Eurodeputados impedidos de entrar no Saara Ocidental. MNE recusa comentar, Catarina Martins "espantada"
À TSF, o Ministério dos Negócios Estrangeiros garantiu ter contactado a chefe da delegação da União Europeia em Marrocos para que intercedesse junto das autoridades locais no sentido de os eurodeputados serem tratados com respeito e dignidade
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O Ministério dos Negócios Estrangeiros recusou esta quinta-feira comentar o caso dos três eurodeputados impedidos de entrar no Saara Ocidental, afirmando que contactou a delegação da União Europeia em Rabat para que intercedesse junto das autoridades marroquinas. Catarina Martins, uma das eurodeputadas do caso, está "espantada" com a resposta do MNE ser "tão vaga".
"Estou absolutamente espantada por a resposta do Ministério dos Negócios Estrangeiros ser tão vaga. Acho que no mínimo precisa de pedir explicações a Marrocos sobre o porquê de uma coisa destas ter acontecido. Parece-me que isto é um incidente grave", disse a eurodeputada eleita pelo Bloco de Esquerda à TSF.
Uma delegação do parlamento europeu foi impedida de desembarcar no Saara Ocidental. Entre os políticos declarados persona non grata está Catarina Martins, eurodeputada do BE, que foi "empurrada" para dentro do avião no aeroporto internacional de Laayoune. Questionado pela TSF, o MNE recusou comentar o caso, mas garantiu ter contactado a chefe da delegação da União Europeia em Marrocos para que intercedesse junto das autoridades locais no sentido de os eurodeputados serem tratados com respeito e dignidade.
"Portugal tem relações muito próximas com Marrocos, tem as relações que são conhecidas, comerciais, pescas e outras. Vai organizar o mundial de futebol juntamente com Marrocos também, mas Portugal reconhece o Saara Ocidental e as resoluções das Nações Unidas que dão àquele território e ao seu povo direito à autodeterminação e, portanto, deve atuar em conformidade e não aceitar o que as autoridades marroquinas possam fazer ou que estão a fazer", afirmou Catarina Martins.
A eurodeputada revela que os governos de Portugal, Espanha e Finlândia foram contactados, por serem os países dos três eurodeputados impedidos de entrar no Saara Ocidental, e que a Finlândia, por exemplo, está incomodada com o caso.