalização luminosa poderá ainda estar temporariamente indisponível em alguns locais", esta terça-feira.
A GNR mantém-se atenta e disponível para continuar a apoiar a população, com especial atenção à circulação rodoviária,
Sobre a situação excecional vivida na segunda-feira, a GNR refere que "reforçou o policiamento e a vigilância nas áreas mais críticas", nomeadamente em hipermercados, nas zonas industriais e nos postos de abastecimento de combustíveis.
Além disso, "no âmbito das ações desenvolvidas, a GNR realizou um transporte através de meios próprios (cisterna) e garantiu a escolta de transportes de combustíveis com destino aos Hospitais de Santa Marta, Dona Estefânia, São José, Curry Cabral, IPO Lisboa, CUF Tejo, CUF Descobertas, São Francisco Xavier e Santa Cruz".
Estas operações visaram transportar e garantir a segurança dos veículos de transporte de combustível, que foram fundamentais para a reposição das reservas estratégicas hospitalares, indispensáveis e essenciais ao normal funcionamento das mesmas.
O Presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, confirma à TSF que as escolas "vão abrir normalmente" esta terça-feira. Os constrangimentos que se podem verificar são "ao nível dos transportes", sobretudo na Região de Lisboa.
Filinto Lima ressalva que cada diretor "tem autonomia para decidir" se abre ou não as escolas, consoante as condições de segurança. "Mas estou convencidos de que quase 100% das escolas públicas portuguesas abrem esta manhã", acrescenta.
Sobre o apagão, Filinto Lima reconhece que foi "um dia diferente" e elogia a capacidade de resposta dos diretores das escolas.
O Governo faz um ponto de situação e informa que o país "está ligado, com normalidade". Todos os 6,4 milhões de clientes estão alimentados, exceto 800 por avaria não relacionada.
Num comunicado, a presidência do Conselho de Ministros refere ainda que o abastecimento de água está a funcionar em praticamente todo o país.
Em relação aos transportes públicos, o Executo confirma que ainda existem perturbações em algumas linhas do metro, "devido a problemas distinto em data center, em reposição gradual". Os comboios estão a funcionar.
A orientação do Ministério da Educação é para abrirem as escolas. Nos serviços de saúde a situação está estabilizada.
Imagine-se em casa. Não há luz na habitação, não há luz pública, está tudo escuro. O fogão, imagine, é também elétrico, tudo é elétrico, tudo precisa de luz. Nada funciona. Há que manter a calma. Por isso, leia com atenção até ao final este artigo. Pode ajudá-lo a resolver alguns problemas.
Um apagão atingiu, esta segunda-feira, Portugal continental, Espanha e sul de França, com as falhas de energia a afetar hospitais, transportes, aeroportos e telecomunicações. Pode ser algo insólito, mas não é a primeira vez que acontece. É preciso recuar mais de duas décadas para recordar um apagão geral como este: foi há quase 25 anos que o nosso país passou por um episódio semelhante.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou esta segunda-feira toda a Península Ibérica sem eletricidade durante várias horas, sem que sejam ainda conhecidas as causas, e o fornecimento de energia está a ser restabelecido de forma gradual.
O apagão registou-se às 11h30 de Lisboa e a situação estendia-se a toda a Península Ibérica e parte do território francês, confirmou a REN – Redes Energéticas Nacionais ao final da manhã, avançando que os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia já estavam a ser ativados.
Pouco depois das 15h00, mais de três horas após o corte energético e depois de serem divulgadas várias notícias falsas sobre as causas, o primeiro-ministro falou aos jornalistas e afirmou que "tudo aponta" para que a origem da falha de energia esteja na interconexão com a Espanha, admitindo que "nada está afastado", mas não existem quaisquer indicações de um ataque cibernético.
Todas as subestações elétricas de Espanha já tinham energia às 05h00 desta terça-feira (04h00 em Lisboa) após o apagão de segunda-feira, disse a distribuidora Red Eléctrica.
Segundo a empresa espanhola, estava restabelecido o equivalente de 92,1% da procura de eletricidade no território continental de Espanha.
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu que o serviço está totalmente reposto e normalizado.
O Metro do Porto está a funcionar dentro da normalidade.
Numa nota publicada no site, a empresa já tinha dado conta de que a retoma do serviço iria "decorrer, de forma faseada e progressiva, ao longo da noite, havendo condições para garantir o normal funcionamento a partir das 06h00 desta terça-feira".
Em Lisboa, as linhas de metro continuam fechadas. A circulação não teve início às 06h30 como habitualmente, mas deverá reabrir ainda durante a manhã.
A Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), proprietária e gestora da rede Multibanco, afirma que os serviços prestados pela empresa estão a funcionar, ainda que dentro dos constrangimentos atuais do apagão.
Na sequência da falha de eletricidade verificada em toda a Península Ibérica, e contactada pela Lusa, a SIBS informou que "está desde o primeiro momento a acompanhar a situação, estando as equipas a trabalhar para manter o normal funcionamento dos serviços prestados pela empresa".
Atualmente, "os serviços prestados pela SIBS estão operacionais e a funcionar dentro dos constrangimentos atuais", anunciou a empresa de pagamentos, que detém o MB Way.
Os estabelecimentos de ensino de Portugal continental devem reabrir hoje e funcionar com toda a normalidade, após o apagão de segunda-feira, de acordo com informação do Ministério da Educação.
"Atendendo à reposição de energia elétrica e de fornecimento de água em todo o país durante a noite, os estabelecimentos de ensino devem hoje, terça-feira, reabrir e funcionar com toda a normalidade", diz o ministério, em comunicado.
A circulação de comboios da Fertagus, que faz a ligação entre Lisboa e a Margem Sul, está hoje normalizada, depois de ter estado suspensa durante segunda-feira devido ao apagão no abastecimento elétrico, informou a empresa.
Segundo informação disponível na página da Fertagus na rede social Facebook, a circulação de comboios foi interrompida cerca das 11h30 de segunda-feira por falta de tensão na catenária.
Bom dia! Reabrimos o liveblog para acompanhar o regresso à normalidade do país, após o apagão de segunda-feira.
O líder socialista considerou que Portugal viveu hoje "um momento de tremenda anormalidade" com o apagão no fornecimento de eletricidade e criticou a resposta da Proteção Civil.
"A gestão de comunicação numa qualquer crise nunca é fácil, mas hoje exigia-se mais informação e celeridade por parte da Proteção Civil", escreveu Pedro Nuno Santos numa publicação na rede social X, já depois de o fornecimento de energia elétrica ter começado a regressar à normalidade.
O secretário-geral do PS deixou, contudo, "uma palavra de solidariedade e agradecimento para todos os profissionais de saúde, de segurança e emergência que foram fundamentais no apoio às populações".
"Num instante, aquilo que tomamos como garantido desapareceu, e o nosso quotidiano sofreu uma profunda alteração. De repente, o que era simples tornou-se difícil; o que era rotineiro tornou-se um desafio", escreveu ainda Pedro Nuno Santos.
Os centros de Saúde da Unidade Local de Saúde (ULS) Almada-Seixal estarão encerrados na terça-feira e as consultas não urgentes programadas para o Hospital Garca de Orta serão canceladas devido ao apagão que afetou esta segunda-feira o país.
Em comunicado, que a Lusa recebeu pelas 20h15, a ULS Almada-Seixal (ULSAS) explica que a situação será reavaliada às primeiras horas da manhã de terça-feira, altura em que será feito novo ponto de situação.
O agrupamento de escolas da Mealhada, no distrito de Aveiro, determinou hoje o encerramento dos estabelecimentos de ensino na terça-feira, na sequência do apagão energético, anunciou a Câmara Municipal.
Numa curta nota publicada nas redes sociais, a Câmara revelou que, de acordo com o diretor do Agrupamento de Escolas da Mealhada, “atenta a atual situação de falta de energia elétrica e fornecimento de água e considerando que não há previsão para reposição da normalidade por parte das autoridades e serviços competentes”, determina-se que as escolas e jardins-de-infância permaneçam encerrados na terça-feira.
A nota publicada pela Câmara é assinada pelo diretor do agrupamento, Fernando José Nunes Trindade.
A REN – Redes Energéticas Nacionais informou que 2,5 milhões de consumidores tinham eletricidade até às 22h00, estando apenas quatro subestações elétricas por ligar, incluindo duas zonas de maior densidade populacional, Almada Oeste e Portimão.
Em comunicado, a REN informa que até às 22h00 já tinha conseguido fazer chegar a energia a 85 das suas 89 subestações e estações de corte, no âmbito da operação de reenergização do sistema elétrico nacional, afetado pelo apagão desta manhã.
"As subestações de Trafaria, Divor, Estremoz e Portimão são as que ainda não conseguem receber energia, situação que a REN espera resolver ainda durante o dia de hoje", afirmou a gestora da rede energética nacional.
"As zonas de maior densidade populacional ainda afetadas são Almada Oeste e a cidade de Portimão", adiantou.
Atualmente, existem cerca de 6,5 milhões de consumidores de eletricidade.
Gritos e aplausos foram ouvidos em São Mamede Infesta, no concelho de Matosinhos, no momento em que regressou a eletricidade no concelho.
O Ministério da Educação afirma que são os diretores escolares e os municípios que devem decidir sobre as condições de funcionamento de cada estabelecimento de ensino.
"A competência para avaliar e decidir sobre as condições de funcionamento de cada um dos estabelecimentos de educação e ensino é dos Diretores(as), em estreita articulação com os municípios dado o seu papel no território, nomeadamente no que concerne à Proteção Civil, sendo que a prioridade absoluta é a segurança das crianças/alunos(as). Assim, a abertura das escolas no dia de amanhã, terça-feira, 29 de abril, deverá ser considerada tendo em conta as referidas circunstâncias, em direta articulação com as autarquias", afirma o ministério, numa informação enviada aos agrupamentos escolares e escolas não agrupadas, sublinhando que "a retoma do serviço de eletricidade não se está a processar de forma simultânea em todo o território nacional, pelo que as decisões a tomar têm de ter em consideração circunstâncias diferenciadas".
