Reconhecer a Palestina "não salva a vida dos bebés que vão morrer nas próximas horas, mas mostra apoio" a quem vive "genocídio"
"Uma pessoa não tem de ser mãe nem pai" para "sentir" o sofrimento de quem vê os filhos morrerem de fome, considera na TSF Rosie Marteau, da Parents for Peace. Para "assegurar que o nosso euro não vai apoiar o genocídio", defende também um boicote aos produtos israelitas
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A organização Parents for Peace (Pais pela Paz, em tradução para português) pede ao Governo português que reconheça "já" o Estado da Palestina. Essa atitude, salvaguarda a porta-voz Rosie Marteau à TSF, "não salva a vida dos bebés que vão morrer nas próximas horas, mas seria uma declaração clara de apoio" ao povo que está a viver uma catástrofe humanitária.
Defende igualmente um "boicote" aos produtos israelitas para "assegurar que o nosso euro, o nosso dinheiro não vai apoiar nem investir neste genocídio".
Rosie Marteau não esconde, nestas declarações à TSF, a indignação pelo que está a acontecer às crianças na Faixa de Gaza.
"Uma pessoa não tem de ser mãe nem pai" para "sentir" o sofrimento de quem vê os filhos morrerem de fome: "Parte-me o coração." E a indignação aumenta ao ver a "preguiça" e a "falta de ação" dos decisores políticos, considerando que tal "é mesmo chocante".
Uma das mais recentes vítimas da fome no território é um bebé de sete dias e morreu por não ter leite, segundo o que relatou uma fonte do hospital al-Ahli à Al Jazeera. "Existe leite, existe muita coisa a três quilómetros de Gaza, a apodrecer em armazéns, em camiões, por falta de permissão [de entrada] do governo de Israel", acusa Marteau.
Rosie Marteau não tem dúvidas de que há um "genocídio" em curso e, por isso, exige medidas ao Executivo de Luís Montenegro, porque "o tempo já passou, o tempo foi ontem, o tempo foi há um ano". É o apelo urgente da Parents for Peace, uma associação internacional também representada em Portugal, que defende a ajuda humanitária imediata na Faixa de Gaza.
Desde o início da guerra, já morreram à fome mais de 120 pessoas, sendo que mais de 80 eram crianças ou bebés.
