Caracas, 01 jul 2019 (Lusa) - Os Estados Unidos, vários países latino-americanos e a oposição da Venezuela pediram à ONU uma investigação à morte de um militar venezuelano, sob custódia do Governo por suspeitas de conspiração.
O Grupo de Lima, composto por uma dezena de países latino-americanos e o Canadá, repudiou "o assassínio" de Rafael Acosta Arévalo e pediu à alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que "atue sem demora".
A representante da ONU esteve recentemente na Venezuela, numa visita que terminou com um pedido de libertação de presos políticos.
"O Grupo de Lima repudia as contínuas práticas de detenções arbitrárias e tortura submetidas pelo regime ilegítimo de [o Presidente venezuelano] Nicolás Maduro", de acordo com uma nota divulgada pelo grupo.
De acordo com a imprensa venezuelana, Rafael Arévalo foi detido no passado dia 21 de junho por elementos da Direção-Geral de Estratégia Militar, sem que tenham sido divulgados os motivos da detenção.
Washington também "condena o assassínio e a tortura" de Rafael Acosta Arévalo, que morreu no sábado "sob custódia dos 'bandidos' de Maduro e dos seus assessores cubanos", referiu, em comunicado, o Departamento de Estado norte-americano.
Juan Guaidó, que se proclamou e foi reconhecido como Presidente interino da Venezuela por mais de 50 países, incluindo Portugal, já tinha manifestado indignação sobre "o assassínio" de Acosta, que, denunciou, "morreu depois de ter sido torturado".
A morte do capitão "soma-se aos crimes cometidos pelo ditador Nicolás Maduro", escreveu Guaidó na rede social Twitter.
No domingo, o Ministério Público (MP) venezuelano anunciou o início de uma "exaustiva e científica investigação" à morte, no dia anterior, do capitão de corveta Rafael Acosta Arévalo, na sequência de alegadas torturas pela Direção-Geral de Contrainteligência Militar.
"O MP designou um procurador com competência em direitos humanos para agilizar as diligências correspondentes a fim de determinar as causas desse óbito", indicou num comunicado divulgado em Caracas.
O documento precisou que a vítima "estava a ser apresentada perante os tribunais competentes pela alegada participação numa tentativa de magnicídio e golpe de Estado de 23 de junho" último, que o Governo anunciou, recentemente, ter frustrado.