A União Europeia aceita a extensão do Brexit por um período curto. A data inscrita no projeto de conclusões da cimeira é o dia 22 de maio.
No projeto de conclusões que está prestes a ser fechado documento lê-se que "a União Europeia se compromete a aceitar, antes de 29 de março de 2019, com uma prorrogação até 22 de maio, desde que o Acordo de Retirada seja aprovado pela Câmara dos Comuns na próxima semana".
Mais adiante, os líderes justificam a escolha da data, com oposição do governo de Londres em organizar eleições europeias, que no Reino Unido decorreriam a 23 de maio. Ou seja, "dado que o Reino Unido não pretende realizar eleições para o Parlamento Europeu, nenhuma prorrogação é possível para além dessa data", pode ler-se no já referido projeto de conclusões.
O texto deixa clara a ideia que tem sido reiteradamente citada pelo negociador chefe da União Europeia para o Brexit, de que o o acordo de retirada não será reaberto. Por outro lado, os 27 comprometem-se a cumprir o acordo de Estrasburgo, com um instrumento interpretativo, que clarifique o caráter temporário do backstop para a Irlanda.
"O Conselho Europeu reitera que não pode haver abertura do Acordo de Retirada", refere o projeto de conclusões.
A oito dias da data marcada para a retirada do Reino Unido da União Europeia, Theresa May solicitou, esta quinta-feira, presencialmente, o adiamento do Brexit, confessando o "desgosto pessoal" pela situação.
"Este adiamento é um motivo de desgosto pessoal para mim", confessou, considerando que "uma curta extensão dará ao parlamento tempo suficiente para fazer uma escolha final para cumprir o resultado do referendo".
Com sinais visíveis de cansaço, ao fim de quase três anos de negociações, Theresa May manifestou-se também esperançada num Brexit ordenado. "Continuo a acreditar que podemos conseguir isso com um acordo. Continuo a trabalhar para garantir que o Parlamento pode concordar com o acordo para que possamos sair de forma ordeira", disse. Tal está, porém, dependente da aprovação do acordo de retirada, na próxima semana, em Londres.
"O que importa é que reconheçamos que o Brexit é a decisão do povo britânico. Temos de garantir isso. Estamos há quase três anos nisto, desde o referendo", disse a primeira-ministra.