Alienação da Herdade da Comporta vai ser fechada esta terça-feira. O plano dos compradores será urbanizar o território rico em biodiversidade.
Seis associações ambientalistas estão preocupadas com a venda da Herdade da Comporta a promotores imobiliários do consórcio Amorim/Vanguard.
Os credores da Gesfimo reúnem-se esta terça-feira à porta fechada para deliberar a alienação, mas não houve qualquer resposta do Governo à carta aberta enviada ao ministro do Ambiente pelas associações que contestam o projeto de urbanização previsto para a zona que vai ser vendida.
"O país está, pois, na iminência de assistir não só à conversão de um vasto espaço agroflorestal num complexo residencial e turístico, como à entrega a decisores particulares de algumas decisões cruciais para o futuro ambiental e social do território", pode ler-se no documento subscrito pela ACU - Associação Comporta Utopia, ALA - Alentejo Litoral pelo Ambiente, GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, LPN - Liga para a proteção da Natureza, QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza e ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável.
Em declarações à TSF, Pedro Bingre do Amaral, da associação Comporta Utopia, criticou o papel da Caixa Geral de Depósitos neste processo.
"Faz todo o sentido que o banco público português defenda o interesse público e escolha uma alternativa para o território sem pensar apenas em quanto rendimento vai obter com a venda.
"Além disso este pode ser "o pontapé de saída para transformar a Herdade da Comporta em mais uma estância balnear sobre-explorada como as que existem no Algarve, condena Pedro Bingre.
Em outubro, a Gesfimo - Espírito Santo Irmãos Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, SA, entidade gestora do Herdade da Comporta, assinou com o consórcio constituído pela Amorim Luxury SA e Port Noir Investments SARL,mais conhecido por Vanguard Properties, um contrato promessa de compra e venda de ativos que integram o património do fundo.