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Movimento "coletes amarelos" está a bloquear mais de dois mil pontos em França

epa07173793 People wearing yellow vests, as a symbol of French driver's and citizen's protest against higher fuel prices, wave the French national flag as they face police forces close to the Elysee presidential palace as part of a nationwide protest in Paris, France, 17 November 2018. The so-called 'gilets jaunes' (yellow vests) protest movement, which has reportedly no political affiliation, is protesting over fuel prices. According to reports, a female protester died after she was ran over by a vehicle in the south-eastern Savoy region as others were injured elsewhere during nationwide demonstrations. EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON EPA

Para controlar os protestos e impedir bloqueios, o governo tomou medidas de segurança com o reforço de policiamento nas estradas.

O novo movimento "coletes amarelos" começou de madrugada a bloquear mais de 2000 pontos estratégicos das principais estradas francesas. Um protesto que conta com mais de 124.000 participantes segundo o ministério o interior. Uma pessoa perdeu a vida em Sabóia, no sudeste francês, e há registo de 47 feridos no decorrer das manifestações.

Em Paris, a avenida dos Campos Elísios, a praça da Concórdia ou os acessos à capital francesa estão congestionados; "há bloqueios na circular externa e até mesmo na estação de comboio de Saint Lazare. Algumas destas manifestações estavam previstas, mas tentamos encontrar caminhos alternativos, como tive de fazer há pouco", explica este taxista senegalês.

Questionado sobre a sua participação nos protesto, respondeu que está a manifestar e que, mais logo ao fim do dia, se vai juntar aos colegas. Até lá tem de trabalhar até porque tem "contas para pagar".

Sobre a política que o Presidente francês tem levado a cabo, o taxista de 54 anos, acredita que este movimento não acabou porque "ainda agora começou". "Não podemos cruzar os braços. É preciso mexer-se um pouco e mostrar descontentamento. É um direito legítimo de uma sociedade democrática. É preciso não esquecer que votámos e ainda temos cinco anos pela frente", conclui.

Há ainda quem tenha trocado o carro pela mota. É o caso deste empresário argentino que descreve as "manifestações pacíficas" pelas passou.

"Vi manifestações em Saint-Cloud, duas manifestações na circular interna e um bloqueio total em Versalhes. Normalmente ando de carro, mas hoje pedi o scooter do meu filho para chegar a horas », descreve.

Apesar de também sofrer com o aumento dos preços de combustíveis e o aumento de impostos, o empresário não se quis juntar à manifestação que descreve como populista.

"Todos nós somos afetados por estes aumentos, mas depois é preciso olhar para a realidade; os aumentos provocados pelo preço do barril, pelas taxas e não vamos entrar em polémicas. Para mim estas manifestações são puramente populistas, já vimos onde é que o populismo conduziu certos países", justifica.

Segundo o ministro do Interior francês, Christophe Castaner, uma pessoa perdeu a vida e 47 outras ficaram feridas, três em estado grave. Esta manhã em Sabóia, no sudeste da França, uma mulher perdeu a vida atropelada por uma condutora atrapalhada por estar cercada de manifestantes.

Para o taxista parisiense trata-se de um acidente; "isso foi um acidente. Um acidente é um acidente e não se justifica. Pode acontecer a qualquer pessoa; a si ou a mim. As manifestações estão a ser acompanhadas pela polícia".

Para controlar os protestos e impedir bloqueios, o governo tomou medidas de segurança com o reforço de policiamento nas estradas. Ao longo deste sábado foram distribuídos pelo país mais de 4000 agentes policiais e da CRS, a polícia especializada na manutenção da ordem.