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União Europeia pondera adiamento do Brexit até 22 de maio

epaselect epa07293886 A union flag flutters by the houses of parliament in Westminster in London, Britain, 17 January 2019. British Prime Minister Theresa May is holding talks with cabinet and party leaders over Brexit. EPA/NEIL HALL EPA

A União Europeia aceita a extensão do Brexit por um período curto. A data inscrita no projeto de conclusões da cimeira é o dia 22 de maio.

No projeto de conclusões que está prestes a ser fechado documento lê-se que "a União Europeia se compromete a aceitar, antes de 29 de março de 2019, com uma prorrogação até 22 de maio, desde que o Acordo de Retirada seja aprovado pela Câmara dos Comuns na próxima semana".

Mais adiante, os líderes justificam a escolha da data, com oposição do governo de Londres em organizar eleições europeias, que no Reino Unido decorreriam a 23 de maio. Ou seja, "dado que o Reino Unido não pretende realizar eleições para o Parlamento Europeu, nenhuma prorrogação é possível para além dessa data", pode ler-se no já referido projeto de conclusões.

O texto deixa clara a ideia que tem sido reiteradamente citada pelo negociador chefe da União Europeia para o Brexit, de que o o acordo de retirada não será reaberto. Por outro lado, os 27 comprometem-se a cumprir o acordo de Estrasburgo, com um instrumento interpretativo, que clarifique o caráter temporário do backstop para a Irlanda.

"O Conselho Europeu reitera que não pode haver abertura do Acordo de Retirada", refere o projeto de conclusões.

A oito dias da data marcada para a retirada do Reino Unido da União Europeia, Theresa May solicitou, esta quinta-feira, presencialmente, o adiamento do Brexit, confessando o "desgosto pessoal" pela situação.

"Este adiamento é um motivo de desgosto pessoal para mim", confessou, considerando que "uma curta extensão dará ao parlamento tempo suficiente para fazer uma escolha final para cumprir o resultado do referendo".

Com sinais visíveis de cansaço, ao fim de quase três anos de negociações, Theresa May manifestou-se também esperançada num Brexit ordenado. "Continuo a acreditar que podemos conseguir isso com um acordo. Continuo a trabalhar para garantir que o Parlamento pode concordar com o acordo para que possamos sair de forma ordeira", disse. Tal está, porém, dependente da aprovação do acordo de retirada, na próxima semana, em Londres.

"O que importa é que reconheçamos que o Brexit é a decisão do povo britânico. Temos de garantir isso. Estamos há quase três anos nisto, desde o referendo", disse a primeira-ministra.