Política

Rangel acusa Governo de fazer "diplomacia de pantufas" face à Venezuela

Paulo Novais/Lusa

Paulo Rangel desafiou o Governo a esclarecer se há portugueses entre os milhões de refugiados que deixaram a Venezuela e pediu que, caso existam, os vá buscar "ao Peru, ao Brasil e à Colômbia".

O cabeça-de-lista do PSD às europeias desafiou esta quinta-feira o Governo a esclarecer se há portugueses entre os "3,5 milhões de refugiados" que deixaram a Venezuela, acusando o executivo de usar uma "diplomacia de pantufas" nesta matéria.

"Eu ouvi o Presidente da República quando recebeu o Presidente do Peru dizer que havia portugueses entre os refugiados no Peru. O Governo português nunca nos falou nisso, será que eles existem, estão identificados, está a ser canalizada ajuda?", questionou Paulo Rangel, numa intervenção no jantar das jornadas parlamentares do PSD, que decorrem até sexta-feira no Porto.

Paulo Rangel -- que esteve recentemente na fronteira da Colômbia com a Venezuela -- pediu ao Governo que, se estes refugiados existirem, "os vá buscar ao Peru, ao Brasil e à Colômbia e lhes dê condições de dignidade em Portugal".

"A forma como este Governo tratou a questão da Venezuela é o que chamo de diplomacia de pantufas ou uma política de veludo", acusou, atribuindo esta atitude a anteriores "cumplicidades e intimidades" com este país.

"Não há milagres, as pessoas que integram este Governo, os seus principais ministros, alguns secretários de Estado promovidos, eram as pessoas que andavam a atravessar o Atlântico com os computadores Magalhães no tempo de Hugo Chávez", criticou.

Ainda em matéria internacional, Rangel acusou o Governo de falhar "completamente a visão geoestratégica" sobre o Brexit.

"Não há um único estudo público do Governo português sério, detalhado, devidamente fundamentado, sobre o impacto em cidadãos em empresas e na economia do impacto do Brexit", criticou, dizendo que o único que existe é de uma confederação empresarial.