Política

Manuel Pizarro na lista do PS às Europeias, mas sem eleição garantida

Manuel Pizarro e António Costa Global Imagens

Candidato derrotado nas autárquicas pode estar a caminho do Parlamento Europeu mas não deve estar nos cinco primeiros. Lugar da Madeira ainda por decidir, mas com atual eurodeputada a afirmar-se "disponível" para continuar.

A poucos dias de os socialistas se juntarem na Convenção Nacional sobre Europa em que deverá ser oficialmente anunciado o nome do atual ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, como candidato número um do PS às eleições europeias, a lista que os socialistas levam às eleições de 26 de maio ainda não está fechada, mas já se antecipam algumas mudanças.

Numa lista que António Costa garante que será "integralmente paritária", de "renovação" e também de manutenção de alguns dos melhores quadros atualmente em Bruxelas, a TSF sabe que os atuais eurodeputados Carlos Zorrinho e Pedro Silva Pereira têm lugar garantido.

Uma das novidades deve vir do Porto. Ao que a TSF apurou, Manuel Pizarro - reeleito há cerca de um ano como presidente da Federação Distrital do Porto do PS - tem lugar praticamente garantido na lista às Europeias. O que não significa que tenha a eleição garantida.

António Costa avisou na última Comissão Política do PS que a lista terá de respeitar, tal como em 2014, a paridade, com homens e mulheres em igual número. Por isso, é só fazer as contas: a Pedro Marques, que é o número um da lista, juntam-se Pedro Silva Pereira e Carlos Zorrinho, todos em lugares elegíveis. Depois, há ainda que contar com o candidato que vem dos Açores, que em 2014 ocupou o quinto lugar e que este ano deve repetir a mesma posição. O nome mais que provável é o de André Bradford, líder parlamentar do PS/Açores.

Se considerarmos que nos lugares ainda em branco terão que estar mulheres, isso pode significar que Manuel Pizarro - derrotado nas últimas autárquicas no Porto, depois de uma campanha frente a Rui Moreira - pode cair para o nono lugar da lista.

Internamente, a direção do PS está a apontar para uma fasquia de oito a nove eurodeputados. Nos lugares em ainda em branco, que deverão ser preenchidos por mulheres, está Maria Manuel Leitão Marques, uma europeísta convicta e uma das figuras mais discretas do atual Governo - mas alguém por quem o primeiro-ministro tem grande apreço.

Marques Mendes já o tinha dito no espaço de comentário semanal que tem na SIC e a TSF confirmou que o nome da atual ministra deve mesmo constar das listas do PS às Europeias.

Perfil de topo deixa Assis de fora da lista

Se a saída de Francisco Assis da lista do PS ao Parlamento Europeu já é mais que certa, a explicação sobre a saída ainda não foi dada de forma convincente. Ao que a TSF apurou, a justificação dada por António Costa ao ainda eurodeputado terá sido a de que alguém com o estatuto de Assis, ou vai em número um da lista, ou não vai de todo.

Assim, e tendo em conta que Pedro Marques se prepara para ser o número um do PS em Bruxelas, Francisco Assis fica sem espaço para figurar entre os elegíveis, dando espaço à "renovação" anunciada pelo secretário-geral do PS.

Madeira ainda por resolver. Maria João Rodrigues em "stand-by"

Um dos casos por resolver é o do candidato que representa a Madeira. Liliana Rodrigues, atual eurodeputada madeirense, disse à TSF que está "disponível" para continuar no Parlamento Europeu - sublinhando que "o que interessa é que haja um lugar elegível para a Madeira e que a Madeira esteja bem representada". Mas o telefone ainda não tocou.

"Há decisões para tomar e este é um momento de tranquilidade", adianta a eurodeputada, que no final de janeiro foi elogiada por António Costa, durante a Convenção Regional da Madeira.

Quanto a Maria João Rodrigues, antiga ministra de António Guterres que ocupou o segundo lugar da lista em 2014 e que se preparava para permanecer em Bruxelas - onde ocupa também um lugar de destaque enquanto vice-presidente do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas -, ainda aguarda pelo desfecho da investigação de que está a ser alvo após uma denúncia feita por uma assistente parlamentar do seu gabinete, que a acusa de assédio moral.

Ao que a TSF apurou, a direção do PS aguarda pela decisão que deve ser tomada na "próxima reunião" do "comité" responsável por avaliar as práticas da eurodeputada.

A lista do PS é aprovada oficialmente na Comissão Política do próximo dia 28 de fevereiro. Quanto ao manifesto eleitoral que é discutido na Convenção Nacional deste fim de semana, em Vila Nova de Gaia, é aprovado na Comissão Nacional de 9 de março.