Política

Referência a "ansiedade" de Marcelo não terá sido uma "ingenuidade" de Costa

almoços grátis Carlos César Luís Montenegro Ana António/TSF

Luís Montenegro acredita que as declarações do primeiro-ministro sobre uma suposta "ansiedade" de Marcelo em relação ao caso de Tancos não foram feitas "de ânimo leve".

Luís Montenegro defende que António Costa não terá sido ingénuo quando sugeriu que o Presidente da República mostrava ansiedade em relação ao caso de Tancos e acredita que estas declarações deixam Marcelo Rebelo de Sousa desconfortável.

"Eu já tenho experiência suficiente para saber que o primeiro-ministro não usou a expressão de 'ansiedade' ligada às declarações do senhor Presidente da República de ânimo leve. Eu acho que esta referência a uma putativa ansiedade do Presidente da República não terá sido uma ingenuidade e, de certa maneira, colocou aqui o Presidente da República numa situação desconfortável."

Montenegro sublinha ainda que o caso do Furto em Tancos provoca desconforto em vários setores: "O Governo está desconfortável, o Presidente da República está desconfortável, o parlamento também está desconfortável, os órgãos de jurisdição, o Ministério Público, a Polícia Judiciária - quer a civil quer a militar - estão desconfortáveis. Isto não deixa ninguém satisfeito, seguramente."

Em resposta a Luís Montenegro, o presidente do PS, Carlos César, acusa a direita de querer minar a boa relação entre o Governo e o Presidente da República.

"O que irrita solenemente o PSD e o CDS é que haja um bom entendimento entre o primeiro-ministro e o Presidente da República. Portanto, cada palavra, cada hora, cada gesto devem ser aproveitados pela direita para tentar destruir uma relação que tem sido positiva, estável, consonante, como ainda ontem o reafirmaram quer o senhor primeiro-ministro quer o Presidente da República.

Já Luís Montenegro diz que esse argumento de Carlos César é uma "desculpa de mau pagador" e sublinha que "não foi a direita nem nenhum dirigente político que mandou recados ao Presidente da República", mas sim António Costa.

*Com Anselmo Crespo