O MEXE descentralizou-se e está a levar a comunidade de Faro a criar arte. Uma das propostas do encontro é fazer ritmos com o batimento das bolas de basquete.
"Tum-Cla-Peo-Tum-Tum Peo". O catalão Josep Borrás dá as dicas para os ritmos que quer ver replicados com instrumentos peculiares: bolas de basquete. Mais de 30 jovens de duas escolas aceitaram participar no MEXE - o Encontro Internacional de Arte e Comunidade e no desafio lançado, o Basket Beat.
Este ano, o MEXE saiu pela primeira vez do Porto e foi para Faro. A filosofia é sempre a mesma: envolver a comunidade local na criação de arte.
Hugo Cruz, da direção do MEXE, salienta que aqueles que habitualmente estão sentados na plateia, agora saltam para o palco. "É propor processos artísticos em profunda conexão com o cidadão comum", diz.
Desta vez, a oficina é dirigida a jovens que apresentarão, esta noite, o espetáculo no Teatro das Figuras. E é algo diferente do habitual. "A ideia é que a partir do ritmo das bolas se possa construir música".
O criador, Josep Borrás, considera que, durante os três dias em que decorreu a formação, criaram-se laços, desenvolveram-se formas de comunicação e maneiras diferentes de interagir.
No espetáculo participam 32 jovens e Rui Gonçalves, responsável pela programação do Serviço Educativo do Teatro das Figuras, explica que não faltaram candidatos à oficina. "Tive que bloquear algumas inscrições, porque era tanta gente a querer participar que fiquei surpreendido".
Cristina Rolo foi uma das pessoas que participou em todas as atividades do MEXE, tanto na formação de teatro como no Basket Beat.
Ela e toda a família: os dois filhos e o marido. Não podia estar mais satisfeita. "Tínhamos pessoas de todas as idades e de muitos países e foi giríssimo como, em três dias, conseguimos produzir um espetáculo", conta.
Também as estudantes Tatiana e a Alexandrina vão subir ao palco no grupo do Basket Beat. Questionadas sobre se não é estranho tentar fazer música com bolas de basquete, respondem: "Estranho? Estranho não é, porque nós fazemos ritmos e melodias com tudo à nossa volta, mas que é uma experiência nova, é".