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Bolsonaro escolhe português para procurador-geral da República

Adriano Machado/Reuters

Alcides Martins nasceu em Vale de Cambra, distrito de Aveiro, há 70 anos e foi escolhido por Bolsonaro para ser o novo procurador-geral da República.

Raquel Dodge, a atual procuradora-geral da República do Brasil, escolhida ainda na gestão de Michel Temer, termina o seu mandato no dia 19 de setembro e o Governo não pretende reconduzi-la no cargo. Em vez dela, Jair Bolsonaro propôs nomes que causaram reações negativas na oposição - e até na sua base de apoio.

Como o de António Carlos Martins Soares, dado como próximo da família presidencial, nomeadamente do senador Flávio Bolsonaro, sob investigação por corrupção e lavagem de dinheiro. O Senado, que tem a palavra final na aprovação do nome, deu sinais de que o iria vetar.

Foi por causa desse ruído que o presidente pensou em optar pelo atual procurador-geral adjunto, que assume interinamente logo após a saída de Dodge e, por lei, sem precisar de ser avaliado pelos senadores.

E esse adjunto é um português: Alcides Martins, vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal, nascido em Vale de Cambra, distrito de Aveiro, há 70 anos.

De acordo com observadores na imprensa brasileira, Bolsonaro pondera deixar o interino tornar-se definitivo, assim o seu trabalho o agrade. O que se sabe do perfil de Alcides Martins agrada ao presidente: é definido como ultra-católico, como conservador e, sobretudo, como um profissional muito discreto.

Procuradores ouvidos pelo portal UOL lembram que, em encontros da categoria, o procurador-geral adjunto costuma puxar orações mas sempre de forma respeitosa.

Com a Lava-Jato e tantas outras operações mediáticas no Brasil nos últimos anos, o cargo de procurador-geral te estado sempre no centro das atenções. Foi assim com Raquel Dodge e com o seu antecessor Rodrigo Janot. Será assim com o português Alcides Martins.