Uma exposição com design e estética nazi, que apresenta, entre outras obras, uma escultura do artista favorito de Adolf Hitler, Arno Breker, de 1943, fotos e filmes de Leni Riefenstahl - cineasta da propaganda hitleriana - da mesma época, está no centro da polémica.
Quando o museu foi aberto, ativistas do partido comunista local protestaram a apenas algumas centenas de metros da sua porta. No Museu do Design aberto recentemente em Den Bosch, na Holanda, não é permitido sequer tirar fotografias ao espólio patente, e muito menos partilhá-las (ou glorificá-las) nas redes sociais.
O motivo? Trata-se de uma exposição com design e estética nazi, que apresenta, entre outras obras, uma escultura do artista favorito de Adolf Hitler, Arno Breker, de 1943, um aparador pertencente ao ditador, fotos e filmes de Leni Riefenstahl - cineasta da propaganda hitleriana - da mesma época. Por esse motivo, esta tem sido apelidada de "Grande Exposição de Design do Terceiro Reich", conta o jornal The Guardian.
Durante cinco meses, a exposição esteve debaixo do escrutínio da Associação de Antifascistas Holandeses, que pediu, em vão, a intervenção das autoridades locais.
O diretor do Museu de Design, Timo de Rijk, garantiu ao The Guardian que é sensível à necessidade de evitar a glorificação da exposição e assegurou ainda que seriam feitos todos os esforços para tratar a questão com tato e bom senso.
A única zona em que a fotografia é permitida é onde se encontra o Volkswagen Beetle, e, de acordo com o curador do certame, a segurança foi reforçada em todas as divisões do museu. Timo de Rijk acrescentou: "Eu não tinha ideia de que pessoas da extrema-esquerda ou da extrema-direita pudessem pensar em ir ao museu, mas nunca se sabe. Desde o início da exposição, explicamos que esta era uma ideologia racista, e que o objetivo do partido era estender o racismo à cultura e à sociedade. A exposição tem o mesmo propósito de um documentário."
Polémicas à parte, os visitantes da exposição podem ter acesso a fases cruciais da História, ao depararem-se, de uma forma inédita, com uma estátua de Breker, que acompanhou Hitler na única visita do ditador alemão a Paris, em 1940. "Ele [Arno Breker] mostra o conceito nazi do homem ideal", explicou De Rijk, ex-professor de design da Universidade Técnica de Delft.
"Hitler tinha muito interesse pelo design. Ele odiava os comunistas, mas ficou impressionado com o uso de bandeiras e outros objetos, e enfatizava que os nacional-socialistas deveriam fazer melhor."