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Guaidó expressa gratidão a Trump por apoio

epa07313104 Juan Guaido, President of the Venezuelan Parliament, speaks to supporters as he announces that he assumes executive powers, in Caracas, Venezuela, 23 January 2019. Guaido declared himself interim president of Venezuela - a move that was quickly recognised by US President Trump - in fight against President Maduro whose presidency Guaido considers 'illegitimate'. The USA and South American countries have been pressing for Maduro's ouster more strongly in the past weeks, aimed to end his presidency after years of crisis. EPA/Cristian Hernandez EPA

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, expressou hoje a sua gratidão ao Presidente norte-americano, Donald Trump, pelo seu apoio.

Na quarta-feira, Guaidó partilhou a mensagem que Trump escreveu na rede social Twitter a reconhecer oficialmente o líder do parlamento venezuelano como Presidente interino da Venezuela, e endereçou-lhe os seus agradecimentos, em nome de todos os venezuelanos.

O líder do Parlamento venezuelano respondeu ainda a vários outros líderes internacionais que lhe declararam apoio, desde Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, a Jair Bolsonaro, presidente do Brasil.

Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

"Levantemos a mão: Hoje, 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação [da Presidência da República], um Governo de transição e eleições livres", declarou.

O engenheiro mecânico de 35 anos tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 3 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.

Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional.

A 15 de janeiro, numa coluna de opinião publicada no diário norte-americano The Washington Post, Juan Guaidó invocou artigos da Constituição que instam os venezuelanos a rejeitar os regimes que não respeitem os valores democráticos, declarando-se "em condições e disposto a ocupar as funções de Presidente interino com o objetivo de organizar eleições livres e justas".

Além dos Estados Unidos, também a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina, à exceção de México, Bolívia, Cuba e Rússia -- que se mantêm ao lado de Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.

Por seu lado, a União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que "os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".

A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Esta crise num país outrora rico, graças às suas reservas de petróleo, está a provocar carências alimentares e de medicamentos.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação deverá atingir 10.000.000% em 2019.