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirma que o Governo criou logo um gabinete de crise "que desde a primeira hora se concentrou na gestão de uma situação inédita e inesperada".
O líder do Executivo afirma que a rede elétrica nacional foi isolada de Espanha e ativou a rede de geradores, tendo várias instituições como as Forças Armadas criado os próprios gabinetes de crise.
"Estive em contacto permanente com o Presidente da República e contactei com o líder do maior partido da oposição, a presidente da Comissão Europeia, o presidente do Conselho Europeu e o líder do Governo espanhol", referiu.
Luís Montenegro garante que o Conselho de Ministros decretou a situação de crise energética acompanhou a manutenção de fornecimento de energia os serviços essenciais como as unidades de saúde, órgãos de soberania, forças de segurança, as telecomunicações, os transportes, os órgãos de comunicação social, entre outras, tendo instruído os fornecedores de combustíveis para abastecer estes serviços.
Relativamente ao tráfego aéreo, o Governo garante que esteve em contacto com a ANA para responder aos passageiros que se encontravam no Aeroporto de Lisboa. Além disso, instruiu as escolas do ensino pré-primário e do primeiro ciclo para manterem as crianças nas instituições até chegarem os pais.
"Em muitas regiões do país a eletricidade já foi restabelecida sendo expectável que haja um restabelecimento total nas próximas horas", anuncia.
O primeiro-ministro enaltece o "comportamento cívico" dos cidadãos e deixa um agradecimento às forças de segurança.
"Apelo a todos que mantenham essa serenidade e o pleno respeito pela ordem", pede, garantindo que já está a "trabalhar com a REN" para evitar situações como esta.
Montenegro diz que "não há ainda um apuramento cabal" das causas do apagão, mas que há elementos que apontam que "não está relacionada com a rede elétrica portuguesa", estando relacionado com a espanhola e com um "aumento abrupto da tensão na rede elétrica espanhola".
O primeiro-ministro congratula-se com o regresso da energia elétrica em praticamente toda a Grande Lisboa, mostrando preocupação com a situação na Beira Baixa, Alentejo e Setúbal.
Questionado sobre os serviços de emergência, o líder do Executivo garante que foi a situação nos hospitais foi a "mais difícil de gerir", devido à gestão dos combustíveis que alimentam os geradores. No entanto, "não houve nenhuma situação limite" e "não houve nenhuma situação que tivesse colocado em causa a prestação de serviços de saúde".
Montenegro afirma que nesta terça-feira já deverá estar de regresso a normalidade e não se prevê qualquer constrangimento: "Relativamente às escolas, não vemos razão para que não possam abrir amanhã numa situação de normalidade, se não houver nenhuma perturbação no restabelecimento."
"A questão que nos conduziu a esta situação não é uma questão de autonomia. Nós temos capacidade para produzir e distribuir energia, mas nós temos uma ligação a Espanha. Quando isto aconteceu, é verdade que, por razões financeiras, estávamos a importar energia de Espanha, porque estava a um preço mais competitivo. Mas mesmo que assim não fosse, fruto dessa ligação, o apagão em Espanha teria provocado o mesmo efeito em Portugal", esclarece.
O primeiro-ministro afirma que no futuro tem de haver sistemas que evitem este tipo de apagões e afirma que "ao contrário de Espanha que teve ajuda de outros países", Portugal está "dependente de Espanha".
Segundo apurou a TSF, a eletricidade já começou a ser reposta em algumas zonas do Porto, Maia, Matosinhos e Aveiro.
Rui Lázaro, do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, confirma que ainda há constrangimentos nas comunicações dentro do INEM, só sendo possível através da rede SIRESP.
"São constrangimentos difíceis de entender. Como é que o INEM não está preparada para isto?", questiona, lembrando os problemas gerados pela falha recente na rede da Vodafone.
Rui Lázaro especifica que os problemas registados foram na comunicação entre o CODU e o SIRESP, dizendo que a comunicação com as unidades de saúde também teve constrangimentos: "Foram as equipas no local que decidiram para que hospital iam."
O sindicalista afirma que houve mais de 400 chamadas perdidas às quais o INEM não conseguiu dar resposta.
Várias áreas dos distritos de Coimbra, Porto, Guarda, Santarém e Lisboa, inclusive na capital, têm já o fornecimento de energia reposto hoje à noite, conforme relatado à Lusa por moradores.
A REN – Redes Energéticas Nacionais anunciou ao início da noite a reposição das subestações do Carregado e Sacavém, no distrito de Lisboa, um processo essencial para reabastecer a região de Lisboa, onde, segundo moradores, há já energia pelo menos em locais dos concelhos de Lisboa (Alvalade, Areeiro, Benfica, Telheiras, Parque das Nações ou Campo de Ourique, por exemplo), Odivelas (como a Ramada) ou Torres Vedras.
Em alguns bairros da capital, como zonas junto à Almirante Reis ou Benfica, os moradores estão a festejar à janela o regresso da eletricidade, com aplausos e gritos.
Durante a tarde havia já relatos de reposição da energia em vários concelhos dos distritos de Santarém e do Porto.
Vários municípios ativaram hoje os seus planos de contingência, com o fecho de serviços, e deixaram apelos à moderação nos consumos de água, na sequência do corte de abastecimento registado na Península Ibérica.
O secretário-geral da APAR, Vítor Ilharco, adianta que só agora poderia estabelecer contacto com os estabelecimentos prisionais. Apesar de reconhecer que o país vive uma situação anormal, pede "serenidade e calma" aos reclusos.
A partir das 09h00 de terça-feira, a APAR poderá começar a responder aos telefones de reclusos e familiares, adianta.
"A rotina da cadeia vai mudar", alerta, apontando como exemplo possíveis alterações nos horários das refeições. Ainda assim, apela para que isso não gere confusão entre os detidos.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alerta, via SMS, que a ligação de energia está a ser feita de forma "gradual".
"Com a serenidade de todos garantiremos os serviços essenciais e a normalização da situação nas próximas horas", garantem.
O Centro de Coordenação Operacional Nacional, que integra as entidades no âmbito das operações de proteção e socorro, está a reunido desde as 13:30 na sede da ANEPC para acompanhar a situação e adotar os procedimentos necessários devido à falta de energia em Portugal Continental.
Esta reunião é presidida pelo secretário de Estado da Proteção Civil.
A Câmara Municipal de Castelo Branco ativou hoje o plano municipal de emergência e pede contenção no consumo de água, na sequência do corte generalizado de energia elétrica.
"Ativámos o plano municipal de emergência e a nossa preocupação é assegurar o funcionamento dos serviços essenciais como forças de segurança, hospital e o abastecimento de água", afirmou o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco à agência Lusa.
Leopoldo Rodrigues disse esta tarde que não está em causa o abastecimento público de água à população, mas pediu “contenção" no consumo.
A autarquia está também a garantir o funcionamento de uma farmácia no bairro da Carapalha.
As escolas e as instituições particulares de solidariedade social estão também nas prioridades do município.
A PSP vai reforçar o policiamento hoje à noite nas cidades que estão sem eletricidade, em especial nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, disse à Lusa fonte desta polícia.
A mesma fonte adiantou que o policiamento vai ser reforçado durante a noite, uma vez que não há iluminação pública e os sistemas de alarmes de segurança não estão a funcionar.
Segundo a PSP, o trânsito esteve muito complicado ao fim da tarde de hoje nas saídas de Lisboa, nomeadamente nas pontes 25 de abril e Vasco de Gama, Autoestrada 1, A8, A5 e IC19, mas por volta das 19:45 a situação estava mais calma.
Também durante o fim da tarde de hoje as filas para apanhar os autocarros em Lisboa foram longas, tendo em conta que não há Metropolitano e a CP esteve em greve.
A fonte disse também que a PSP ajudou a encerrar o Metropolitano de Lisboa ao fim da manhã, tendo os polícias apoiado na retirada de pessoas sem que se registasse qualquer incidente.
Num comunicado hoje divulgado, a PSP referiu que os serviços da polícia estão “a funcionar plenamente com o auxílio de fontes alternativas de energia”, estando todas “as operações essenciais de polícia a ser asseguradas”.
Ao longo do dia de hoje, a PSP auxiliou os automobilistas no trânsito, uma vez que, devido à falta de eletricidade geral, os semáforos deixaram de funcionar.
O abastecimento de energia já foi reposto nas subestações do Carregado e Sacavém, anunciou a REN, sendo estes considerados passos essenciais para reabastecer Lisboa.
Autarcas de Coimbra e Gaia adiantam à TSF que a energia já foi totalmente restabelecida nestas cidades, sem que até ao momento haja relatos de "problemas localizados".
Durante o dia, as situações mais graves, na zona de Coimbra, disseram respeito sobretudo a pessoas que ficaram presas nos elevadores, situação que foi sendo resolvida. Sobre a ULS de Coimbra, José Manuel Silva admite que ainda não conseguiu estabelecer contacto diretamente com a instituição, mas sublinha que existia capacidade de produção através dos geradores e, por isso, está confiante de que a normalidade já tenha sido reposta.
Eduardo Vítor Rodrigues adianta que em Gaia não houve problemas com os semáforos, porque estes funcionam através de energia solar.
O Conselho de Ministros, que teve início pouco depois das 12h00 desta segunda-feira, vai prolongar-se durante a noite, adianta fonte do Governo à TSF, não havendo previsão de quando poderá terminar.
Devido à "imediata" toma de consciência sobre a gravidade do apagão, os ministros da Defesa, Infraestruturas, Administração Interna e Presidência reuniram-se de imediato, em São Bento. Já a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, está no Porto, na sede da Direção-Executiva do SNS, para coordenar o trabalho no setor da saúde.
Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, também se juntou ao Governo, no palacete de São Bento. Há também ministros em videoconferência.
O INEM está sem conseguir contactar alguns meios próprios, seja via telemóvel, seja através do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), contaram à Lusa funcionários do instituto.
Segundo uma das fontes ouvidas pela Lusa, o acionamento de meios atrasou em mais de 100 chamadas e cerca de 400 foram perdidas.
Pelas 18:00, a mesma fonte disse que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estava sem contacto com alguns meios próprios, entre ambulâncias, motos e Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER).
Em declarações à Lusa, um outro funcionário do INEM exemplificou estas dificuldades de contacto, dizendo que a ambulância do Fundão foi deslocada para os bombeiros porque “era a única forma de ter contacto com o CODU [Centro Operacional de Doentes Urgentes]”.
Desde o final da manhã, quando uma falha geral de energia afetou a Península Ibérica, a mesma fonte disse que se perderam mais de 100 chamadas feitas para o 112.
A agência Lusa questionou o INEM sobre esta matéria, mas até ao momento não recebeu resposta.
Ao inicio da tarde, o INEM tinha informado que os sistemas telefónico e informático do instituto estavam a funcionar com recurso a geradores devido à falha de energia.
"O INEM ativou o seu plano de contingência e tem os seus sistemas, telefónico e informático, a funcionar com recurso a geradores que foram automaticamente acionados", assegurou o Instituto.
O INEM apelou ainda a todos os cidadãos que liguem para o 112 "apenas em caso de emergência, para evitar uma sobrecarga do sistema".
A GNR reforçou o policiamento e a vigilância em zonas como hospitais e postos de abastecimento de combustível e está a garantir a escolta ao transporte de combustíveis para as infraestruturas mais críticas devido ao apagão de hoje.
Numa informação enviada à agência Lusa via WhatsApp, por ter o sistema de ‘e-mail’ em baixo devido ao apagão, a Guarda Nacional Republicana (GNR) adianta que, em coordenação e estreita articulação com as demais entidades competentes, está “a realizar e a garantir a escolta ao transporte de combustíveis para as infraestruturas mais críticas, nomeadamente hospitais, entre outros”.
Está ainda a reforçar o policiamento e a vigilância nas áreas mais críticas, nomeadamente nas áreas comerciais, bem como nos postos de abastecimento de combustíveis.
A GNR apela à calma e à serenidade da população até ser ultrapassada esta situação, dedicando “especial atenção à circulação rodoviária”, uma vez que a sinalização luminosa está temporariamente indisponível.
“Continuamos disponíveis para apoiar e auxiliar todos, através dos contactos telefónicos habituais ou através do posto policial mais próximo”, adianta.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou hoje que o Governo está a trabalhar para “responder rapidamente” à falha elétrica que afeta o país e em contacto com várias entidades nacionais e parceiros europeus.
“Estamos a trabalhar, juntos, para responder rapidamente à falha elétrica que ainda está a afetar o País. Estamos em contacto permanente com as forças de segurança, a proteção civil, as forças armadas, hospitais, empresas de abastecimento de combustíveis, para garantir capacidade de resposta nas infraestruturas essenciais e apoio a quem precisa”, lê-se numa publicação na conta oficial do primeiro-ministro na rede social X, antigo Twitter.
O chefe do executivo PSD/CDS-PP acrescentou que o Governo está também em contacto com “instituições e parceiros europeus”.
“Não há tempo a perder!”, salientou Montenegro, numa publicação em que também agradeceu a “todos os que estão concentrados nestas tarefas prioritárias”.
A ANA Aeroportos disse hoje que, com a informação atualmente disponível sobre a falha de eletricidade, não são esperadas partidas de voos do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, até às 22h00.
“No aeroporto de Lisboa a operação mantém-se condicionada, com alimentação por geradores de emergência, tendo nas últimas duas horas chegado quatro voos e partido outros quatro”, adiantou também a gestora aeroportuária, em comunicado.
Nos aeroportos do Porto e Faro, para onde estão a ser desviados voos de Lisboa, “a operação continua a decorrer com as limitações decorrentes da situação”.
A ANA aconselhou os passageiros a aguardarem pelo contacto das companhias aéreas antes de se dirigirem ao aeroporto e garantiu que os passageiros que estão no aeroporto “estão a ser apoiados pelas equipas da ANA no terreno, prestando a informação possível e distribuindo água e bens alimentares”.
O administrador da REN João Faria Conceição explicou que o país ficou sem eletricidade na rede de alta tensão, e que o apagão se alastrou às redes de média e baixa tensão.
"Tivemos uma grande oscilação verificada na rede espanhola (...) ao ponto que os sistemas de controlo de todas as centrais elétricas dispararem e, a partir desse momento, quando ocorre algum desequilíbrio, o sistema vem todo a baixo", explica.
O administrador da REN diz que o processo de recuperação tem de ser feita "de forma muito cuidadosa" e que as tentativas de recuperação voltaram a fazer cair a energia: "Vamos progressivamente acrescentando consumos."
"Estamos a tentar recuperar o país em várias zonas (...) A normalização total é difícil de dizer. A nossa prioridade é dar consumos aos serviços prioritários. A expectativa é que consigamos chegar à zona do Grande Porto em cerca de duas horas. A Grande Lisboa vai demorar mais tempo (...) a expectativa é de que [os serviços prioritários] estejam ligados em cinco a seis horas", informa João Faria Conceição.
"Neste momento devem estar cerca 300 mil consumidores já ligados. Se temos dois milhões de consumidores, é muito pouco", revela.
Questionado sobre o país poder estar dependente de energia externa, o administrador da REN explica que Portugal "vai buscar energia a Espanha por razões económicas". João Faria Conceição explica que Espanha recuperou a energia graças ao esforço francês, mas Portugal só pode ter apoio de Espanha.
"O país podia estar a ser abastecido por energia 100% portuguesa que se houvesse um apagão, era isto que iria acontecer", garante.
O administrador da REN diz que "este processo ninguém quer e que demora muito tempo". Pode ser mais do que 24 horas, como aconteceu recentemente no Peru? "Eu espero que não. Eu espero que possamos ter a rede estabilizada durante a noite."
"A nossa preocupação neste momento não é tanto ir procurar as causas, isso será depois. Neste momento, a preocupação é retomar os consumos", garante.
João Faria Conceição refere que "mais sistemas de recuperação significam mais custos". "É evidente que hoje toda a gente vai dizer que é justificado, mas daqui a uns tempos vamos estar preocupados com a conta da eletricidade", aponta.
A presidente da Comissão Europeia garantiu ao primeiro-ministro de Portugal que o executivo comunitário vai ajudar o país a restabelecer a rede elétrica, após um apagão que parou o território continental.
“Conversei com o primeiro-ministro Luís Montenegro na sequência do 'apagão' na Península Ibérica. Vamos trabalhar em conjunto para ajudar a restaurar a rede elétrica e dar garantias aos cidadãos”, escreveu Ursula von der Leyen nas redes sociais.
O fornecimento de energia foi restabelecido hoje à tarde pelo menos em algumas zonas dos distritos de Santarém e do Porto, disseram à Lusa moradores das áreas abrangidas e entidades oficiais.
A REN – Redes Energéticas Nacionais avançou que a produção de eletricidade nas centrais hídrica de Castelo de Bode (localizada no concelho de Abrantes, distrito de Santarém) e termoelétrica da Tapada do Outeiro (Gondomar, distrito do Porto) foi recuperada, estando em curso um processo “muito gradual” de retoma dos consumos.
No distrito de Santarém, a energia está a ser retomada de forma parcial e progressiva em alguns concelhos do Médio Tejo, indicou fonte do Sub-comando da Proteção Civil.
Segundo a mesma fonte, Abrantes foi o primeiro município desta área a ver restabelecida a energia elétrica, cerca das 16:00, e o fornecimento estendeu-se depois a algumas zonas dos concelhos do Entroncamento, Mação, Sardoal, Tomar e Torres Novas.
O presidente da Câmara de Tomar, Hugo Cristóvão, indicou à Lusa, pouco depois das 17:00, que quatro freguesias tinham já áreas com eletricidade.
Em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, a Lusa constatou que no centro, na freguesia de Mafamude e em algumas áreas próximas à Avenida da República, há eletricidade em casas e lojas.
A presidente da Comissão Europeia já tinha conversado com o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, e ao homólogo português assegurou que a “segurança energética é crucial para a União Europeia”.
A REN – Redes Energéticas Nacionais confirmou um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.
O apagão registou-se às 11:30 de Lisboa.
A presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Ema Paulino, adianta à TSF que o acesso a medicamentos com receita médica está a decorrer com constrangimentos, uma vez que houve uma perda de comunicação com as bases de dados centrais. Ainda assim, os casos mais urgentes estão a ser resolvidos, já que as farmácias têm "bases de dados locais" que têm permitido "continuar a dispensar".
Ema Paulino refere que as farmácias têm "fontes alternativas de energia" que permitem o seu funcionamento sem recurso à rede elétrica "durante um período de tempo". Mas, como em todos os casos, "esse tempo útil tem limitações", pelo que ao longo do dia foram várias as instalações que foram perdendo o acesso aos computadores.
Mesmo antes do corte da energia, houve uma perda de comunicação com as "bases de dados centrais, afetando o acesso aos medicamentos com receita médica" e no "cálculo da dedução" da comparticipação. Esta situação tem sido contornada através de "bases de dados locais", que têm possibilitado a dispensa "em situações de urgência".
"Este processo foi o mais afetado", sublinha, dando como exemplo os casos de doentes crónicos que, normalmente, estabelecem relações com a sua "farmácia de referência".
Também a reposição de stock pode vir a ser afeta, pelo que a ANF apela a que a população se desloque às farmácias apenas em "situações necessárias". "As que puderem ser adiadas, o ideal é que o façam", aconselha.
A líder da ANF explica ainda que os medicamentos sujeitos a refrigeração estão a ser conservados através de fontes alternativas, como geradores, ou até dos frigoríficos das próprias farmácias que "conseguem manter a temperatura durante quatro horas". A ANF já divulgou, por isso, junto das farmácias, quais os medicamentos "mais e menos estáveis".
O vice-presidente da Ordem dos Engenheiros, Jorge Liça, sublinha que o apagão "não é uma calamidade, mas é uma perturbação grave que demora a repor". Em declarações à TSF, o especialista em rede elétrica adianta que não "basta ligar os interruptores" para que a normalidade seja restabelecida, mas mostra-se confiante que tal possa acontecer nas "próximas horas".
