A leitura monocórdica é um dos calcanhares de Aquiles de quem tem de falar em público, um dos muitos comportamentos que os políticos portugueses têm trabalhado nas consultas de terapia da fala.
É através da palavra que o político chega até ao eleitor e, por isso, é importante dar atenção não apenas ao que se diz, mas também à forma como se fala.
No Dia Europeu da Terapia da Fala, a presidente da Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala confirmou que chegam às consultas cada vez mais políticos.
"Hoje em dia há, de facto, uma preocupação não só com o que se diz, mas com a forma como se diz. Muitas vezes, as palavras não são tudo e, portanto, toda a linguagem não verbal também é importante e cada vez mais os políticos têm essa preocupação."
A presidente da Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala explica que há detalhes na linguagem que podem distrair.
"A postura, os gestos, o contacto visual, a expressão facial, a voz, se está mais nervoso... muitas vezes a voz denuncia o nosso estado emocional, a expressão facial também, o morder o lábio. Tudo isto são aspetos que são analisados ao pormenor e que podem denunciar exatamente o contrário daquilo que a pessoa está a verbalizar."
A leitura monocórdica é um dos calcanhares de Aquiles de quem tem de falar em público, um dos muitos comportamentos que os políticos portugueses têm trabalhado nas consultas de terapia da fala.
"Salta-nos muito à vista aquilo que é errado. Muitas vezes, é muito fácil identificarmos determinados políticos como "sopinha de massa" ou como uma alteração do "r" ou alguém que não produz o "le". Nós vemos muitos políticos a ler de uma forma muito monótona e, portanto, não captam a atenção. Esse talvez seja também uma das maiores dificuldades."