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Netanyahu não conseguiu formar Governo. Israel vai a eleições de novo

Netanyahu dirige-se aos jornalistas no parlamento israelita Ronen Zvulun/Reuters

Discórdia quanto ao serviço militar obrigatório está na origem da quebra das negociações.

Acabou o prazo para Benjamin Netanyahu chegar a acordo com vista a formar uma coligação que permitisse dar forma a um Governo em Israel.

Há pouco minutos, o parlamento israelita foi dissolvido, com uma votação de 74-45, obrigando assim o país a ir a novas eleições.

Espera-se que o novo ato eleitoral tenha lugar a 17 de setembro, sendo que será o segundo neste ano, depois das eleições vencidas por Netanyahu a 9 de abril.

A falha no acordo entre Netanyahu e os seus presumíveis aliados - o ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman e o partidos judaicos ultra-Ortodoxos - teve origem no serviço militar obrigatório.

Os partidos religiosos não querem que os seminaristas ultra-Ortodoxos sejam forçados a cumprir serviço militar. Já Lieberman, bem como grande parte dos israelitas, querem que o serviço militar seja um dever de todos.

Esta é, ainda assim, um 'mal menor' para Netanyahu, uma vez que a alternativa às eleições seria que o presidente israelita Reuven Rivlin, pedisse a outro político que tentasse formar uma coligação viável. Perante esse cenário, Netanyahu preferiu reunir apoios que o ajudassem a dissolver o Parlamento, ao invés de se afastar, dando lugar a um adversário político.

Depois da votação, o líder da oposição, Benny Gantz, acusou Netanyahu de ter escolhido a autopreservação em vez de permitir que o processo político seguisse o seu curso.

Gantz afirmou que em vez de seguir o procedimento, Netanyahu optou por "três meses loucos" de uma nova campanha e por desperdiçar milhões de dólares com novas eleições, apesar de estar "legalmente incapacitado" por acusações que incidem sobre si.

"Não há mais qualquer outra razão", disse Gantz.

O partido de Netanyahu, o Likud, ganhou 35 lugares nas eleições de 09 de abril, e os seus aliados nacionalistas e religiosos outros 30, o que lhe parecia garantir uma sólida maioria no parlamento de 120 lugares.