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Eurogrupo pede diálogo entre Roma e Bruxelas

O ministro das Finanças, Mário Centeno, fala durante conferência de imprensa sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), realizada no Salão Nobre do Ministério das Finanças, em Lisboa, 16 de outubro de 2018. Na proposta de OE2019, o Governo estima um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2% no próximo ano, uma taxa de desemprego de 6,3% e uma redução da dívida pública para 118,5% do PIB. No documento, o executivo mantém a estimativa de défice orçamental de 0,2% do PIB no próximo ano e de 0,7% do PIB este ano. RODRIGO ANTUNES/LUSA LUSA

O Eurogrupo apoia o chumbo ao orçamento italiano e pede diálogo entre Roma e Bruxelas. O ministro italiano dá a entender que não muda o orçamento.

O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno e o os ministros da zona euro apoiaram hoje politicamente a decisão de chumbar tecnicamente o orçamento italiano.

"Os ministros apoiaram a comissão na avaliação que apresentou, e convidaram a Itália para cooperar de perto com a Comissão, na preparação de um orçamento revisto, que esteja em linha com as nossas regras orçamentais", afirmo Centeno.

O comissário dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici espera pela mobilização do governo de Giuseppe Conte e pela concertada de pontos de vista entre Giovani Tria, Luigi di Maio e Mateo Salvini.

"A bola está no campo italiano que deve enviar à Comissão e ao eurogrupo (...) um projecto de orçamento revisto", avisou Moscovici, embora o ministro italiano das Finanças, Giovanni Tria tenha mantido a posição de que o orçamento não será alterado.

"Não muda, continuamos a discutir", assegurou o ministro italiano, numa altura em que ainda tem "até ao dia 13" para entregar um novo documento. Até àquela data o diálogo continuará sem qualquer impulso "penalizador", garantiu Moscovici.

"O espírito de diálogo está aí. E, nas minhas funções estarei sempre a favor do espírito de diálogo para encontrar soluções. Digo e reafirmo, não creio que sanções sejam um bom procedimento. Nunca acreditei nisso", garantiu.

Entretanto o custo que os mercados cobram pelos empréstimos disparou em Itália. O ministro Giovanni Tria entende que se trata mais de uma questão de percepção o resultado de um orçamento fora das regras do euro.

"Esperamos que os spreads venha a cair quando a nossa estratégia seja mais bem percebida, quando explicarmos melhor os nossos números e a nossa estratégia", disse, o ministro italiano, acreditando que essa instabilidade pode ser controlada depois de concluir o diálogo com a Comissão Europeia. Entretanto deixa entender que não vai alterar o orçamento italiano.

João Francisco Guerreiro