Não é justiça, é "espetáculo". Há um novo e entusiasmante inquérito do Ministério Público para assistir na televisão e Daniel Oliveira dá-lhe cinco estrelas.
Só quem acha que a justiça ainda serve para julgar e não percebe nada de televisão pode ter uma opinião diferente. O julgamento dos suspeitos de envolvimento no ataque à academia do Sporting é o novo espetáculo televisivo e Cândida Vilar "atriz revelação".
"Que papelão", ironiza Daniel Oliveira no seu espaço de comentário que ocupa semanalmente na TSF, "A Opinião".
Com violência e futebol, um "cruzamento com provas dado no mercado", o "sucesso comercial" da "nova coprodução Correio da Manhã-Ministério Público" está garantido.
Mas depois de "ralhar" Fernando Mendes, ex-líder da Juventude Leonina, "cidadão que a lei diz que ainda é inocente", estrela foi a procuradora Cândida Vilar, do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.
"Não faz perder tempo com dúvidas, referências enfadonhas à lei, tratamentos formais que quebram o ritmo da trama tem a acusação na ponta da língua, esmaga o arguido como se fosse uma mosca."
Diz Daniel Oliveira que quem esperava outro comportamento de uma procuradora, da Justiça, do estado de Direito, podia condenar Cândida Vilar e a fuga ao segredo de justiça que permitiu a divulgação do áudio do interrogatório. "Mas isto é espetáculo."
Texto: Carolina Rico