Fuga de reclusos de Vale de Judeus é "uma vergonha". Sindicato diz que é "inevitável" haver demissões
Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional da Guarda Prisional, espera que a ministra da Justiça anuncie a demissão do Diretor-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, depois da fuga dos cinco prisioneiros de Vale de Judeus. O dirigente sindical afirma ainda que o Governo ainda não tomou quaisquer medidas
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O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional afirma que não tem conhecimento de nenhuma medida implementada no terreno desde a fuga dos cinco prisioneiros da cadeia de Vale de Judeus, em Alcoentre.
Em declarações à TSF, Frederico Morais sublinha que, ao contrário do que foi anunciado pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, não estão a ser tomadas novas medidas. "Não há alteração nenhuma de nada", reforça Frederico Morais, que acrescenta ainda que têm estado em contacto com os guardas do estabelecimento prisional.
O Presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional classifica como "vergonha" toda a situação da fuga dos cinco prisioneiros. Frederico Morais anseia por ouvir as medidas que vão ser anunciadas pela ministra da Justiça, na conferência de imprensa desta terça-feira. "Estamos ansiosos para ver o que a líder do Ministério da Justiça vai fazer com uma situação tão dramática e tão caricata e vergonhosa para o país, que foi permitida por falta de investimento nos serviços prisionais", defende.
Frederico Morais está na expetativa de ouvir da parte da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, o anúncio da exoneração do Diretor-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Para o Presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional é uma situação "inevitável". "Se a ministra não o fizer, irá sentir o afastamento do corpo da guarda prisional do Ministério da Justiça porque é inevitável. Nós temos um líder que não nos consegue defender, que não dirigiu uma palavra até agora ao corpo da guarda prisional mais de 50 horas depois. Precisamos de ter alguém que olhe por nós", remata Frederico Morais.
O Presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional critica o silêncio do Governo.
Cinco reclusos fugiram no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.
A fuga foi registada pelos sistemas de videovigilância pelas 09h56, mas só foi detetada 40 minutos depois, quando os reclusos regressavam às suas celas.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.