"Quando há um apagão geral, é preciso arrancar com a produção nas centrais e são definidos planos de restabelecimento em certas zonas", explica, acrescentando que, à medida que estas centrais são colocadas em serviço, é preciso ter em atenção ao "equilíbrio regional entre a produção e o consumo".
O Estado espanhol recebe agora ajuda de França e Marrocos, diz, completando que estes procuram criar "ilhas estáveis". Foi precisamente na fronteira francesa-espanhola, aponta, que ocorreu "o desequilíbrio" que originou este apagão. Mas estas são "manobras complexas que demoram o seu tempo": "Não é só ligar os interruptores." Em casos como este que afetaram a Península Ibérica, quem conseguir "restabelecer primeiro" a energia "ajuda o vizinho".
Jorge Liça sublinha ainda que Portugal podia ser autónomo na produção de energia que o risco de um "apagão" existiria na mesma. Garante ainda que o facto de o país estar ligado a Espanha confere "mais estabilidade".
Portugal encontra aquilo que chama "ilhas estáveis" em Castelo de Bode e Tapada do Outeiro, zonas em que agora começa a ser restabelecida a rede elétrica.
"A partir daí, vão sendo respostas nos territórios ao lado", esclarece.
Sobre a resposta possível a esta crise, o vice-presidente da Ordem dos Engenheiros refere que existem "planos de contingência que preveem" estas situações, assim como "simulações que são testadas para repor" a normalidade: "Chamam-se simulações de black start. Mas não se podem fazer ensaios reais. Tudo é feito em simulação e às vezes a realidade tem obstáculos'zinhos que têm de se ir resolvendo."
A diretora do centro comercial Fonte Nova diz que o apagão que se deu esta segunda-feira em Lisboa provocou "prejuízos grandes"
"Há prejuízos grandes se isto continuar por muito tempo. Só pela questão do negócio", disse Helda Silva à TSF.
O centro comercial situado em Lisboa tem 66 lojas: "É um dia parcialmente perdido."
Ao contrário do que tinha sido inicialmente avançado, a REN - Redes Energéticas Nacionais antecipou a conferência de imprensa para as 18h30 sobre o corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e parte do território francês.
As explicações vão ser dadas pelo administrador da empresa, João Faria Conceição, confirmou fonte oficial da gestora das redes elétricas nacionais à Lusa.
A REN – Redes Energéticas Nacionais confirmou hoje um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e parte do território francês e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.
O apagão registou-se às 11h30 de Lisboa.
Algumas zonas de Vila Nova de Gaia já têm energia elétrica restabelecida. A TSF sabe que a energia já chegou a algumas casas do município, nomeadamente em freguesia de Vilar de Andorinho.
O presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, confirmou entretanto a informação no Facebook.
"Eletricidade reposta em parte do concelho, tendente a generalizar-se. É um processo lento, mas em curso. Mantenham a serenidade. Agradeço o empenho dos nossos serviços e profissionais: não há nem se perspetiva que haja cortes de água, nem suspensão das ETAR", explicou o autarca.
Eduardo Vítor Rodrigues também informa que as cantinas escolares estarão a funcionar esta terça-feira.
"Está tudo a ser tratado para que amanhã haja abastecimento alimentar e, por isso, cantinas a funcionar nas escolas. Mantenham-se atentos, estaremos em contacto", conclui.
A REN – Redes Energéticas Nacionais avançou que a produção de eletricidade nas centrais hídrica de Castelo de Bode e termoelétrica da Tapada do Outeiro foi recuperada, estando em curso um processo “muito gradual” de retoma dos consumos.
“Nesta altura, foi possível recuperar a produção nas centrais hídrica de Castelo de Bode e termoelétrica da Tapada do Outeiro. Com esta produção, está em curso um processo muito gradual de retoma dos consumos, em primeiro lugar na região destas centrais e progressivamente em zonas adjacentes”, informou a gestora do sistema elétrico nacional, em comunicado.
A REN adiantou ainda que “estão igualmente a ser preparadas as ações necessárias para retomar, em primeiro lugar, o abastecimento a pontos de consumo prioritários, como hospitais, forças de segurança, aeroportos e vias ferroviárias e rodoviárias”.
A responsável pelo transporte de eletricidade em Portugal continental salientou que as operações de reposição da distribuição de energia por todo o País “revestem-se de particular complexidade”, também porque estão a ser feitas com recurso aos meios de produção nacional, “ao contrário do que está a suceder em Espanha, cuja operação de retoma da normalidade está a contar com contributos dos sistemas elétricos francês e marroquino”.
A falta de eletricidade em todo o país levou ao adiamento dos jogos de futebol marcados para esta segunda-feira. O Casa Pia x Estoril, da I Liga, marcado para as 20h15, o Desportivo de Chaves x Alverca e o Benfica B x Mafra, ambos marcados para as 18h00, foram todos adiados para data ainda a definir.
Em comunicado, a Liga Portugal "informa que, devido à falha de energia que afetou Portugal continental, assim como vários países da Europa, os jogos previstos para esta segunda-feira, referentes às jornadas 31 da Liga Portugal Betclic e da Liga Portugal 2 Meu Super, foram adiados para data a anunciar assim que a situação esteja normalizada".
Em Sete Rios, em Lisboa, existe alguma desordem na entrada dos autocarros, que já passam cheios. O passeio em frente à entrada da rede de autocarros está preenchido.
Nesta área existem cinco paragens de autocarro, todas elas repletas de passageiros que aguardam há várias horas a passagem de um autocarro que os consiga transportar. As filas atingem vários metros de comprimento.
"Estou nesta fila há 45 minutos", conta uma mulher que tenta apanhar o autocarro para a Margem Sul.
Inicialmente, as informações apontavam para falhas de energia em França, Alemanha, Polónia e Finlândia, além de Portugal continental e Espanha. No entanto, isso não se confirma. Segundo informações recolhidas pela TSF, não há indicação de problemas na "rede europeia". Há apenas relato de problemas na Península Ibéria e numa parte do sul de França, abastecida pela rede ibérica. A “rede europeia” não está ligada à Península Ibérica.
Na Polónia tinha sido anunciado há uns dias uma pausa no abastecimento entre 28 e 30 de abril, ao nível local, por questões de manutenção. Na Finlândia começou esta segunda-feira a funcionar uma central nuclear que estava em pausa desde março. Já na Alemanha também não se registou qualquer tipo de falha energética.
Mesmo que houvesse um problema na Europa, nunca afetaria Portugal e Espanha, uma vez que a rede não é comum e não estão ligados à rede europeia. Por isso, a falha em Portugal e Espanha não afetou outros países europeus, com a exceção de uma pequena parte do sul de França que está ligada à rede ibérica.
O Governo garante que está a trabalhar para solucionar a falha energética ainda hoje. "O Governo está a trabalhar juntamente com as entidades competentes, para o restabelecimento da energia, ainda hoje, com prioridade para o SNS, transportes e infraestruturas críticas", afirma o Executivo
Na conta oficial do Governo nas redes sociais, foi partilhada um apelo da Proteção Civil para se evitar "deslocações desnecessárias e respeitar as orientações das autoridades no terreno".
Miguel Borges, presidente da Câmara do Sardoal, confirma que há "luz numa parte do concelho", mas que na vila do Sardoal, a maior do concelho, ainda não há eletricidade. Em declarações à TSF, o autarca diz que "algumas freguesias têm luz". "Mas isso não nos deixa descansados ainda", alerta.
O autarca pede ainda um uso "racional da água", nesta altura. "Temos reservas que dão para 12 horas, não mais. Temos que esperar que a luz venha e que haja alguma racionalidade no uso da água aqui no concelho", explica.
"É assustador pensar que se isto demora muito tempo, aquilo que estamos a fazer, vamos deixar de o fazer. É preocupante e leva-nos a pensar no nosso sistema atual. Temos o sistema todo assente na internet e no digital. Algo tão simples como ir buscar um medicamente à farmácia é complicado, por exemplo. Aqui não sentimos problemas com o trânsito, mas não temos combustível na região. O mais perto fica a 50 quilómetros do Sardoal, já que as bombas funcionam a eletricidade", conta.
Em Espanha, o ministro dos Transportes e Mobilidade Sustentável assegura que o tráfego aéreo está agora a funcionar com normalidade. Na rede social X, Óscar Puente garante que os serviços apenas estão a ser afetados em "20% por precaução relacionada com questões de segurança". Em Lisboa as portas do aeroporto estão fechadas desde as 11h30.
Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, admite que "ainda não há um horizonte definido para quando a situação irá normalizar". Em declarações à TSF, o autarca explica que tem sido verificado um "aumento no consumo de água no Porto" e deixa um aviso à população: "não há razão para açambarcar água", pedindo alguma cautela na utilização deste recurso. Rui Moreira faz um paralelismo com o tempo da pandemia "em que as pessoas iam aos supermercados comprar papel higiénico" e por isso reforça a urgência de manter a "calma".
Para o período da noite, em que a iluminação pode não existir, Moreira pede para as pessoas "não façam deslocações desnecessárias de noite" e pede ainda para não haver açambarcamento de combustível, já que o gasóleo é necessário para os geradores. Rui Moreira apela para que "as pessoas tenham espírito cívico" até ao final do problema.
O autarca do Porto garante que está tudo a ser coordenado com a Proteção Civil a nível nacional e que tem estado em contacto com o presidente da Câmara de Gaia e também de Matosinhos para alinhar o que está a ser feito nos outros municípios da região.
O abastecimento de eletricidade em Espanha foi já reposto parcialmente em nove das 15 regiões autónomas do país afetadas pelo apagão de hoje, disse a empresa distribuidora de energia Red Eléctrica.
Segundo a empresa, há já eletricidade em várias zonas da Catalunha, Aragão, País Basco, Galiza, Astúrias, Navarra, Castela e Leão, Extremadura e Andaluzia, todas no norte, sul e oeste de Espanha.
A Red Eléctrica, segundo um comunicado, continua "a trabalhar em coordenação com as empresas do setor para retomar paulatinamente o serviço em todo o território" continental de Espanha.
A empresa lembra que "o sistema elétrico" teve hoje de manhã "um zero energético na Espanha peninsular e Portugal".
