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"Situação social deteriora-se", mas há "progressos na ajuda humanitária" na Venezuela

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, faz uma declaração à imprensa, em nome do Governo, sobre o próximo Quadro Financeiro Plurianual, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, 02 de maio de 2018. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA LUSA

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, lamenta que "a crise política venezuelana ainda não tenha encontrado uma saída".

O ministro dos Negócios Estrangeiros lamenta que "a crise política não tenha encontrado ainda nenhuma saída". Augusto Santos Silva disse que o balanço do grupo internacional de contacto sobre a Venezuela demonstra que tem havido avanços, nomeadamente do ponto de vista da ajuda humanitária.

"Na área humanitária, os progressos são visíveis e consistentes. Há, neste momento, o reconhecimento, finalmente, por parte do regime de Maduro, da necessidade de apoio humanitário", afirmou o ministro, admitindo que "no plano da realização de eleições, os resultados têm sido menos visíveis".

A situação está longe de ser positiva. Pelo contrário, tem até havido um agravamento. "A situação social deteriora-se a olhos vistos, e a crise política não encontrou ainda nenhuma saída", nota Santos Silva, apesar de considerar que a União Europeia tem dado um contributo para que se registem alguns avanços, com repercussão política.

Um exemplo disso foi "quando o presidente Guaidó regressou a Caracas, da sua deslocação ao estrangeiro. Os embaixadores dos países da União Europeia, acreditados em Caracas, - incluindo dois portugueses, o embaixador de Portugal e a embaixadora da União Europeia em Caracas, que também é portuguesa -, estiveram presentes no aeroporto, a recebê-lo".

"Não tenho a mínima dúvida que isso foi uma das razões que impediram o regime de cumprir a sua ameaça de prender Guaidó", afirmou Santos Silva.

Para o ministro a única via possível para restaurar a credibilidade política do país, continua a ser a realização de eleições presidenciais. "É o único cenário que, a nosso ver, permite que haja ma solução para um desbloquear da situação política na Venezuela, impedindo o derramamento de sangue", afirmou.