As novas histórias do casario ribeirense, a aposta no queijo que "não é" da Ilha e os nove hotéis de luxo selecionados para a gala da Condé Nast Johansens em Londres.
Casario renovado
Quem vem e atravessa o rio junto à serra do Pilar já não vê um velho casario que se estende até ao mar. O Porto sentido por Rui Veloso e, no caso, pelo letrista Calos T, está longe das "pedras sujas e gastas" e mais ainda dos "lampiões tristes e sós". A zona está renovada, com novas valências e exemplo disso é o restaurante Casario.
A nova casa de Miguel Castro e Silva e José Guedes na Rua de Cima do Muro num edifício do século XVII que serviu de habitação privada, um armazém de cafés e chocolate e o clube Os Ribeirenses. O edifício foi comprado pela Gran Cruz, transformado numa "guest house" com um restaurante e, tal como no Espaço Porto Cruz em Vila Nova de Gaia, os dois chefs tomaram conta dos destinos gastronómicos.
A sala tem 24 lugares com mais 12 na esplanada e a ideia foi fazer um restaurante que recriasse os jantares vínicos que Miguel e José foram fazendo no De Castro no Espaço Porto Cruz. Há menus de degustação e serviço à carta e muitos vinhos das várias marcas da Gran Cruz, entre os quais, alguns assinados por Miguel Castro e Silva.
Entre outros pratos, há robalo marinado com ervas frescas, lula, shiitake e cebolo com caldo fumado, bacalhau como à Gomes de Sá, arroz de rúcula com berbigão e Novilho, Puré de tubérculos e Cogumelos da época com molho de Vinho do Porto. Nas sobremesas, o mil-folhas de amêndoa com creme de queijo serra e sorvete de frutos vermelhos e bolacha, cacau e amêndoa com gelado de café, são algumas das propostas.
Miguel Castro e Silva em breve também assume a direção da "cantina" que a Quinta do Ventuzelo quer criar no Douro e, apesar de querer consolidar os projetos, poderá haver outras novidades do chef no Porto.
O queijo que não é só "ilha"
O queijo S. Jorge ganhou a Região Demarcada do Queijo de São Jorge e a regulamentação do registo de Denominação de Origem Protegida (DOP) em 1986 e, desde essa altura, que os queijos feitos nesta ilha passaram a ser únicos.
A grande diferença, explicada por António Azevedo, gestor da cooperativa Uniqueijo, é o leite ser cru, enquanto nas outras ilhas, o denominado queijo da ilha, o leite pode ser pasteurizado. Há registos de 200 anos que indicam que o queijo tem a mesma forma de cilindro e com um volume semelhante, mas os registos do início remontam à povoação da ilha, particularmente de flamengos como o nobre Willem van der Hagen que é o antepassado da atual da família dos Silveiras, que acabaram por ser os grandes proprietários e produtores de queijo no final do século XIX.
O açoriano da Vila das Velas em S. Jorge, António Azevedo, explica as diferentes curas de um queijo que pode substituir alguns italianos e, no entender do gestor, com vantagens.
Nove hotéis portugueses na "short list"
Há nove hotéis portugueses nomeados para os prémios de excelência do guia Condé Nast Johansens, da editora das revistas Vogue, GQ, Tatler, Condé Nast Traveller e Vanity Fair. A gala e a entrega de prémios está marcada para o dia 5 de novembro no May Fair Hotel de Londres, altura que se vai saber os resultados finais.
Para "Best Newcomer or Back on the Scene Hotel", está o Hotel Infante Sagres no Porto, "Best Serviced Accommodation", Monte Rei Golf & Country Club no Algarve, "Best for Families", Tivoli Carvoeiro, também no Algarve, "Best Dining Experience", The Cliff Bay Hotel, na Madeira, "Best Countryside Hotel, or Lodge", Torre de Gomariz Wine & Spa Hotel, em Vila Verde, Braga, "Best Urban Hotel", Santiago de Alfama Hotel em Lisboa, "Best for Meetings or Conferences", o InterContinental Porto-Palácio das Cardosas no Porto, "Best Weddings, Parties or Special Occasions", Olissippo Lapa Palace Hotel em Lisboa e, por último, o "Readers" Award" que nomeou o Terra Nostra Garden Hotel nos Açores.
O responsável pela comunicação da Condé Nast Johansens, Nino Rodríguez, explica as nomeações e traça um breve retrato da presença dos hotéis portugueses de luxo no guia.
Os nove hotéis portugueses foram nomeados aos Prémios de Excelência Condé Nast Johansens 2019 que englobam o Reino Unido, Irlanda, Europa e Zona do Mediterrâneo. Os prémios anuais reconhecem, segundo a editora, "o constante trabalho dos melhores hotéis do mundo para melhorarem o mercado das viagens de luxo".