David Justino realçou que é necessário um esforço de conciliação de todas as partes.
O PSD aponta o dedo ao Governo e "estranha a forma excessiva" como o Executivo se tem "exposto perante a opinião pública no anúncio de medidas coercivas e de salvaguarda do funcionamento daqueles serviços"
"Se o Governo quer ter sucesso no processo de mediação entre as partes, e se está verdadeiramente empenhado em encontrar uma saída para esta crise, seria avisado que o fizesse com mais recato e a constituir-se como mediador isento naquele diferendo. A atual conjuntura política pré-eleitoral não pode ser aproveitada para exercícios desproporcionados de autoridade", escreve o PSD num comunicado enviado às redações.
Perante o cenário, o partido liderado por Rui Rio mostra-se "disponível para partilhar com as restantes forças parlamentares iniciativas que contribuam para encontrar novos enquadramentos normativos destes problemas", mas revela que "não o fará debaixo da pressão dos acontecimentos e das notícias".
Tendo em conta que "o processo legislativo tem o seu tempo próprio e exige ponderação e avaliação do quadro existente", o PSD acredita que "mudar a legislação ao sabor dos acontecimentos não é prática que se recomende".
Os sociais-democratas continuam a acompanhar com "a maior apreensão o conflito" e recordam que em causa "já não são só os interesses das partes envolvidas que poderão ser afetados", mas sim "os interesses do país e dos portugueses que estão seriamente ameaçados".
"Com as guerras não há soluções"
Em declarações à TSF, David Justino explicou que "o excesso de mediatização destes processos e destas declarações que sucedem umas às outras transformam isto numa guerra mediática quando o que se pretende é encontrar soluções e com as guerras não há soluções".
O social-democrata acredita que o Governo, "ao fazer o papel de mediador está a constituir-se como uma parte ao mesmo tempo, poderá dificultar o encontrar de soluções", o que leva a um apelo do PSD, que pede um "esforço de conciliação" numa greve que "não é boa para ninguém".
"Era bom que o Governo tomasse consciência de que ninguém ganha nada com isto e que apelasse a encontrar essas mesmas soluções", frisou David Justino.