Partido Iniciativa Liberal responde a cartaz do PS com uma nova hashtag: "Com primos e outros familiares no Governo."
A dois meses das eleições legislativas de outubro, o Partido Socialista já escolheu um slogan, ou melhor, uma hashtag: "Cumprimos."
Já estão na rua os cartazes do PS com esta mensagem, associada a números positivos da última legislatura, mas esta terça-feira um destes outdoors ganhou um vizinho.
O partido Iniciativa Liberal criou um cartaz idêntico ao dos socialistas mas com a mensagem "#ComPrimos e outros familiares no governo".
Está localizado na à saída da Via Norte, na estrada da Circunvalação, em Lisboa, e pretende ser uma "resposta ao cartaz do Partido Socialista", diz o partido liderado por Carlos Guimarães Pinto no Facebook.
Por oposição aos 350 mil novos empregos e 89% de contratos sem termo destacados pelo PS surgem "mais impostos; menos serviços públicos; 539.921 hectares de área ardida em 2017; 2600 doentes morreram em lista de espera em 2016;+ 6 mil milhões de impostos cobrados".
A sátira do Iniciativa Liberal surge na sequência da revelação de vários contratos do Estado adjudicados a familiares de governantes.
A polémica estalou depois de o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, ter sido chamado a assumir responsabilidades por contratos que o seu filho celebrou com o Estado: pelo menos três depois de o pai assumir funções governativas. José Artur Neves garante que não teve qualquer influência no negócio do filho, pelo anunciou desde logo que pretendia manter-se no cargo.
Soube-se depois que o pai do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, terá duas empresas que mantêm negócios com o Estado há vários anos, ligação que não foi travada quando o filho assumiu o cargo de governante; que o marido de Van Dunem, Eduardo Paz Ferreira, tem vários contratos com o Estado e nos últimos dez anos realizou negócios que rondam os 1,4 milhões de euros e que o pai da ministra da Cultura, Graça Fonseca, terá prestado serviços a entidades públicas.
Na oposição também há um caso: esta terça-feira foi noticiado que a empresa dos irmãos de António Leitão Amaro fez vários contratos com o Estado. O social-democrata garante que não renuncia ao mandato e o PSD já saiu em sua defesa, justificando que lei das incompatibilidades não se aplica ao seu caso.
António Costa já solicitou um parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República para que haja um "completo esclarecimento" sobre os impedimentos de "empresas em que familiares de titulares de cargos políticos e altos cargos públicos tenham participação superior a 10% do capital".