A energia já foi restabelecida nas zonas de Abrantes e numa parte do concelho de Sardoal.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, garante que os técnicos da rede elétrica do país estão a trabalhar para resolver o problema.
"Já foram reativadas cidades a norte e a sul graças ao apoio das autoridades francesas e marroquinas, países a quem agradecemos", explica o líder espanhol.
"Desde o início deste corte, as forças de autoridade foram para o terreno e até agora não houve qualquer problema de segurança", explica.
O primeiro-ministro de Espanha afirma que o tráfego aéreo está a funcionar com pequenos problemas. Já o tráfego ferroviário está completamente interrompido.
"Em primeiro lugar, evitar ao mínimo as deslocações. Acompanharmos apenas a informação oficial. Não propagar informação que não sabemos de onde vem. Sabemos que estas crises são muito boas para propagar mentiras. Devemos fazer um uso responsável do telemóvel. Estamos a viver horas críticas e apelo para que se façam apenas chamadas curtas e de emergência para não sobrecarregar a rede. Ligar para o 112 apenas quando for necessário", pede.
Pedro Sánchez apela aos cidadãos que colaborem com as forças de segurança e garante que o Governo está a trabalhar para apurar as causas da falha energética.
O Sistema de Segurança Interna (SSI) garantiu hoje que todas “as operações essenciais” estão a ser asseguradas e apelou à população para que “se mantenha tranquila, adote medidas de gestão responsável e evite consumos desnecessários”.
“O processo de reposição da rede elétrica está em curso. No entanto devido à extensão e complexidade da situação, poderá demorar até que o fornecimento elétrico seja totalmente restabelecido”, refere o Sistema de Segurança Interna, em comunicado sobre a falta geral de eletricidade em Portugal continental.
O SSI avança que “todas as operações essenciais estão a ser asseguradas, garantindo a segurança, a proteção e o bem-estar da população”, estando a situação “a ser acompanhada “de perto”.
O Sistema de Segurança Interna apela a que a população se mantenha tranquila, recomendando que respeite as orientações das autoridades no terreno, reduza a velocidade e redobre a atenção durante a circulação rodoviária e evite deslocações desnecessárias.
A Rede Elétrica Nacional (REN) vai prestar uma declaração ao país às 20h00. De acordo com a informação recolhida pela TSF, a empresa que gere a rede elétrica em Portugal dará esclarecimentos sobre o apagão que atinge Portugal desde as 11h30.
O Ministério da Educação recomendou que os estabelecimentos do pré-escolar e 1.º ciclo mantenham os alunos na escola até à chegada dos encarregados de educação ou até ao horário do transporte escolar, na sequência da falha energética.
“Relativamente à educação pré-escolar e ao 1.º ciclo do ensino básico, as crianças/alunos devem permanecer na escola até os encarregados de educação os recolherem ou até ao horário dos respetivos transportes escolares”, escreve o Ministério da Educação, Ciência e Inovação.
Na orientação enviada às escolas, a que a Lusa teve acesso, na sequência da falha de energia que está a afetar a Península Ibérica, o Ministério sublinha que os diretores têm a competência para decidir sobre as condições de funcionamento de cada escola, “sendo que a prioridade absoluta é a segurança” dos alunos.
No caso dos 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundária, os diretores devem avaliar caso a caso, “tendo em conta que a organização dos transportes é muito diversa a nível nacional, assegurando-se sempre soluções que privilegiem a segurança” dos alunos.
O especialista em segurança Hugo Costeira afirma que neste momento só se pode "especular" relativamente às causas e à resolução do apagão que atinge Portugal esta segunda-feira.
"Neste momento só vemos as diferentes autoridades a responderem como podem (...) Temos as autoridades públicas determinadas a dar resposta. Penso que só isso já é bom", afirma o especialista à TSF.
Hugo Costeira acredita que a resolução vai demorar: "Eu diria que esse trabalho está a ser feito, mas que vai demorar muito mais"
Hugo Costeira, especialista em Proteção Civil, rejeita fazer "especulações", mas aponta que para já tudo aponta para que o apagão tenha tido origem num "problema na rede espanhola".
Portugal está a responder a esta crise de forma "adequada", defende, sublinhando que as instituições estatais estão "interligadas".
Sublinha ainda que o "trabalho está a ser feito", ainda que possa demorar "muito mais" daquilo que seria desejável.
O IPO Porto ativou esta segunda-feira o "plano de contingência" e garantiu que a "atividade prioritária e urgente" está a ser assegurada com recursos a geradores.
"Solicita-se a toda a comunidade que apenas contactem o IPO Porto para situações de urgência", apelam.
O Instituto apela à "compreensão" da população e sublinha que está "implementar medidas de maior segurança e conforto para todos os doentes".
A Rede Elétrica espanhola informa que "já recuperaram do problema elétrico em várias zonas do país como na Catalunha, Aragão, País Basco, Galiza, Astúrias, Navarra, Leão e Castela, Extremadura e Andaluzia". Em comunicado, a rede espanhola garante que "continuam a trabalhar em coordenação com as empresas do setor para recuperar paulatinamente em todo o território peninsular".
O vice-presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Proteção Civil, Jorge Silva, afirma que o que o país está a passar hoje é "equivalente a uma situação de catástrofe".
Jorge Silva fala numa falha na preparação dos civis, até porque a "cultura de técnicos de Segurança e Proteção Civil" tem muito pouco tempo no país.
Sobre um possível simulacro sobre como atuar em caso de falha de energia, reconhece que não é um "cenário comum" por si só.
As autoridades espanholas aconselharam hoje a população a evitar deslocações desnecessárias, guardar velas, usar os telemóveis apenas para o essencial e desligar os aparelhos elétricos, em caso de apagão.
O número de emergência 112 de algumas comunidades, como Andaluzia e Madrid, já avisou os cidadãos para usar este serviço apenas para emergências, enquanto a Direção Geral de Trânsito espanhola pediu que não se utilize o carro, numa altura em que semáforos não funcionam.
Os serviços de emergência indicaram que o melhor é desligar os aparelhos eléctricos da corrente para evitar incidentes quando a eletricidade voltar ou em caso de picos de corrente.
Ter velas em casa é sempre uma boa opção, mas devem ser usadas com precaução e não devem estar perto de objectos que se possam incendiar facilmente, indicaram.
O apagão apanhou os espanhóis desprevenidos, embora alguns possam estar mais preparados, sobretudo os que seguiram as recentes recomendações da UE para se munirem de um ‘kit’ de sobrevivência face a um conflito internacional ou desastre natural.
Em março, a Comissão Europeia aconselhou os cidadãos europeus a manterem em casa um ‘kit’ de emergência com água e mantimentos para três dias para casos de emergência, sejam eles causas naturais, incêndios ou inundações, ou humanas, como acidentes ou conflitos.
Esses terão água engarrafada e se tiverem água congelada podem ainda manter os alimentos armazenados no congelador.
Caso a bateria do telemóvel esteja a acabar, o carregamento pode sempre ser utilizado o computador pessoal ou as baterias amovíveis a fim de evitar ficar sem ligação.
O porta-voz do Livre Rui Tavares pediu hoje ao Governo e à União Europeia urgência na identificação das causas do apagão e na comunicação de instruções de segurança à população.
Numa publicação na rede social X, antigo Twitter, o dirigente do Livre considerou “urgente o Governo português e a União Europeia identificarem as causas e sobretudo comunicarem instruções de segurança à população”.
O diretor-geral da APED confirmou hoje à Lusa que há lojas que estão a encerrar por segurança, mas a situação não é igual em todo o país, esperando que dentro de poucas horas tudo volte ao normal.
"Esta situação inédita que estamos a viver, de facto, tem levado a que algumas lojas optem por uma questão de segurança", em primeiro dos trabalhadores, dos clientes e consumidores, e também no caso dos supermercados, segurança alimentar, "por fechar as portas", disse o responsável da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).
"A boa notícia é que nos associados da APED temos muitos com operações fora do país, nomeadamente em Espanha, onde também tivemos um problema de fornecimento de energia, mas estamos a verificar que já estão a ser repostos estes fornecimentos e consequentemente também já estão a ser reabertas as lojas", acrescentou Gonçalo Lobo Xavier.
O responsável explicou que esta "não é uma situação igual em todo o país, isto é, há zonas do país onde se está a optar pelo encerramento das lojas e noutras em que as infraestruturas são diferentes, apesar da maioria" dos associados da APED terem geradores, mas por uma questão de segurança e relacionada com o próprio tráfego, "algumas lojas foram encerradas".
Agora, "o que esperamos, e é um sinal positivo, é que com a reposição de energia que estamos a ver noutras regiões de Espanha, também em Portugal, dentro de poucas horas a situação volte ao normal", acrescentou.
Do ponto de vista de fornecimento de produtos, "há muito que todos os retalhistas estão preparados para situações de emergência, mas felizmente tudo indica que dentro de poucas horas toda a situação esteja reposta e voltemos ao normal das operações", concluiu.
As farmácias enfrentam hoje fortes constrangimentos sem poder validar prescrições e, se a energia não for reposta brevemente, os geradores poderão falhar, comprometendo a conservação de medicamentos que necessitam de refrigeração como as vacinas, alertou a ANF.
A presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Ema Paulino, disse à agência Lusa que o apagão que se registou às 11:30 está a causar “sérios constrangimentos” nas farmácias devido a falhas nas comunicações e na energia.
Segundo Ema Paulino, algumas farmácias tiveram mesmo de suspender o funcionamento da atividade geral, estando apenas disponíveis para situações de emergência e de urgência.
Referiu que a validação de prescrições está comprometida e o funcionamento dos sistemas pode ser afetado, especialmente na conservação de medicamentos que necessitam de frio.
A presidente da ANF explicou que as farmácias têm geradores e sistema de UPS (fonte de energia ininterrupta), que permitem manter os sistemas em funcionamento em caso de uma corte de energia.
“No entanto, esses equipamentos têm autonomia limitada, o que significa que, se a situação não for resolvida rapidamente, as farmácias poderão ficar sem energia, afetando tanto o funcionamento dos computadores, como o armazenamento adequado dos medicamentos, especialmente os que precisam ser mantidos em temperaturas controladas”, realçou.
