Definitivamente, o selecionador português não brinca em serviço: considerando a "final four" da Liga das Nações como uma espécie de fase final de uma competição oficial (o que tem todo o sentido), Fernando Santos faz o pleno, levando Portugal a quatro fases finais em quatro anos: Europeu-2016, Taça das Confederações-2017, Mundial-2018 e Liga das Nações-2019. As férias podem esperar!
Portugal recebe hoje a Polónia no jogo de encerramento da fase de grupos da Liga A da Liga das Nações já com lugar garantido na "final four" de junho, sendo mesmo a única seleção apurada que não precisou de esperar pelo último encontro desta fase para atingir o seu objetivo.
Já Holanda e Inglaterra necessitaram de esperar pelos últimos cinco minutos dos seus derradeiros encontros para carimbar o passaporte para a "final four" (os ingleses dando a volta à vantagem da Croácia, com golos aos 78 e 85 minutos e os holandeses marcando por duas vezes nos últimos cinco minutos, na Alemanha), enquanto a Suíça inverteu um resultado negativo de 0-2 para 5-2, quando estava obrigada a vencer a Bélgica por dois golos para garantir o apuramento.
Claramente de parabéns está a UEFA, assim como quem concebeu a Liga das Nações e o seu inteligente formato - um português, note-se: Tiago Craveiro, diretor-geral da FPF. A novel prova está a ser um enorme sucesso desportivo, com jogos marcados por grande emoção e qualidade, e não apenas na Liga A. Os vários "patamares competitivos" asseguram o equilíbrio e na Liga A, por exemplo, o número de equipas em cada grupo (três) contribuiu para as emoções fortes. Repare-se no incrível caso do grupo 4: até ao fim do último jogo, todas as três equipas (Inglaterra, Espanha e Croácia) podiam qualificar-se para a "final four".
Mas a FPF está especialmente de parabéns por mais uma presença da seleção nacional numa "fase final" (mesmo que desta vez esta seja composta por quatro seleções apenas), sendo que só falta a divulgação oficial de que aquela se realizará no Porto e em Guimarães, em junho do 2019.
Hoje, além de celebrarem devidamente esta qualificação - garantida sem Cristiano Ronaldo, o que a valoriza ainda mais, assim como a maneira assertiva como foi conseguida -, os adeptos portugueses devem relembrar as alegrias consecutivas que a equipa nacional lhes tem dado. No século XXI, a seleção nunca falhou o apuramento para uma fase final de uma grande competição em que fosse necessário passar por uma qualificação. Considerando esta "final four" como uma fase final, esta é a décima primeira consecutiva de Portugal, que em todo o século XX estivera apenas presente em quatro! O Mundial-66, o Europeu-84, o Mundial-86 e o Europeu-96.
Mais significativo ainda: tendo em conta esta "final four" da Liga das Nações, a equipa das quinas é a única seleção europeia que faz o pleno em todas as fases finais de grandes competições no novo milénio. De entre as que estarão em Portugal, em junho, a Inglaterra não marcou presença no Euro-2008; a Holanda falhou o Euro-2016 e os mundiais de 2002 e 2018; e a Suíça não esteve nos campeonatos europeus de 2000 e 2012 e no Mundial-2002.
Para aumentar o orgulho português, refira-se que nesta Liga A ficaram pelo caminho os gigantes do futebol europeu que haviam estado em todas as grandes competições (conquistando muitas delas) do século XXI: Espanha, França e Alemanha (que inclusive desceu à Liga B).
Muitos motivos para sorrir tem especialmente Fernando Santos, que arriscou uma renovação forte da seleção nesta Liga das Nações (deixando de fora, por exemplo, Ronaldo, Quaresma e Moutinho), e mesmo assim conseguiu manter um registo verdadeiramente impressionante: ainda não perdeu qualquer partida na prova, continuando a ter apenas duas derrotas em 36 jogos de competições oficiais, desde que chegou ao comando do barco português.
Mas há mais: Santos consegue ainda o pleno de apuramentos para as fases finais (três em três), contando somente uma derrota em encontros de qualificação, perante a Suíça, em setembro de 2016 (também sem Ronaldo...), num total de 20 jogos deste tipo.