Desporto

Fase de grupos da Champions: a especialidade alemã do FC Porto

FC Porto's Hector Herrera (2-R) celebrates after scoring a goal against Lokomotiv Moscow during their Champions League group D soccer match, held at Dragao stadium, Porto, Portugal, 6 November 2018. JOSE COELHO/LUSA LUSA

Na segunda metade da cimeira luso-alemã desta semana na Liga dos Campeões, o FC Porto recebe hoje o Schalke 04: um jogo entre o primeiro da liga portuguesa e o 14º do campeonato alemão, em que o favoritismo está do lado dos portistas, habitualmente felizes quando defrontam equipas germânicas na fase de grupos da Champions.

No Dragão, defrontam-se os dois primeiros do grupo D e quando o jogo começar as duas equipas até já podem estar apuradas para os oitavos de final, uma vez que o Lokomotiv-Galatasaray se joga às 17h55. Ora se os turcos não ganharem em Moscovo, Porto e Schalke apenas terão que decidir entre si quem fica em primeiro e segundo do grupo.

Os portistas partem com dois pontos de avanço sobre os alemães, sendo que ambas as equipas ainda não conheceram o sabor da derrota nesta edição da Liga dos Campeões. Aos dragões o empate serve para garantirem desde já a presença nos oitavos de final, independentemente do resultado do jogo de Moscovo, mas uma vitória asseguraria ao Porto o primeiro lugar do grupo, o que pode ser importante para evitar os maiores "tubarões" na ronda inaugural da fase eliminatória.

Esta temporada o Schalke tem tido duas caras: uma na Liga dos Campeões, em que segue invicto e com apenas um golo sofrido (exatamente no jogo com o Porto, 1-1 em casa, na primeira jornada), e outra no campeonato alemão, no qual se encontra na 14ª posição já com sete derrotas (em 12 encontros). Por seu lado, o Porto é líder do campeonato português, e venceu os últimos oito encontros para todas as competições; no mesmo período o Schalke soma três vitórias, três empates e duas derrotas.

A seu favor, a equipa de Gelsenkirchen tem o histórico de confrontos diretos com o Porto: em duas eliminatórias europeias disputadas passou em ambas. Em 1976, na primeira ronda da Taça UEFA, e em 2008 nos oitavos de final da Liga dos Campeões (com recurso ao desempate por penáltis).

Mas esse até pode ser o lado para o que Porto dorme melhor: é que se no histórico perante equipas alemãs os portistas dão-se muito mal em termos de eliminatórias a duas mãos (apenas foram bem sucedidos em duas ocasiões num total de 14 rondas europeias), já em fases de grupos da Liga dos Campeões somam sete triunfos em nove jogos.

É aliás esta "especialidade" portista que assegura ao clube um historial perfeitamente igualado nos encontros com representantes alemães (14 vitórias, 8 empates e 14 derrotas), quando o registo geral das equipas portuguesas neste confronto direto é francamente negativo: somente 37 triunfos em 137 jogos.

Nas quatro vezes anteriores em que teve oponentes germânicos em grupos da Champions, o Porto passou sempre à fase seguinte, deixando pelo caminho Werder Bremen (1993/94), Hertha de Berlim (1999/00), Hamburgo (2006/07) e RB Leipzig (2017/18). Conseguiu mesmo fazê-lo, em alguns casos, com certo brilhantismo, como quando venceu em Bremen por 5-0 (1994) ou despachou o Hamburgo com um acumulado de 7-2 (3-1 fora e 4-1 em casa).

E até vale bem a pena recordar dois golos obtidos nestas circunstâncias por jogadores portistas, que figuram na galeria dos melhores tentos quer da história europeia dos dragões quer da própria Liga dos Campeões: o do brasileiro Clayton perante o Hertha de Berlim, em 2000 (que valeu o apuramento para os quartos de final, em plena capital da Alemanha) e o de Lucho Gonzalez, na vitória (3-1) em Hamburgo (2007).