Economia

Negociações para evitar nova greve dos combustíveis podem demorar oito meses

Posto de abastecimento de combustíveis encerrado devido à greve nacional dos motoristas de matérias perigosas, Setúbal, 17 abril de 2019. A greve nacional começou às 00:00 de segunda-feira e foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica. RUI MINDERICO/LUSA LUSA

Sindicato e patrões partem com expectativas muito diferentes sobre o tempo que pode demorar a chegar a um acordo.

O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosos (SNMMP) espera conseguir já esta segunda-feira o reconhecimento desta categoria profissional na primeira reunião com os patrões depois da greve que parou a distribuição de combustíveis.

Francisco São Bento, o presidente do sindicato, admite que desta forma esperam algo já de concreto, deixando as restantes reivindicações para outras reuniões.

O acordo que acabou com a greve e assinado com os patrões (com a mediação do governo) admite que as negociações podem durar até ao fim do ano, mas o sindicato de quem circula com matérias perigosas defende que é demasiado tempo.

Do lado dos patrões, o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) acredita que não será difícil chegar a um acordo, mas defende que esta primeira reunião será apenas para definir o calendário e os temas.

As negociações podem prolongar-se mesmo até ao final do ano, diz Gustavo Paulo Duarte, recordando que as reuniões para fechar o contrato coletivo de trabalho do setor que está em vigor demoraram dois anos e meio.

O representante das empresas de camionagem defende, contudo, que pode ser fácil chegar a um acordo que evite novas greves, nomeadamente "criando diferenciações destes motoristas de matérias perigosas em relação aos outros motoristas".