A ANF está a dar instruções à rede de farmácias para concentrarem a energia dos geradores e das UPS para conservação dos medicamentos.
“Também já estamos a ver, relativamente aos medicamentos que temos no frio, quais é que são as especificações em termos de quanto tempo podem não estar refrigerados” para dar instruções nesse sentido às farmácias.
“É essencial que todos mantenhamos a serenidade e atenção necessárias para seguir as orientações que venham a ser emitidas pelas autoridades, proteção civil e forças de segurança”, acrescentou.
O momento “é de incerteza”, continua Rui Tavares na publicação, alertando que “já está a ser aproveitado” para “partilha de desinformação”, apelando para que todos “partilhemos apenas informações confirmadas por fonte credíveis”.
O dirigente do Livre manifesta ainda “toda a disponibilidade para o que for necessário no restabelecimento da normalidade”.
O autarca de Loures, Ricardo Leão, adianta à TSF que a câmara está a "garantir" os serviços básicos, através de geradores. O abastecimento de água é a prioridade da autarquia, pelo que durante a madrugada poderão ser colocados auto-tanques para "fazer o abastecimento mínimo".
Em relação às escolas, estas são "a grande incógnita", estando agora em fase de "avaliação". Mas Ricardo Leão admite que o cenário "mais provável" é que na terça-feira estejam fechadas.
Em declarações à TSF, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, avança que as forças policiais têm estado na rua a resolver diversas ocorrências, incluindo de pessoas que ficaram presas em elevadores. Para facilitar o transporte dos passageiros, o autarca adianta que os autocarros da Carris podem ser utilizados de forma gratuita, uma orientação que partiu da própria câmara lisboeta.
A Proteção Civil está "com muitas chamadas, mas está tudo a ser resolvido", acrescenta, apelando à calma da população.
"Todos os planos estão acionados", garante ainda.
Filipe Duarte Santos, professor universitário conhecido pelo seu trabalho de investigação na área das ciências do ambiente e em particular sobre alterações climáticas, admite que uma onda de calor pode ter levado a uma sobrecarga da rede elétrica, mas considera que essa possiblidade é "pouco provável".
"Quando há uma onda de calor extrema, há um consumo de eletricidade maior (...) Praticamente todas as casas têm sistemas de climatização" e sobrecarregam a rede", explica o especialista à TSF.
"Contudo, o dia de hoje é um pouco mais quente do que os anteriores, mas parece-me difícil que tenha levado a essa sobrecarga", argumenta, dizendo que "o sistema pode não estar desenhado para essas variações de calor e tenha entrado em colapso."
Filipe Duarte Santos afirma que é impossível "prever a intensidade dos eventos extremos que vão ter lugar no futuro" e denota que "o consumo de energia é cada vez maior", já que "desde 2000 até 2023, o consumo global de energia aumentou 50%".
"Isto é uma coisa gigante", refere.
O primeiro-ministro garante que Governo tem acompanhado a situação decorrente do apagão, que não teve "origem nacional". O Conselho de Ministros, que já dura há duas horas, vai continuar, enquanto Luís Montenegro se dirige para o centro de operações da REN para procurar obter mais informações.
"Tive ocasião de manter sempre informado o Presidente da República", adianta o primeiro-ministro, que também já falou "várias vezes" com Pedro Sanchez.
Montenegro pede ainda confiança no trabalho do Governo para a "reposição" da energia. "A nossa expectativa é que ainda hoje toda a situação seja restabelecida", adianta.
Apela também à calma e que se evitem compras excessivas de bens essenciais e reforça a expectativa de que "todo o sistema elétrico possa ser ativado nas próximas horas".
As unidades de saúde e o sistema de transporte são as áreas "mais críticas", mas sublinha que a maioria das situações urgentes já foram resolvidas.
"Situação é incómoda, mas não há razão para alarme", destaca.
Não afasta ainda a hipótese de um ataque cibernético, mas garante que não nenhuma indicação nesse sentido.
A REN admitiu esta segunda-feira que a falha energética que atinge Portugal se deveu a um "fenómeno atmosférico raro" na rede elétrica espanhola.
"Devido a variações extremas de temperatura no interior de espanha, verificaram-se oscilações anómalas nas linhas de muito alta tensão (400 kv), um fenómeno conhecido por vibração atmosférica induzida por Ging. Estas oscilações provocaram falhas de sincronização entre os sistemas eléctricos, levando a perturbações sucessivas em toda a rede europeia interligada. Devido à complexidade do fenómeno e à necessidade de reequilibrar os fluxos de eletricidade a nível internacional, estima-se que a normalização total da rede possa demorar até uma semana", explica a empresa portuguesa em declarações à agência Reuters.
O trânsito na cidade do Porto continua caótico, sobretudo junto à Rua da Constituição, com muita gente na rua sem saber o que fazer, já que os autocarros passam cheios e não permitem a entrada de mais passageiros.
Há também relatos de muita gente presa em elevadores, uma situação que entretanto já foi resolvida.
Guias turísticos estão a receber reclamações porque os turistas querem cancelar as viagens, mas o sistema em baixo não facilita a tarefa.
O secretário-geral do PS pede que seja convocado o Gabinete Coordenador de Segurança e reunidos todos os serviços de segurança e proteção civil , "perante a complexidade do que acaba de acontecer em termos energéticos".
"É urgente determinar as causas, os efeitos imediatos e estabelecer planos de ação para proteger as infraestruturas críticas essenciais à nossa vida coletiva. Deve ser dada prioridade, no restabelecimento energético, aos setores essenciais: saúde, transportes, comunicações e garantia de acesso aos bens alimentares. O PS está disponível para cooperar em tudo o que for necessário", escreve Pedro Nuno Santos na rede social X (antigo Twitter).
O Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, apelou para que as pessoas mantenham a tranquilidade e adiantou que ainda não são conhecidas as causas da falha de eletricidade que afetou Portugal continental.
“O apelo que devemos fazer é um apelo a tranquilidade. Sabemos que esta falha de energia atinge vários países. Não conhecemos as causas”, declarou o Ministro da Defesa Nacional, no Conservatório de Música de Coimbra.
Segundo Nuno Melo, “todos os poderes públicos estão empenhados naquilo que é o auxílio às pessoas, às populações, que naturalmente terão um motivo de apreensão".
"Mas a nossa mensagem é de tranquilidade até que tenhamos dados”, referiu.
O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) afirmou hoje que não foram identificados até ao momento indícios que apontem para um ciberataque na falha na rede elétrica que está a afetar Portugal e outros países europeus.
"O CNCS foi informado às 11:30 de uma falha na rede elétrica nacional" e "contactadas as entidades incumbentes apurou-se de que se trata de uma falha que afetou alguns países europeus", afirmou o CNCS, numa nova enviada às redações.
"Estamos em contacto com as nossas congéneres nesses países e com as entidades relevantes nacionais, não foram identificados até ao momento indícios que apontem para um ciberataque", prosseguiu o CNCS, chamando a "atenção para a circulação de desinformação que ocorre nestas situações" pelo que aconselham "consulta ou a confirmação de informação junto de fontes fidedignas".
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, está em contacto com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, devido ao corte no abastecimento elétrico na Península Ibérica.
Um alto funcionário europeu avançou hoje à agência Lusa que o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da União Europeia e também antigo primeiro-ministro português, António Costa, “está em contacto” com Luís Montenegro e Pedro Sánchez sobre o incidente ocorrido nas últimas horas.
A informação surge pouco depois de a Comissão Europeia ter indicado estar em contacto com as autoridades de Portugal e Espanha e com a rede europeia de operadores para compreender a causa e o impacto do corte maciço no abastecimento elétrico na Península Ibérica.
“Estamos em contacto com as autoridades nacionais de Portugal e Espanha, bem como com a ENTSO-E [Rede Europeia dos Operadores das Redes de Transporte de Eletricidade] para compreender a causa subjacente e o impacto da situação”, disse fonte oficial do executivo comunitário à agência Lusa.
“A Comissão continuará a acompanhar a situação e a certificar-se de que a troca de informações entre todas as partes relevantes se processa sem problemas”, adiantou a mesma fonte oficial.
Bruxelas lembrou ainda existirem “protocolos para restabelecer o funcionamento do sistema”, como previsto na legislação comunitária referente às redes de emergência e restabelecimento.
O problema na rede elétrica europeia poderá levar a "interrupções do fornecimento de água", alerta a EPAL, em comunicado, apelando ao "uso consciente da água".
A empresa garante que "estão a ser desenvolvidas todas as diligências, no sentido de minimizar os impactos que poderão ocorrer desta situação".
A vice-presidente executiva da Comissão Europeia Teresa Ribera disse hoje não existirem para já provas de ciberataque no corte maciço no abastecimento elétrico na Península Ibérica, falando porém numa “das maiores falhas no sistema” na União Europeia (UE).
“Não estamos a descartar nada de momento, mas não há provas de qualquer tipo de problema de cibersegurança. Estamos atentos a tudo e a principal prioridade é, obviamente, restaurar o sistema elétrico e avaliar e compreender o que aconteceu”, declarou a responsável no executivo comunitário pela pasta de Transição Limpa, Justa e Competitiva, Teresa Ribera, à imprensa em Bruxelas.
Segundo a responsável, esta foi “uma das maiores falhas no sistema elétrico ocorridas nos últimos anos” na UE.
Teresa Ribera disse estar a “acompanhar o que está a acontecer” e em “estreito contacto com as autoridades espanholas e portuguesas, bem como com os diferentes serviços da Comissão”, numa situação que, segundo disse, só afeta a Península Ibérica e, talvez por arrasto, talvez uma pequena parte do sul de França.
“Por enquanto, o que posso dizer é que temos de ser prudentes e pacientes para que o sistema possa ser restabelecido o mais rapidamente possível”, apelou.
De acordo com Teresa Ribera, “no caso de Portugal, [as autoridades nacionais] desligaram o seu sistema elétrico do sistema espanhol para o poderem recuperar a pouco e pouco”.
