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No programa da TSF Almoços Grátis, Fernando Rocha Andrade admite que o peso da dívida pública portuguesa "continua a ser significativo."
Em todas as análises que o faz dos orçamentos, há um alerta que se repete: "Há riscos, é da vida."
No programa da TSF Almoços Grátis, Fernando Rocha Andrade, esta semana em substituição de Carlos César, diz que o alerta do Eurogrupo não é motivo para preocupação, mas assume que "naturalmente os riscos existem."
"Não vamos negar que a situação financeira portuguesa continua a ser uma situação difícil porque o peso da nossa dívida pública, apesar de se ir reduzindo, continua a ser significativo."
Para o deputado socialista, é importante destacar uma mudança: "um tom que vai baixando" e "adjetivos menos fortes" dos usados em alertas passados.
Esta foi a primeira vez que Mário Centeno analisou os projetos de Orçamento, incluindo o português. Uma posição contraditória? "Não é o presidente do Eurogrupo, é o Eurogrupo que faz aquelas recomendações", nota Rocha Andrade. E não são recomendações particulares para Portugal.
"Mário Centeno presidente do Eurogrupo, que conhece bem Mário Centeno ministro das Finanças, sabe que Mário Centeno ministro das Finanças no passado cumpriu sem problemas os objetivos a que o Orçamento se tinha proposto."
"Não há motivos para pensarmos que 2019 será diferente dos anteriores", acredita o socialista.
Centeno bipolar
Já para Luís Montenegro, "Mário Centeno vive uma situação de bipolaridade, com "um discurso interno diferente do discurso externo"
"O ministro das Finanças nem como presidente do Eurogrupo tem convencido os seus colegas relativamente à bondade das suas posições."
Em quatro anos "é manifestamente insuficiente a redução da divida no nosso produto interno bruto", considera o social-democrata.
"Não é pelo facto de [os alertas do Eurogrupo] serem uma repetição que têm menos valor. Tem precisamente valor pelo facto de não desaparecerem."
Por sua vez, Fernando Rocha Andrade destaca o "backstop" do Fundo de Resolução Europeu como um "um resultado muito positivo da diplomacia de Mário Centeno."
"A responsabilidade de emprestar dinheiro ao Fundo de Resolução vai passar para o âmbito da União Europeia, libertando os Estados de financiar os respetivos fundos de resolução", destaca.
Vão os portugueses parar de pagar bancos? "Nós verdadeiramente não pagamos bancos, nós o que seguramos são investidores e depositantes", responde o socialista.
"Os milhares de milhões que os contribuintes portugueses colocam no sistema bancário, quase a fundo perdido, em grande medida vêm da irresponsabilidade dos bancos, mas não se destinam a salvar os donos dos bancos. Destinam-se a salvar as pessoas que lá têm dinheiro depositado ou que têm obrigações desses bancos."
Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues