O enterro de um traficante poderoso, no Rio de Janeiro, terminou em confusão quando apareceu uma viúva. E outra. E mais outra. E por aí adiante.
Tumulto no cemitério: homens a pularem por cima de lápides, mulheres escondidas em covas, tiros para o alto, ameaças, comerciantes a fechar as lojas à pressa, correrias, coveiros em transe, gritos, choros, agentes da polícia a chegar de repente, sirenes, ambulâncias.
Morto no último dia 27 de junho, após um tiroteio com a polícia em que foram abatidos também os seus três braços direitos, o enterro de Fernando Gomes Freitas, 40 anos, conhecido como Guarabu e líder do tráfico de drogas no Morro do Dendé, até estava a ser comovente, com discursos de homenagens, bandeiras dos seus clubes de futebol desfraldadas e muitos aplausos a ecoarem pela Cacuia, cemitério na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.
No entanto, tudo mudou quando apareceu uma viúva. Mas já lá estava outra viúva. E outra. E mais outra. Segundo o jornal O Tempo, testemunhas oculares relataram uma briga de 15 mulheres, ao todo, a reclamar o título de Senhora Guarabu, no apertado cemitério da Cacuia.
Felizmente, apesar dos disparos, não houve vítimas a lamentar e toda a gente foi saindo do local. E Guarabu, o traficante pinga-amor, pode, finalmente, descansar em paz.
O correspondente da TSF no Brasil, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras no site da TSF a crónica Acontece no Brasil.