O ataque aconteceu quando Jair Bolsonaro insistiu no desenvolvimento da atividade mineira na Amazónia.
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse, esta segunda-feira, em Brasília que não há indícios fortes de que o líder indígena Emyra Waiãpi, da etnia Waiãpi, tenha sido assassinado por garimpeiros que invadiram uma reserva no estado brasileiro do Amapá.
"Não tem nenhum indício forte que esse índio foi assassinado lá. Chegaram várias possibilidades, a Polícia Federal está lá, quem nós pudermos mandar nós já mandámos. Buscarei desvendar o caso e mostrar a verdade sobre isso", afirmou Bolsonaro.
O assassinato e a invasão da aldeia de Mariry, pertencente à tribo Waiãpi, por um grupo de 50 garimpeiros, na sexta-feira passada, foi relatado pelos indígenas às autoridades e também pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
Os Waiapi vivem numa área remota da Amazónia rica em ouro, manganês, ferro e cobre, num território delimitado pelo Governo brasileiro na década de 1980 para uso exclusivo dos indígenas, sendo o acesso ao local estritamente regulado.
A notícia do ataque acontece num período em que o Presidente brasileiro insiste no desenvolvimento da atividade mineira na Amazónia.
Além de duvidar dos relatos dos indígenas, Bolsonaro reiterou hoje a sua intenção de abrir terras indígenas para exploração de garimpo, o que é atualmente proibido por lei no país.
"É intenção minha regularizar, regulamentar, legalizar o garimpo. Inclusive para os índios que têm que ter o direito de explorar o garimpo nas suas propriedades. A terra indígena é como se fosse propriedade deles", declarou.
"Lógico, as ONG e outros países não querem. Eles querem que o índio continue como [um ser] preso num [jardim] zoológico, como um animal. Como se fosse um ser humano pré-histórico", concluiu.