Estas declarações de Ribera surgem depois de a Comissão Europeia ter indicado estar em contacto com as autoridades de Portugal e Espanha e com a rede europeia de operadores para compreender a causa e o impacto do corte maciço no abastecimento elétrico na Península Ibérica.
O IPO do Porto informou esta segunda-feira que, "devido à falha de energia elétrica, ativou o seu plano de contingência e garante que a atividade prioritária e urgente está a ser assegurada com recurso a geradores que foram automaticamente ativados".
Em comunicado, a unidade de saúde solicita "a toda a comunidade que apenas contactem o IPO Porto para situações de urgência" e "apela à compreensão de todos e garante estar a avaliar a situação para implementar medidas de maior segurança e conforto para todos os doentes".
A E-Redes alertou hoje que a previsão de reposição da eletricidade se mantém indefinida e pode ser prolongada, sem adiantar uma estimativa.
“Face aos problemas da rede que persistem a previsão de reposição da energia mantém-se indefinida e poderá ser prolongada”, informou a operadora da rede de distribuição de energia elétrica em Portugal continental, em comunicado.
A E-Redes reiterou que o fornecimento de eletricidade em Portugal está a ser afetado por constrangimentos a montante da rede de distribuição, na rede de muito alta tensão em Espanha.
O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, António Marçal, diz à TSF que a maioria dos tribunais não têm geradores para continuar a funcionar e "só aquilo que pode ser feito em papel" continuará a ser feito.
Em direto na emissão da TSF, o líder sindical afirma que se "corre o risco" de muitas situações ultrapassarem os prazos limites, sendo que os arguidos podem ser libertados com a convocatória de regressarem a tribunal "amanhã ou depois", já que pode ir de encontro às liberdades dos cidadãos.
A EDP assegura que está a acompanhar os constrangimentos no abastecimento elétrico devido ao apagão, estando a colaborar com as entidades oficiais, e alerta os clientes que a reposição de energia deverá demorar várias horas.
"A EDP continua a acompanhar os constrangimentos no abastecimento elétrico em alguns países europeus, estando a colaborar com as entidades oficiais no sentido de que a reposição de energia ocorra da forma mais rápida possível", segundo fonte oficial da empresa.
A elétrica alerta os seus clientes de que não existe ainda uma previsão para que o fornecimento de energia seja normalizado, mas deverá demorar várias horas.
"A empresa tentará manter os seus canais de comunicação ativos, dentro das limitações existentes, de forma a atualizar os seus clientes e parceiros sobre o estado de resolução do problema", acrescenta.
Os tribunais mantêm-se abertos para atos urgentes, mas há diligências que foram canceladas devido à falha de energia que está a afetar Portugal, disse hoje fonte do Ministério da Justiça, enquanto fonte sindical garantiu que "estão parados".
"Algumas diligências estão a ser canceladas", disse à Lusa fonte do Ministério da Justiça, acrescentando que a tutela só não mandou fechar os tribunais por poderem ter de praticar atos urgentes e inadiáveis.
A mesma fonte adiantou que a Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) recomendou aos administradores das comarcas, por indicação do Governo, que mantenham a trabalhar "uma equipa mínima" para assegurar aqueles atos.
Contactado pela Lusa, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal, frisou que "os tribunais não têm sistemas redundantes" e "estão parados", sem que possa ser feita a tramitação eletrónica dos processos.
"Os tribunais estão abertos, mas é como se não estivessem", resumiu, sublinhando que, sem energia, nem sequer é possível digitalizar documentos.
Segundo a fonte do Ministério da Justiça, o Tribunal de Sintra é um dos que, pelas 13:30, se mantinham abertos para atos urgentes, mas sem sistema de som e gravação a funcionar.
O debate televisivo entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, agendado para esta segunda-feira à noite, foi adiado devido ao apagão, avança a SIC Notícias e confirma fonte de São Bento à TSF.
Segundo a mesma fonte, o debate foi adiado por consenso entre os dois e com o acordo das televisões RTP, SIC e TVI, que o deveriam transmitir em simultâneo, não tendo ainda sido definida uma nova data.
A coordenadora do BE pede uma resposta ao Governo "perante a perturbação causada pelo apagão elétrico".
Lojas às escuras, hipermercado aberto graças aos geradores, filas nas caixas de supermercado e muitas incertezas é como se transformou, em Creixomil, no concelho de Guimarães, uma "segunda-feira normal num ensaio para o fim do mundo".
João e Deolinda Ferreira já planeavam fazer compras hoje, mas o apagão que surpreendeu a Península Ibérica ao final da manhã precipitou-os para o hipermercado mais cedo e, em vez de um, encheram dois carrinhos.
"É para nós e para os filhos e netos se precisarem. Mas, não exagerámos, só uns cereais e bolachinhas de que eles gostam, muita água e coisitas que não se estragam porque se isto se prolongar", disse à Lusa o casal de 65 e 67 anos, reformados, enquanto se preparam para levar "de empurrão" os carrinhos pelo tapete rolante que terá deixado de funcionar pelas 11:30.
Pagaram com cartão porque, "enquanto der", querem "poupar o dinheiro vivo".
"É um ensaio para o fim do mundo", disse Deolinda, corrigida pelo marido: "é nada, com os ataques e guerras de hoje, isto é uma segunda-feira normal".
No Guimarães Shopping as lojas estão fechadas - ou a fechar à medida que os portões elétricos obedecem à força dos funcionários - e só há luzes de presença a indicar o caminho para o hipermercado, onde os geradores mantêm o aspeto de normalidade.
Há mais filas nas caixas do que o normal, segundo um segurança que não se quis identificar.
"Muitos miúdos que vieram das escolas e estão à espera dos pais e malta a comprar conservas e pão", descreveu.
No piso de cima, que por uma ponte pedonal tem acesso ao outro lado onde está o Hospital Senhora da Oliveira, muitos lamentos.
Maria da Conceição Ferreira, 64 anos, ia a uma consulta de ortopedia, mas foi mandada embora.
"Disseram no hospital que foi tudo anulado. Esperei quatro meses pela consulta e agora isto", lamentou.
Em declarações à TSF, José Manuel Morais Anes, antigo presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, fala numa situação "extremamente grave" e alerta que podem haver "consequências a diversos níveis para o país".
Defende ainda que a forma como esta crise está a ser gerida deve servir de exemplo para "situações análogas" futuras.
O Aeroporto de Faro está aberto e a funcionar. Vários aviões estão a aterrar e, para quem cá chega, o apagão é uma surpresa. O quadro elétrico desta infraestrutura também está a funcionar e as malas estão a ser entregues.
Há vários voos previstos dentro do horário inicial. Estão também a chegar vários passageiros para embarque.
A distribuidora de energia espanhola Red Electrica anunciou hoje que vai restaurar o fornecimento de energia depois do corte que atingiu o país, Portugal e vários países europeus.
A empresa recusou avançar as causas do apagão, mas adiantou ser um “incidente excecional”, provocado por uma flutuação muito brusca no fluxo de energia da rede, de origem desconhecida, que provocou a desconexão de Espanha do restante sistema elétrico europeu.
“O fornecimento de eletricidade em Portugal está a ser afetado por constrangimentos a montante da rede de distribuição, na rede de muito alta tensão em Espanha. A E-Redes, em articulação com a REN, está a trabalhar na reposição da rede em Portugal, em alinhamento com Espanha”, informou a operadora da rede de distribuição de eletricidade, em comunicado.
A entidade garantiu novas atualizações, de forma regular durante a reposição e reforçou “que este é o primeiro comunicado oficial da E-Redes sobre esta matéria”.
A REN – Redes Energéticas Nacionais confirmou hoje um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e parte do território francês e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.
A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa vai fechar portas e alunos vão ser mandados para casa. O edifício tem eletricidade para os serviços mínimos, mas os elevadores, surpreendentemente, funcionam.
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas conta, na TSF, que as escolas estão sem luz, sem acesso a documentos necessários para a realização de aulas e, por isso, estão a mandar os alunos para casa. Mas "o grande problema é o dia de amanhã", nota Filinto Lima, considerando que não faz sentido retomar a atividade letiva enquanto não estiverem reunidas as condições necessárias.
O serviço do Metropolitano de Lisboa foi hoje suspenso na sequência do corte de abastecimento de eletricidade que atingiu a Península Ibérica, com o fecho de várias estações ao final da manhã, constatou a Lusa.
Na estação do Areeiro, pelas 12h30, as luzes verdes e vermelhas dos pórticos de entrada e saída continuavam a funcionar e algumas pessoas entravam, ao engano.
"O metro não está a circular", dizia o único segurança presente na estação, que nada sabia sobre se noutras paragens havia passageiros retidos. "Aqui não houve", relatou à Lusa, tentando apurar mais informações através do telefone de comunicação interna, que, porém, não estava a funcionar.
"Já encostei as portas das outras saídas da estação, mas não as posso fechar, que a chave é codificada e depois, sem eletricidade, não conseguimos abrir", explicou.
Também a estação do Colégio Militar tinha sido evacuada ao final da manhã, com grades nas entradas e funcionários a avisar quem tentasse entrar.
Em vários pontos da cidade são visíveis filas nas estações de autocarro, mas também a Carris, empresa que presta serviço de transporte público urbano de superfície de passageiros no município de Lisboa, ficou com problemas nas comunicações desde a altura do apagão.
Um trabalhador da empresa, gerida pela câmara municipal da capital, disse à Lusa que a partir do momento da falha de energia “há muita dificuldade em estabelecer contactos”, lembrando até que a empresa “por vezes comunica através de Whatsapp, mas hoje não emitiu qualquer alerta”.
O trabalhador da Carris revelou ainda que o controlo de tráfego “está sem comunicações”, pelo que os autocarros ainda circulam, dada a dificuldade em entrar em contacto com os motoristas, enquanto os elétricos já estão parados.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está a acompanhar a situação da falha de energia elétrica em Portugal "em contacto permanente com o Governo", segundo uma nota da Presidência da República.
"O Presidente da República está a acompanhar a situação em contacto permanente com o Governo", lê-se numa curta nota divulgada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Há um centro comercial em Carcavelos que está com particular afluência: apesar de ter a maioria das lojas fechadas, há uma que continua em funcionamento devido à elevada procura por produtos eletrónicos como pilhas, carregadores de telemóvel com cabo de isqueiro e rádios antigos.
