Ofensivas com resposta: Irão lança sétima vaga de ataques, Israel responde com mira em Teerão. Pelo menos 128 iranianos mortos
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A Guarda Revolucionária Iraniana anunciou este domingo a morte de mais sete oficiais militares de alto escalão, em ataques israelitas, elevando para 15 o número de comandantes mortos nos últimos dias.
Os oficiais seriam, segundo a mesma fonte, membros da Força Aeroespacial do Irão, estrutura que gere o programa de mísseis e drones do país.
De acordo com a Guarda Revolucionária Iraniana, Mahmoud Bagheri, Davood Sheikhiyan, Mohammad Taherpour, Mansour Safarpour, Masoud Tayeb, Khosro Hassani e Javad Jarsora foram mortos na sexta-feira.
Terão morrido num ataque que matou o comandante-chefe da força, o general Amir Ali Hajizadeh.
O Irão lançou este domingo a sétima vaga de ataques contra Israel, fazendo soar o alarme no Norte e no centro do país, mas o Exército israelita afirmou ter intercetado a maioria dos mísseis, enquanto, ao mesmo tempo, atacava a capital iraniana, Teerão.
"Na última hora, vários mísseis foram lançados do Irão em direção ao Estado de Israel, sendo que a maioria deles foi intercetada e não houve relatos de queda de projéteis" no solo, lê-se num comunicado do Exército de Telavive emitido pelas 17h00 locais (15h00 em Lisboa).
Pelo menos 128 pessoas morreram e 900 ficaram feridas no Irão, na sequência dos ataques israelitas contra território iraniano, na sexta-feira e no sábado, informou este domingo o Ministério de Saúde iraniano.
Hossein Kermanpour, porta-voz daquele ministério, indicou que os números são "muito provisórios", dado que as equipas de resgate ainda estão a realizar buscas em escombros de edifícios, de acordo com a imprensa local.
O Presidente do Irão garantiu que Israel receberá uma resposta "mais dolorosa e esmagadora" se os ataques israelitas, iniciados na sexta-feira contra alvos nucleares e militares em solo iraniano, continuarem.
"Não começámos a guerra, mas respondemos com firmeza e, se a agressão continuar, haverá respostas mais dolorosas e esmagadoras para os agressores", afirmou Masoud Pezeshkian, durante uma conversa telefónica com o primeiro-ministro do Iraque, Mohamed Shia al-Sudani, divulgada pela Presidência iraniana.
Pezeshkian agradeceu a Al-Sudani a posição contra Israel e denunciou a utilização do espaço aéreo iraquiano para ataques contra o Irão, "prova da natureza criminosa e agressiva do regime [israelita] e do desprezo por todas as leis e normas internacionais".
O líder iraniano lembrou a "história contínua de agressões" de Israel contra países islâmicos, como a Palestina, o Líbano, a Síria ou o Irão, razão pela qual apelou à "poderosa vontade coletiva da comunidade islâmica" para "travar esta prática vil".
"Caso contrário, outros países da região serão atacados por este regime, mais cedo ou mais tarde", argumentou.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, visitou este domingo o local onde um míssil balístico iraniano atingiu um prédio de mais de uma dúzia de andares na cidade de Bat Yam, nos subúrbios de Telavive.
A visita foi confirmada por uma alta autoridade israelita à agência de notícias EFE.
O impacto matou seis pessoas, enquanto outras duas permanecem desaparecidas, segundo os serviços de emergência.
O Presidente israelita, Isaac Herzog, também visitou o local e lamentou as mortes de "civis de todas as idades e origens, judeus e muçulmanos, jovens e idosos, veteranos israelitas e recém-chegados, sobreviventes do Holocausto e crianças pequenas" em ataques iranianos contra várias cidades.
Herzog insistiu que o objetivo de Israel com esta ofensiva aérea é "mudar a realidade no Médio Oriente" e acusou o Irão de armar outros inimigos regionais e desenvolver a sua capacidade nuclear, considerando-a "a mais perigosa para a humanidade".
"Portanto, defendemos não apenas Israel, mas o Médio Oriente, a própria humanidade, a paz mundial. Apelo aos líderes do G7, reunidos amanhã [segunda-feira] no Canadá: todos devem estar connosco, porque se quiserem desmantelar as armas nucleares, é melhor que trabalhemos juntos", referiu.
Bom dia! A TSF vai acompanhar ao minuto, através deste liveblog, os desenvolvimentos mais recentes do conflito no Médio Oriente.
Recorde aqui o que aconteceu no sábado.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, afirmou este domingo, durante uma conversa com o seu homólogo alemão, Johann Wadephul, que o país continuará a sua campanha militar contra o Irão porque "ainda há objetivos importantes a cumprir".
"Durante uma conversa esta manhã (...), o ministro Saar afirmou que a operação das Forças de Defesa de Israel (IDF) no Irão irá prosseguir, pois ainda restam alvos significativos por atingir", detalhou o gabinete do ministro israelita em comunicado.
Estas declarações do responsável israelita surgem depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, ter garantido que os ataques a Israel acabarão de imediato caso Telavive também termine com a ofensiva.
Gideon Saar agradeceu a Johann Wadephul o apoio da Alemanha a Israel e sublinhou que os ataques israelitas têm visado infraestruturas militares e nucleares no Irão, enquanto a República Islâmica tem atacado "deliberadamente civis" nos seus bombardeamentos de retaliação.
O exército israelita pediu este domingo aos cidadãos iranianos que se encontrem nas imediações de fábricas de armamento no Irão para abandonarem imediatamente essas zonas e não regressarem até nova ordem.
“Este é um aviso urgente para todos os que se encontrem ou venham a encontrar-se em quaisquer instalações de produção de armas, ou em locais que apoiem essa produção no Irão. Para vossa segurança, pedimos que evacuem imediatamente essas instalações e não regressem até nova ordem”, declarou o porta-voz militar israelita para o mundo árabe, Avichay Adraee, numa mensagem difundida através das redes sociais.
Nesta manhã de domingo, Donald Trump escreve, nas redes sociais, que Washington não está relacionado com os ataques israelitas às instalações nucleares e de inteligência do Irão desta noite.
Ameaça ainda o Irão, avisando que, caso ataque os Estados Unidos, verá "toda a força e poder" do exército norte-americano "em níveis inéditos".
E deixa a garantia: os Estados Unidos podem "facilmente" fechar um acordo entre o Irão e Israel, e "pôr fim a este conflito sangrento".
A diplomacia do Irão garantiu este domingo que os ataques a Israel acabarão de imediato caso Telavive também termine com a ofensiva.
O ministro das Relações Exteriores do Irão, Abbas Araghchi, fez esta declaração perante vários diplomatas, em Teerão, na primeira aparição pública desde o início dos ataques israelitas, na sexta-feira.
“Se a agressão acabar, as nossas respostas também acabam”, garantiu Araghchi.
Israel ainda não reagiu a esta declaração.
