Política

Pedro Marques é o cabeça de lista do PS. "Não queremos a Europa da Troika nem do Brexit"

Fernando Veludo/Lusa

Socialista Pedro Marques foi oficializado por Costa como candidato do PS às Europeias. O cabeça de lista ambiciona uma Europa mais coesa e capaz de conseguir "mais emprego, menos desigualdades e contas certas".

Pedro Marques, o cabeça de lista do Partido Socialista às eleições Europeias, reconhece que é uma "honra liderar a lista do PS às eleições Europeias, figurando ao lado de cabeças de lista que lutaram pelas propostas do PS, por um Portugal mais europeu e por uma Europa mais solidária".

Na Convenção Europeia do PS, em Vila Nova de Gaia, o socialista recordou figuras como Maria de Lurdes Pintassilgo, Francisco Assis, Vital Moreira e João Cravinho, e prometeu que lutará "ao lado do Governo português" pela coesão da Europa.

"Pedimos aos portugueses que nestas eleições europeias deem mais força a PS para fazer na Europa o que realizámos em Portugal", reforçou o candidato, que sublinha: "Não queremos a Europa da Troika nem a Europa do Brexit. Queremos uma Europa unida, solidária, que não se fragmenta e não embarca em aventureirismos".

Aos militantes socialistas, o ainda ministro do Planeamento e Infraestruturas adiantou que parte para Bruxelas com o objetivo de lutar por um "novo contrato social para a Europa" assente em três pilares: "mais emprego, menos desigualdades, contas certas".

"Quando nem a Europa acreditava que conseguíamos, nós demonstrámos que este novo contrato social era possível. Foi possível em Portugal, tem de ser possível na Europa", disse Pedro Marques, que, nesta primeira intervenção no papel de "número um" do PS ao Parlamento Europeu, não poupou nas críticas ao cabeça de lista do PSD, Paulo Rangel, e ao candidato do Partido Popular Europeu (PPE) à presidência da Comissão Europeia, o alemão Manfred Weber.

"Na mesma altura em que fazíamos esta mudança de políticas em Portugal, lutávamos na Europa para evitar sanções de Bruxelas a Portugal. Pois, nesse momento tivemos Manfred Weber, o candidato do PSD e do CDS à Comissão Europeia, como principal rosto da exigência de sanções contra Portugal", assinalou o socialista.

Já sobre Rangel, atirou: "Na onda de Passos Coelho, lá vinha Paulo Rangel, na Universidade de verão de 2016 do PSD, dizer que o futuro de Portugal é uma parede e que, inevitavelmente, seria conduzido a um novo resgate. Três anos passados, ontem mesmo, Manfred Weber esteve a passear, ali, do outro lado do rio, no Porto, com Paulo Rangel, a pedir o voto dos portugueses".

Ao longo do discurso, Pedro Marques - que, enquanto ministro, arrecadou a pasta dos fundos comunitários - referiu que o Governo português, depois de "muita pressão", conseguiu assegurar na discussão dos fundos comunitários pós-2020 uma primeira proposta formal da Comissão Europeia que "é já melhor para Portugal que o resultado desses negociadores que foram Durão Barroso e o Governo de Passos Coelho, Portas e Cristas".

"Não estamos satisfeitos, porque não aceitamos nada menos que a ambição maior de uma Europa mais coesa. Mas, não aceitamos que se esqueçam da história quando isso lhes dá jeito", salientou.

Quanto ao período de campanha eleitoral, e num momento em que já começam as "trocas de galhardetes", o candidato socialista assume como compromisso "discutir as questões europeias com a maior profundidade possível", e conclui: "Espero que os meus adversários me acompanhem na tentativa de que as nossas discussões sejam elevadas, úteis e esclarecedoras".