O ambiente é de resto calmo, com algumas pessoas a dirigirem-se também para a praia. Ainda assim, a ideologia do "racionamento ao segundo" parece estar a emergir, com os portugueses a desligarem os telemóveis para pouparem bateria.
A Comissão de Catástrofe da Unidade Local de Saúde da Guarda (ULS) está hoje reunida na sequência do apagão, disse fonte da instituição.
"Os serviços estão a funcionar dentro das contingências que resultam do apagão. Comissão de Catástrofe da ULS em reunião. Manteremos a população informada através das redes sociais", disse a fonte oficial.
A REN – Redes Energéticas Nacionais confirmou hoje um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e parte do território francês e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.
"O Presidente da República está a acompanhar a situação em contacto permanente com o Governo", lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República.
As centrais nucleares espanholas deixaram de produzir eletricidade, na sequência do apagão generalizado, que também está a afetar Portugal, noticiou hoje o jornal El Pais.
O diário, que citou fontes do Conselho de Segurança Nuclear, escreveu que as cinco centrais nucleares espanholas com sete reatores em funcionamento deixaram de produzir eletricidade para a rede pública por razões de segurança.
Os sistemas internos de cada central têm de continuar operacionais e as instalações estão a utilizar o equipamento a gasóleo que cada central nuclear dispõe, acrescentou.
A Meo confirma que devido à falta de energia em Portugal Continental os seus serviços estão temporariamente com perturbações e informa que ativou de imediato o plano de contingência, disse hoje à Lusa fonte oficial.
"A Meo confirma que, devido à falta de energia elétrica sentida em Portugal Continental, os seus serviços se encontram temporariamente com perturbações", afirmou a fonte.
"Ativamos de imediato o nosso plano de contingência, unindo todos os esforços de forma a garantir a maior estabilidade possível dos serviços", acrescentou.
O Algarve foi uma das zonas afetadas pelo apagão, mas há pelo menos duas escolas secundárias públicas em funcionamento, bem como alguns infantários. Os alunos tiveram direito a refeição, uma vez que a comida já estava preparada na altura do corte elétrico.
Ainda assim, as aulas de informática ou outras que exijam recursos a aparelhos elétricos foram canceladas.
De resto, o cenário é desértico: tribunais, notários e até mesmo bancos, como o Santander, Millenium e BCP estão de portas fechadas. O mesmo cenário replica-se nas lojas e supermercados, que estão igualmente fechados.
O hospital de São João, no Porto, ativou hoje o plano de contingência e suspendeu a atividade programada e não prioritária, alertando que “a capacidade de resposta dos geradores está dependente da gestão do combustível disponível”.
“Na sequência do apagão que afeta o país inteiro, foi ativado o plano de contingência do hospital São João, com ativação dos geradores de emergência para alimentar áreas prioritárias, como o bloco operatório para intervenções cirúrgicas urgentes e a Unidade de Cuidados Intensivos”, descreveu à Lusa fonte oficial.
De acordo com a mesma fonte, “a atividade clínica urgente e emergente está a ser assegurada”.
Foi suspensa “a atividade programada e toda a atividade não prioritária”.
Em causa está “uma lógica de otimização dos recursos disponíveis, pelo superior interesse dos nossos doentes”, refere o hospital.
“A capacidade de resposta dos geradores está dependente da gestão do combustível disponível”, acrescenta.
A Comissão Europeia disse estar em contacto com as autoridades de Portugal e Espanha e com a rede europeia de operadores para compreender a causa e o impacto do corte maciço no abastecimento elétrico na Península Ibérica.
“Estamos em contacto com as autoridades nacionais de Portugal e Espanha, bem como com a ENTSO-E [Rede Europeia dos Operadores das Redes de Transporte de Eletricidade] para compreender a causa subjacente e o impacto da situação”, disse fonte oficial do executivo comunitário à agência Lusa.
“A Comissão continuará a acompanhar a situação e a certificar-se de que a troca de informações entre todas as partes relevantes se processa sem problemas”, adiantou a mesma fonte oficial.
Bruxelas adiantou existirem “protocolos para restabelecer o funcionamento do sistema”, como previsto na legislação comunitária referente às redes de emergência e restabelecimento.
A posição surge depois de esta manhã, pelas 11h30 de Lisboa, várias cidades de norte a sul de Portugal terem sido alvo de uma falha de eletricidade, ainda não reposta e que também afetou países como Espanha e França.
Estão a ser ativados planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.
A companhia aérea portuguesa TAP pede que se evitem deslocações para os aeroportos, uma vez que estes estão a com um funcionamento "muito condicionado" devido ao apagão a nível europeu.
"Devido ao corte de energia elétrica em vários países europeus, o funcionamento dos aeroportos encontra-se temporariamente muito condicionado. A TAP solicita que não se dirija para o aeroporto até novas informações", lê-se no post do Facebook, publicado pela TAP.
Os sistemas telefónico e informático do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estão a funcionar com recurso a geradores na sequência da falha de energia que hoje afetou várias zonas do país, disse à Lusa fonte oficial.
"O INEM ativou o seu plano de contingência e tem os seus sistemas, telefónico e informático, a funcionar com recurso a geradores que foram automaticamente acionados", assegura o Instituto.
O INEM apela ainda a todos os cidadãos que liguem para o 112 "apenas em caso de emergência, para evitar uma sobrecarga do sistema".
O serviço de eletricidade já foi restabelecido em França depois de algumas zonas terem sofrido um corte parcial, avançaram hoje fontes do gestor nacional da rede, RTE, citadas pela agência espanhola de notícias Efe.
As fontes acrescentam que a RTE está a estudar como movimentar as interligações elétricas para ajudar a restabelecer a ligação em Espanha.
Chegaram relatos à TSF de várias escolas públicas que estão a encerrar, devido à impossibilidade de funcionarem em plenitude. Estão, por isso, a reencaminhar os alunos para casa.
A reação da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, sobre o apagão a nível europeu, alegando um "ataque cibernético" são falsas, confirmou esta segunda-feira a porta-voz oficial da mesma.
A mensagem circulou nas redes sociais e em alguns canais informativos.
O acesso ao terminal do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, está condicionado, para restringir a entrada a quem tem voo marcado, adiantou à Lusa fonte oficial da ANA.
“O acesso ao terminal [do aeroporto de Lisboa] está condicionado, para restringir ao máximo a entrada aos passageiros que tenham voo”, disse à Lusa fonte oficial da gestora aeroportuária.
A ANA acionou hoje os geradores de emergência, após um corte de energia a nível geral, possibilitando o essencial da operação no Porto e em Faro, mas Lisboa com mais limitações, disse à Lusa fonte oficial da gestora aeroportuária.
“Os aeroportos da ANA acionaram os geradores de emergência, o que para já possibilita a manutenção do essencial da operação aeroportuária nos aeroportos do Porto e de Faro. Em Lisboa a operação está a decorrer mas com limitações. Até ao momento, não se registam impactos nos Aeroportos da Madeira e dos Açores”, avançou a ANA.
O corte elétrico impede o levantamento de dinheiro nas caixas multibanco e tem gerado longas filas em algumas autoestradas, como é o caso da A4.
A ANA acionou hoje os geradores de emergência, após um corte de energia a nível geral, possibilitando o essencial da operação no Porto e em Faro, mas Lisboa com mais limitações, disse à Lusa fonte oficial da gestora aeroportuária.
“Os aeroportos da ANA acionaram os geradores de emergência, o que para já possibilita a manutenção do essencial da operação aeroportuária nos aeroportos do Porto e de Faro. Em Lisboa a operação está a decorrer mas com limitações. Até ao momento, não se registam impactos nos Aeroportos da Madeira e dos Açores”, avançou a ANA.
Desta forma, nos aeroportos de Faro e do Porto estão a fazer-se todas as aterragens e descolagens, com recurso a energia de gerador, enquanto em Lisboa estão também a acontecer aterragens e descolagens mas com maior limitação, avançou a mesma fonte.
A ANA vai fazer atualizações “logo que houver evolução ou mais informação”.
Uma falha de eletricidade afetou hoje pelas 11:30 várias cidades, de norte a sul do país.
Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) mandou encerrar as conservatórias, enquanto nas prisões a unidade de elite está de prevenção, devido à falha de energia que está afetar Portugal, disse à Lusa o Ministério da Justiça.
"O IRN decidiu mandar fechar as conservatórias", adiantou fonte do Ministério da Justiça, sem adiantar mais detalhes.
A mesma fonte acrescentou que, se for necessário, "será reforçada a segurança no sistema prisional", acrescentando que o esquadrão do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP), o grupo de operações especiais do Corpo da Guarda Prisional, "está já de prevenção".
"No Ministério da Justiça, onde existem sistemas redundantes, estes foram acionados", sublinhou.
Os estabelecimentos estão entre os organismos que têm geradores.
O centro de dados do Ministério da Justiça "tem autonomia para seis horas", tendo os organismos tutelados por este sido aconselhados "a esperar duas horas".
"Caso o apagão se mantenha, ficam apenas equipas de gestão de crise nos organismos", concluiu a fonte.
O ministro Adjunto e da Coesão Territorial admitiu hoje que o apagão energético que afeta Portugal possa ser devido a um ciberataque, adiantando que está também a afetar Espanha, França e Alemanha.
Em declarações à RTP 3, Manuel Castro Almeida, questionado sobre a possibilidade de se tratar de um ciberataque, respondeu que “há essa possibilidade, mas não está confirmada”.
“Há essa possibilidade, de facto”, referiu o ministro, salientando que tinha ainda pouca informação e que a que dispunha não era confirmada.
“Sei que abrange vários países da Europa - Portugal, Espanha, França e Alemanha e creio que também Marrocos”, referiu Castro Almeida, para quem em causa está uma “coisa em grande escala que, pela dimensão que tem, é compatível com um ciberataque”,
“Mas é uma informação não confirmada”, reiterou.
Fonte oficial do Governo confirma à TSF que o Conselho de Ministros vai reunir na residência oficial, presidido pelo primeiro-ministro.
