Política

CDS quer ouvir ministro e e ex-diretor da CP devido a exoneração

Lisboa, 19/10/2018 - Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas, fotografado nos estúdios da TSF antes da entrevista “A Vida do Dinheiro” do DV/TSF ( Gustavo Bom / Global Imagens ) Gustavo Bom / Global Imagens

Diretor de material circulante da CP acredita que foi exonerado por ter uma opinião diferente da empresa. CP já respondeu, mas centristas querem mais entendimentos.

O CDS vai chamar ao Parlamento, com caráter de urgência, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e o ex-diretor de material circulante da Comboios de Portugal (CP), José Pontes Correia.

Em causa está o caso do ex-diretor que foi exonerado depois de ter recusado uma alteração na manutenção dos rodados por acreditar que estava em causa a segurança dos passageiros.

Pontes Correia explica que "a decisão foi não aceitar o aumento dos 300 mil quilómetros enquanto não tivesse um estudo aprofundado e coerente que nos permitisse, em confiança, que o material pudesse fazer mais 300 mil quilómetros", mas a posição não foi bem aceite, conta em declarações à TSF.

Deste modo, continua, referindo que por motivos de saúde teve de estar de baixa uns dias, o Conselho acabou por "nomear um diretor interino que aprova o ciclo de manutenção" contra as indicações.

"Quando regressei de baixa, o Conselho chama-me e diz-me que eu tinha posições contrárias às do Conselho e acharam que não precisavam mais de mim naquela função, convidaram-me a demitir, eu achei que não me devia demitir e exoneraram-me, foi tão curto como isto", contou, confessando que não tem dúvidas de que a saída está relacionada com a oposição da posição tomada pela empresa.

Após a divulgação da notícia do jornal Público, a CP reagiu, garantindo que "as operações de manutenção e reparação do material circulante da CP obedecem a pareceres técnicos e decisões que, em contacto permanente com os fabricantes, asseguram os padrões de segurança ferroviária".

Sobre a demissão, a empresa assegura que a decisão não tem uma correspondência direta com a posição de Pontes Correia. "Importa salientar que a exoneração do diretor de material circulante da CP não tem qualquer ligação com tal decisão, mas, tão somente, com a não verificação de condições objetivas para o exercício da função", pode ler-se na nota enviada às redações.