Assaltante experiente da zona oeste do Rio de Janeiro ia fazer mais uma vítima. Mas ela era lutadora profissional de MMA.
Max Gadelha é um assaltante carioca experiente: tem centenas de furtos e roubos no currículo, esteve três anos preso a apurar técnicas de assalto (que é para isso que as cadeias brasileiras servem), anda munido apenas com uma arma de papel esculpida à mão (sua companheira inseparável há anos) e sabe quem deve abordar - e como deve abordar - no bairro Pechincha, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, cujas ruas e vielas conhece como ninguém.
Homens, jovens, aparentemente em boa forma física, capazes de distinguir uma arma falsa de uma verdadeira a olho nu, jamais são os escolhidos. A vítima ideal, para Max, é um idoso. Ou um pré-adolescente de telemóvel em punho. Ou uma mulher que ele seja perfeitamente capaz de dominar, pela força. Como Polyanna Vianna, de 1,60 metros e 60 quilos.
Ao ver Polyanna sentada à espera de um Uber em frente ao prédio onde mora, Max aproximou-se, exigiu-lhe o telemóvel e pegou ao de leve na arma falsa, pronto para mais um assalto. De repente, viu tudo a andar à roda.
A mulher deu-lhe dois socos e um pontapé, aplicou um 'kimura' e mais um sem fim de golpes, imobilizando-o com um 'mata-leão', enquanto pedia ao porteiro para chamar a polícia. Afinal, era uma lutadora profissional de MMA (artes marciais mistas).
As fotos de Max, mal tratado, ganharam as redes sociais. Mas Polyanna, em vídeo, preferiu sublinhar a recomendação da polícia nestes casos: não reaja a assaltos, porque nem sempre as armas, como a de Max, são de papel e esculpidas à mão.
O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil.