Mundo

A pouca comida que há em Moçambique está a motivar lutas. "As pessoas estão desesperadas"

epa07449241 Members of the Zimbabwe National Army watch as an rescued woman lies in a makeshift clinic for medical attention in Chimanimani about 500 km east of the capital Harare, Zimbabwe, 19 March 2019. According to reports around 100 people have died, more than 100 are still missing and thousands are displaced as a result of the disaster. Neighbouring Mozambique and Malawi have also been affected by the cyclone. EPA/AARON UFUMELI EPA

Uma sobrevivente do ciclone Idai conta à TSF que a cidade onde vivia ficou completamente destruída. A fome é o grande problema de quem ficou para trás.

A moçambicana Lúcia Mércia Chande estava na cidade do Dondo, a cerca de 40 quilómetros da Beira, quando o ciclone atingiu a zona.

Em declarações à TSF, conta como conseguiu chegar a Maputo num dos primeiros voos que partiram da Beira, apesar do absoluto caos que reinava no aeroporto. Os bilhetes tiveram de ser comprados com dinheiro vivo.

A cidade do Dondo ficou destruída, assim como a organização não-governamental portuguesa onde Lúcia trabalhava, a Apoiar. "Foi triste deixar pessoas para trás"

Houve quem se refugiasse no mercado para tentar escapar à chuva, mas de pouco valeu. Quatro pessoas morreram na zona.

Lúcia Mércia Change está em segurança em Maputo e já conseguiu entrar em contacto com amigos que ficaram no Dondo e na Beira, que contam que a comida começa a escassear, o que gera conflitos entre os sobreviventes.

A ONG Apoiar está a promover uma campanha de donativos em Maputo para juntar bens de primeira necessidade a enviar para as zonas afetadas.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil "estão em situação de risco", tendo decretado o estado de emergência nacional.

Leia aqui tudo sobre o ciclone Idai

Sara de Melo Rocha com Carolina Rico