No Rio de Janeiro, já se pode ter banda rock, tropa a cavalo, serviço de bebidas e um sem fim de decorações na hora da morte
Chama-se Cerimónia do Adeus, é realizada no Cemitério e Crematório da Penitência, no Caju, zona portuária do Rio de Janeiro, e pode ser definida como uma espécie de funeral personalizado.
O cemitério oferece aos seus, chamemos-lhes "clientes", desde uma banda sonora especial (ópera rock e samba são as mais pedidas), a apresentações de música ao vivo, passando por projeções de vídeos e fotos, por chuvas de pétalas de rosas reais ou virtuais, por comes e bebes à escolha, por iluminação especial, pela temperatura do ar condicionado, por ornamentos e por um sem fim de efeitos especiais.
A ideia, que começou numa casa em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, já levou netos a dançarem valsas, a paixão do avô falecido.
Um dia foram encomendados serviços de tequila, de cerveja e de tábua de frios, a pedido, prévio, claro, do defunto.
Numa vez foi encomendado uma tropa a cavalo para um oficial de cavalaria morto.
Pescador inveterado, outro falecido viu a capela decorada de redes, botes e outros elementos alusivos à sua paixão.
"Tristeza não combina comigo, temos de celebrar", diz Luiz Flávio, o dono de um espaço onde toda a gente quer morrer.
Afirma ele que já tem até 70 reservas.