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Finalmente juntos. Trump recebe Bolsonaro em Washington

Os dois maiores representantes da direita neoconservadora do continente americano, Donald Trump no hemisfério norte, e Jair Bolsonaro, no hemisfério sul, encontram-se finalmente depois de meses de afagos.

Bolsonaro não esconde que vê em Trump, se não um ídolo, pelo menos a sua maior referência, tendo até rompido a tradição dos chefes de Estado brasileiros de iniciar as visitas oficiais pela vizinha Argentina. Já Trump elogiou, com termos muito simpáticos, a eleição e o discurso da posse de Bolsonaro.

À mesa, portanto, pela primeira vez, Bolsonaro colocará à disposição dos Estados Unidos a base aérea de Alcântara, no Maranhão, considerada com condições ótimas para o lançamento de satélites, e oferecerá a possibilidade de americanos visitarem o Brasil sem necessidade de visto - a recíproca não será ainda possível, no entanto.

O Presidente brasileiro pedirá, além de investimentos no país, um incentivo de Washington, verbalizado, às reformas económicas liberais que tramitam no Congresso Nacional e das quais Bolsonaro depende para deixar uma marca durante a sua administração.

Nos intervalos dos encontros oficiais, entretanto, Bolsonaro encontrou-se e vai voltar a encontrar-se com uma figura de quem Trump não gosta - Steve Bannon, o ex-conselheiro da Casa Branca, em rutura com o presidente dos Estados Unidos. Bannon vê em Bolsonaro uma liderança importante para o seu The Movement, o grupo que reúne os maiores líderes nacionalistas mundiais. E Bolsonaro vê em Bannon o homem ideal para o fazer atingir influência global.

Do lado dos Estados Unidos, no entanto, prevê-se que Trump conduza a conversa para um único tema: a Venezuela. Marco Rubio, senador norte-americano com ascendente sobre Trump, já escreveu que quer ver o Brasil como protagonista na crise venezuelana - sendo que será a dimensão desse protagonismo que vai ser discutido hoje entre os líderes.

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- #twitternocomando. Eu tweeto, tu tweetas e assim se governam dois países