Maputo, 30 jun 2019 (Lusa) - As autoridades da África do Sul comunicaram a Moçambique que precisam de mais tempo para investigar o incidente fronteiriço que há duas semanas levou os seus elementos a matar dois polícias moçambicanos no que já classificaram como "um erro".
O pedido de alargamento do prazo é justificado com "a complexidade do crime" pelo que "não será possível haver dados preliminares até segunda-feira", segundo informação das Forças Armadas da África do Sul citada hoje pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).
Bernardino Rafael, comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), tinha pedido na última semana, a uma equipa sul-africana destacada para a investigação, que apresentasse resultados até segunda-feira, 01 de junho.
O caso aconteceu no dia 16 de junho na Ponta do Ouro, extremo sul do território moçambicano, quando os corpos de dois agentes da polícia de fronteira foram encontrados baleados junto à linha que separa os dois países.
"O incidente embaraçou-nos, reconhecemos o erro e vamos trabalhar juntos para evitar que situações similares aconteçam", declarou na quarta-feira, em Maputo, o comandante das Operações das Forças Armadas da África do Sul, Barney Muntu, num encontro com o comandante-geral da PRM.
Muntu adiantou que o seu governo está a investigar o caso para uma eventual responsabilização criminal e disciplinar.
Entretanto, as autoridades moçambicanas queixaram-se hoje de uma violação de fronteira por um militar sul-africano, avistado em território de Moçambique, junto ao local onde os dois polícias morreram, e que fugiu para solo sul-africano quando se apercebeu da aproximação de uma patrulha que o observava.
O caso registado no sábado foi comunicado ao Alto Comissariado de Moçambique na África do Sul de modo a notificar as autoridades do país vizinho.