Política

PS vai chamar Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque ao Parlamento

Lisboa, 31/10/2013 - Realizou-se esta manhã o debate na generalidade do Orçamento de Estado e Grandes Opções do Plano para 2014 na Assembleia da República. Pedro Passos Coelho ; Maria Luís Albuquerque ( Steven Governo / Global Imagens ) Steven Governo / Global Imagens

"Os prejuízos do Novo Banco relativos ao ano de 2018 não mostram problemas novos" e por isso socialistas querem explicações de quem, em 2014, tomou decisões sobre a resolução do BES e a tentativa de venda em 2015.

Em causa está o anúncio de que o Novo Banco vai pedir uma injeção de capital de 1149 milhões de euros ao Fundo de Resolução. Pouco depois deste anúncio, o Ministério das Finanças anunciou que "considera indispensável" a realização de uma auditoria para escrutinar o processo de capitalização deste banco.​​

O vice-presidente da bancada do PS, João Paulo Correia, concorda com a realização dessa auditoria e também que Mário Centen​​o seja o primeiro a ir ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre o estado do Banco. Mas depois de Centeno, os socialistas querem ouvir Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e também Sérgio Monteiro, que foi encarregue de encontrar um comprador para o Novo Banco.

Para os socialistas "Os problemas no Novo Banco remontam a 2014 e 2015, à deficiente resolução do banco, à deficiente separação entre banco bom e banco mau e também à a venda falhada de 2015". Assim, o grupo parlamentar do PS, diz João Paulo Correia "entende que quem tem que dar uma verdadeira explicação ao país é o ex-primeiro ministro, a ex-ministra das finanças e Sérgio Monteiro que foi contratado pelo Banco de Portugal para vender o Novo Banco".

O Novo Banco, que ficou com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES) - resgatado no verão de 2014 -, é desde outubro de 2017 detido em 75% pelo fundo norte-americano Lone Star, sendo os restantes 25% propriedade do Fundo de Resolução bancário (entidade da esfera pública gerida pelo Banco de Portugal).

A Lone Star não pagou qualquer preço, tendo acordado injetar 1.000 milhões de euros no Novo Banco, e negociou um mecanismo que prevê que, durante oito anos, o Fundo de Resolução injete até 3,89 mil milhões de euros no banco por perdas que venha a registar num conjunto de ativos 'tóxicos' e alienações de operações não estratégicas (caso ponham em causa os rácios de capital da instituição).