Saúde

"Se nada for feito, o SNS pode definhar." Alerta é do novo Observatório de Saúde António Arnaut

Viana do Castelo, 27/01/2018 - Imagens do serviço de Urgência do ULSAM Viana do Castelo Entrada da Urgência (Rui Manuel Fonseca / Global Imagens) Rui Manuel Fonseca / Global Imagens

O Serviço Nacional de Saúde é a causa que levou um grupo de especialistas de várias áreas a juntarem-se para manterem vivo o legado do fundador do SNS, falecido no ano passado. Do grupo de fundadores constam nomes de várias áreas e quadrantes políticos o médico Álvaro Beleza, o ex-presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, ou o dirigente sindical, Mário Jorge Neves...

Cidadãos de diferentes quadrantes políticos decidiram criar, em Coimbra, o Observatório de Saúde António Arnaut, para defender e apoiar a modernização e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O observatório resulta de uma mobilização cívica dos fundadores, como adianta o seu coordenador, Américo Figueiredo, subdiretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

"Defendemos a sustentabilidade daquilo que é hoje o pilar da coesão social", afirmou o professor catedrático, frisando que, ao longo de quase 40 anos, o SNS contribuiu para "estabilizar a sociedade" e tem sido "o pilar e o sustentáculo do Estado Social", acrescenta.

Criado em 1979, tendo o então ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut como principal impulsionador, o SNS tem de ser preservado e necessita de "investimento a curto. Se nada acontecer, fica em acusa a qualidade dos serviços prestados no sistema público", adianta Américo Figueiredo.

O Observatório de Saúde foi criado por "um grupo de cidadãos interessados na área da saúde", incluindo de outros setores profissionais, como o advogado António Manuel Arnaut, filho do patrono.

Os fundadores partilham "os ideais humanistas e republicanos de acesso à prestação dos cuidados de saúde sem qualquer discriminação de raça, de credo ou de nível socioeconómico", conforme o documento com as linhas orientadoras deste novo movimento.

"O objetivo central deste observatório é contribuir para a defesa, modernização e sustentabilidade do SNS, entendido este como o pilar essencial da garantia constitucional do direito à saúde e do Estado Social", referem ainda.

"Num momento preocupante para a consolidação das políticas sociais, constituir um observatório com o nome do 'pai' do SNS é também uma justa homenagem para com um cidadão que colocou sempre bem alto os valores da República, dos direitos humanos e da liberdade, nunca vacilando na sua defesa", afirmam.

O Conselho de Fundadores do observatório integra também o médico Álvaro Beleza e Eurico Castro Alves, ex-presidente do Infarmed e ex- Secretário de Estado da Saúde. Conta, ainda com os nomes de Cipriano Justo, Carlos Moreira, Joaquim Arenga, José Ribeiro Nunes, Manuel Falcão, Margarida Ivo, Mariana Neto, e Mário Jorge Neves, dirigente da Federação Nacional dos Médicos.