Hamlet no feminino, é a proposta do encenador Hugo Franco, a partir da tradução de Sophia de Mello Breyner, todas as personagens são feitas por mulheres.
Talvez nunca o Hamlet tenha sido feito por mulheres, sim é quase uma certeza, o próprio Hamlet, o príncipe, esse sim já foi feito por uma mulher, agora todo o elenco, é mesmo a primeira vez, todas mulheres, bonitas e de agora, Hugo Franco tinha a certeza do que queria fazer desde o inicio, uma das transgressões deste espetáculo. Este é o Hamlet, só com mulheres bonitas elegantes para uma das histórias mais duras de Shakespeare, transgressão mais uma vez. Apesar deste esbater entre os géneros dito pelo encenador Hugo Franco, um certo lado feminino fica a ressoar neste texto dito assim por bocas de mulheres, mesmo quando são homens nas personagens. Tudo no feminino, mas com as personagens no género que são, um olhar para um Hamlet que reponde pelo nome com voz de mulher, com olhos de mulher, com roupa de mulheres.
com as atrizes Custódia Gallego, Diana Costa e Silva, Lia Carvalho, Margarida Cardeal, Maria Ana Filipe, Mónica Garnel e Tânia Alves.
Hamlet, de Shakespeare de quarta a sábado às 21h00, domingos às 16h00, no teatro A Comuna, na Praça de Espanha, em Lisboa, até 10 de março.