Guardas prisionais no Mato Grosso são alertados por um transeunte de que um detido perigoso acabara de saltar o muro.
Terminado o horário de almoço e o período das visitas na penitenciária de Carumbé, em Cuiabá, capital do Mato Grosso, os agentes carcerários pensaram que iam ter uns momentos de sossego, quem sabe até dormir uma sesta.
De repente ouvem bater ao portão principal do recinto. E não é muito habitual, nem costuma ser bom sinal, alguém bater à porta de uma prisão.
Era um senhor, desconhecido, com uma informação: ia ele a passar calmamente ao lado da cadeia, contou, quando viu um preso saltar o muro e fugir.
Qual sossego, qual quê. Sesta? Nem pensar.
Os agentes iniciaram então investigações, fizeram contagens e recontagens e chegaram à conclusão de que faltava Francismar Chrisostomo de Barros, 44 anos de idade, 11 deles atrás das grades, e mais 49 anos de prisão a cumprir por três homicídios.
Enquanto toda a gente almoçava, Francismar arrombou a porta do depósito da prisão - sem fazer barulho, porque é um exímio arrombador - pegou numa escada que estava no tal depósito, numa corda, que também se encontrava no local, e saltou pelo muro da unidade prisional de Cuiabá.
Um inquérito e um processo administrativo foram entretanto abertos na prisão do Corumbé. Equipas de buscas perseguem Francismar desde então, sem sucesso.
E nenhum guarda teve mais um momento de sossego ou se arriscou a dormir uma sestinha.
Aliás, nem nenhum cidadão de Cuiabá, com um assassino à solta por aí.
O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil.