Militares a combaterem incêndios? "Em Portugal, a GNR faz um trabalho excelente e é parceira dos bombeiros"

O presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros entende que o caminho de Espanha foi criar uma unidade especializada de combate a incêndios, no Exército (a UME), da mesma forma que Portugal decidiu fazer o mesmo com a GNR.

Em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, António Nunes lembra que foi contra a opção da GNR. No entanto, nos dias de hoje, o presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros reconhece que os resultados foram bons e considera que as unidades militares são generalizadas no resto da Europa, quase sempre assentes em unidades de engenharia militar.

"A Europa toda colocou isso nos militares. Está tudo apoiado em unidades de engenharia desmilitarizadas. Espanha tem umas Forças Armadas mais musculadas do que as nossas, nós temos mais dificuldade e houve uma opção. Aliás, nós temos uma unidade dessas em Abrantes, só que não tem o número de efetivos que tem Espanha e, portanto, aquilo que foi determinado foi que fosse a GNR e, nessa altura, não concordei com essa situação. Hoje, vendo a proficiência que eles têm, tenho de reconhecer que fazem um trabalho excelente e, portanto, são os parceiros dos bombeiros, fazem a sua missão e nós não temos nada contra a que isso ocorra", explica António Nunes, sublinhando: "Nós temos o combate, temos a maior capacidade, porque não há nenhuma outra estrutura em Portugal que tenha capacidade para fazer esse combate e porque nós nos focamos muito também nos incêndios florestais. Para os incêndios urbanos ou incêndios industriais são só os bombeiros que lá estão."

A Entrevista TSF-DN com António Nunes, presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros, passa, esta sexta-feira, depois das 13h00 na TSF e também poderá ser lida no site da TSF, em tsf.pt.