O Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas (PIAAC) vai ser apresentado hoje pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL). O Plano traça um diagnóstico e aponta medidas para o futuro.
Aumento da temperatura, subida do nível do mar em cerca de um metro, menos recursos hídricos, o desaparecimento de algumas espécies da biodiversidade local e e mais mortalidade humana devido às ondas de calor. São, em traços gerais, as vulnerabilidades da região sul do País delineadas pelos especialistas para um cenário até final do século.
No Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas (PIAAC) realizado por académicos, especialistas nacionais, organizações ambientais e entidades públicas e privadas, os investigadores apontam 3 principais fatores a ter em conta: os recursos hídricos, o aumento da temperatura e a subida do nível do mar.
Luís Dias, coordenador cientifico do Plano, explica que " pode haver uma diminuição a água da chuva que ronda em média os 20 a 25% ". Também a mortalidade associada a ondas de calor pode aumentar 7% e o nível do mar subir 1 metro, estando algumas zonas do Algarve mais vulneráveis, como Quarteira ou a Praia de Faro.
Os incêndios também podem ocorrer durante um maior período. "Podem ser 6 meses de época de fogos", esclarece este professor da Faculdade de Ciências de Lisboa.
Nestas projeções até final do século há ainda a possibilidade das inundações e cheias serem mais frequentes no Algarve e da biodiversidade da região ser alterada com a migração de algumas espécies para Norte ou mesmo com o seu desaparecimento definitivo.
Os especialistas, coordenados pelo professor Filipe Duarte Santos apontam vários caminhos para resolver alguns problemas.
A alimentação artificial das praias e nalguns casos a construção de paredões, a existência de pequenos açudes para resolver a escassez de água e em última análise a construção de uma central de dessalinização são algumas medidas avançadas.
Luis Dias argumenta que no plano são dadas apenas indicações, pois caberá às câmaras Municipais e ao poder politico decidir o caminho de acordo com as alterações climáticas que vão sucedendo.